Donald Trump foi eleito novamente presidente dos Estados Unidos nesta quarta-feira, marcando um retorno impressionante ao poder quatro anos após sua derrota na reeleição. Sua vitória representa um novo capítulo para a liderança americana, levantando questões sobre como suas políticas testarão as instituições democráticas internas e influenciarão as relações dos EUA com outros países.
Aos 78 anos, Trump garantiu a Casa Branca ao ultrapassar os 270 votos necessários no Colégio Eleitoral, conforme a projeção da Edison Research. Sua campanha, marcada por uma retórica incisiva, intensificou ainda mais a polarização no país. O resultado decisivo veio com a vitória no Estado de Wisconsin, que assegurou o triunfo.
Celebrando o retorno, Trump declarou diante de uma multidão de apoiadores no Centro de Convenções do Condado de Palm Beach, Flórida: “A América nos concedeu um mandato poderoso e sem precedentes.” Enquanto isso, Kamala Harris, candidata democrata, ainda não se pronunciou publicamente, mas o co-chair de sua campanha, Cedric Richmond, falou brevemente aos apoiadores reunidos na Howard University, prometendo um discurso da candidata em breve.
No cenário legislativo, os republicanos garantiram a maioria no Senado, enquanto o controle da Câmara dos Deputados continua incerto, com os republicanos mantendo uma leve maioria.
Foco em Empregos e Economia
Questões econômicas e de emprego emergiram como as maiores preocupações dos eleitores, conforme pesquisas da Reuters/Ipsos. A inflação e os preços altos frustraram muitos americanos, que, embora vejam recordes nos mercados de ações e crescimento salarial, ainda enfrentam desafios financeiros. A confiança de muitos eleitores em Trump para lidar com esses problemas contribuiu para sua vitória, especialmente entre hispânicos e eleitores de baixa renda, setores tradicionais dos democratas que se sentiram desamparados pela administração anterior.
A base leal de Trump, composta em grande parte por eleitores rurais, brancos e sem formação universitária, foi novamente crucial. Sua vitória traz implicações profundas para a política econômica, o comércio, o meio ambiente e questões internacionais, como a guerra na Ucrânia. Prometendo reformas fiscais, Trump pretende reduzir os impostos corporativos e implementar novos cortes, embora especialistas alertem que isso pode aumentar a dívida pública dos EUA.
Em comércio exterior, Trump sugeriu novas tarifas sobre produtos chineses e possivelmente de países aliados, o que poderia intensificar tensões comerciais. No tema da imigração, ele reafirma sua promessa de uma campanha de deportação em massa para combater a imigração ilegal.
Expectativas para o Segundo Mandato
Trump já expressou planos ambiciosos para reestruturar o Poder Executivo. Ele pretende demitir funcionários públicos que considere desleais e utilizar agências federais de aplicação da lei para investigar adversários políticos, uma prática que ameaça a tradição de independência dessas instituições. Durante seu primeiro mandato, algumas de suas ações mais controversas foram barradas por membros de seu próprio gabinete, incluindo o ex-vice-presidente Mike Pence, que se recusou a impedir a certificação dos resultados das eleições de 2020.
Com a certificação dos resultados das eleições de 2024 marcada para 6 de janeiro, Trump e seu vice, o senador JD Vance, devem ser empossados em 20 de janeiro, dando início a um mandato que promete ser tão transformador quanto controverso.