O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) estuda usar "drones" – também conhecidos por Vant, sigla para veículo aéreo não tripulado – no combate ao desmatamento. "Está no nosso planejamento", disse Volney Zanardi, presidente do instituto, confirmando a intenção de usar o equipamento nas ações de fiscalização. "O desmatamento ilegal no Brasil tem que acabar", reforçou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. "Tenho o maior contingente da história colocado na Amazônia. Nunca teve tanta gente combatendo o desmatamento na região", disse Izabella. "Isso porque a pressão subiu". "Estamos procurando sofisticar as ações pela inteligência, buscando desmontar algumas áreas críticas de crime." O combate ao desmatamento tornou-se mais complexo, porque aumentou a fragmentação do fenômeno. "Estão fazendo corte seletivo para, em dois ou três anos, seguirem com o corte raso". Foi criado um grupo de trabalho dentro do Ibama para avançar no projeto de usar esse tipo de instrumento e definir que tipo de vant poderia ser usado. "Existe uma diversidade muito grande, com preços que podem variar de R$ 30 mil a milhões de reais", disse Jair Schmitt, coordenador geral de fiscalização do Ibama. Há uma grande variedade de tipos de vant. Alguns são tão pequenos como insetos, outros são aviões militares. "É uma tecnologia que tem sua lógica no aeromodelismo, e da noite para o dia teve crescimento exponencial", disse Schmitt. "Tudo isso exige uma legislação específica para atuação", afirmou o coordenador de fiscalização. A regulamentação está sendo feita pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Schmitt disse que já há aparelhos homologados que são menores e operam no campo visual. Há modelos sendo produzidos por universidades no país. As possíveis aplicações, na ótica do Ibama, são variadas – desde a fiscalização de uma área de mineração até a visualização de uma mancha provocada por derramamento de óleo. "No caso de um foco de incêndio, poderíamos usar um vant para ter rapidamente um cenário visual e saber onde posicionar as brigadas de combate ao fogo", afirmou. Se o vant tiver um sensor termal, os técnicos poderiam ver à noite a movimentação de pessoas e máquinas na floresta. E enxergar, por exemplo, os tratores, que são pintados de verde pelos desmatadores para escapar da fiscalização feita por helicópteros. Os técnicos do Ibama estão estudando duas ou três classes de equipamentos para a proteção ambiental. "É um projeto complexo", disse Schmitt. Equipamentos grandes, com muita autonomia de voo, poderiam ser empregados no monitoramento da plataforma continental, ou para fiscalizar atividades pesqueiras, por exemplo. |