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O Editor
O Parque Histórico Marechal Manoel Luis Osorio foi o palco da Festa Nacional da Cavalaria, no sábado, 09 de maio de 2015. O evento é organizado pelo Comando Militar do Sul, e por intermédio do 3º Regimento de Cavalaria de Guarda – Regimento Osorio, de Porto Alegre, a mais antiga Unidade de Cavalaria do Exército Brasileiro que, por duas vezes em sua história, foi comandada por Osorio.
A Festa comemora, em âmbito nacional, o dia da Arma de Cavalaria, data marcada pelo nascimento de seu Patrono, o Marechal Osorio, nascido em 10 de maio de 1808, na Fazenda Conceição do Arroio, local onde hoje situa-se o Parque Histórico Osorio.
A festa teve a tradicionais pontos: uma encenação que reconta os principais momentos da vida do patrono da Arma da Cavalaria, como as diversas participações em batalhas. Apresentação de equipamentos usados pela Arma de Cavalaria.
O ponto alto é a tradicional "Carga de Cavalaria", quando em meio a explosões, os cavalarianos de ontem e de hoje (cavalos, blindados e helicópteros), realizam uma “carga” contra o inimigo imemorial de todas as histórias da humanidade.
O evento é organizado pelo Comando Militar do Sul, por intermédio do 3º Regimento de Cavalaria de Guarda – Regimento Osorio, de Porto Alegre, a mais antiga Unidade de Cavalaria do Exército Brasileiro que, por duas vezes em sua história, foi comandada por Osorio.
Participaram as seguintes unidades:
– 3º Regimento de Cavalaria de Guardas – unidade hipo- Porto Alegre/RS;
– 1º RCC – pelotão de carros de Combate Leopard 1A5BR – Santa Maria/RS;
– 8º Esquadrão de Cavalaria Mecanizada – Porto Alegre/RS, e,
– 9º RCB – M113, São Gabriel /RS.
– Aviação do Exército com um helicóptero Pantera.
Mas a grande presença foi o povo brasileiro através dos milhares que congestionaram a entrada do Parque Histórico Marechal Manoel Luis Osorio na belíssima manhã de sábado.
O congraçamento de veteranos cavalarianos, que se reencontram. Famílias de militares e com seus filhos de tenra idade.
A excepcional Fanfarra do 3º RCG com arranjos especiais conduzida pelo 1º Ten Carlos Alberto e os seus afinados músicos.
E no final a CARGA. Todos os estudiosos de história e relações Internacionais especializados na áreas de conflito devem presenciá-la uma vez ao menos na vida. Avaliaram melhor o que leva o homem muitas vezes em condições inferiores arremeterem contra o inimigo.
A resposta é simples no meio da CARGA o cavaleiro, montado em um cavalo ou um moderno blindado, sente-se imortal.
E a CARGA foi perfeita sem nenhum incidente, mostrando o garbo e domínio dos cavalarianos, assim como a disciplina dos exaustivos treinamentos.
Cavalaria – História e Osório
João Paulo Sanches da Nova, e
Fernando Teixeira Koch
Cadetes do 4° Ano do Curso de Cavalaria da AMAN
A palavra Cavalaria tem origem no sânscrito “AKVA”, que significa combater em vantagem de posição. Essa vantagem foi adquirida no decorrer da evolução da guerra, quando o homem que combatia a pé passou a combater em cima de plataformas empurradas, primeiramente, pelo próprio homem.
Essa ideia foi aprimorada e as plataformas passaram a ser carregadas por animais de grande porte, como elefantes, camelos e cavalos. A partir desse momento, a mobilidade e o poder de choque que lhes foram conferidos, tornaram a Cavalaria a Arma decisiva do combate.
Suas cargas avassaladoras protagonizaram os principais embates na Idade Média e, aos poucos, seu emprego foi moldando o que se tornariam características básicas da Arma: atuar em largas frentes; reconhecer; informar; prover a segurança dos exércitos; e, principalmente, realizar manobras ofensivas, envolvendo e perseguindo o inimigo.
As raízes da Cavalaria brasileira surgiram com o Regimento de Dragões Auxiliares, após o conflito com os holandeses em Pernambuco. No final do século XVIII, no governo do Marquês de Pombal, foi criado, no Rio de Janeiro, o Regimento de Dragões, com o objetivo de preservar a ordem e garantir o cumprimento das leis. No sul do Brasil, o Regimento de Dragões do Rio Grande desempenhou importante papel ao guarnecer as fronteiras nos conflitos em torno da Colônia do Sacramento.
A Cavalaria é conhecida como “Arma de Heróis”, em reconhecimento aos ilustres militares que ostentaram a lança como símbolo, entre os quais se destacam o Marechal Osorio, e Patrono da Cavalaria, o Brigadeiro Andrade Neves e o General Pitaluga.
Nascido a 10 de maio de 1808, na cidade de Santo Antônio do Arroio, Rio Grande do Sul, Manuel Luís Osorio desenvolveu, desde cedo, a capacidade de dominar, como ninguém, os animais que lhe serviam de montaria. Entrou para as fileiras do Exército em 1823, com 14 anos.
Aos 15 teve seu batismo de fogo e, aos 16, já ocupava o posto de alferes. Na Guerra da Cisplatina, destacou-se por ser o único oficial do seu esquadrão a sobreviver à Batalha de Sarandi, além de salvar a vida de seu comandante, Bento Manuel, do qual recebeu a lança que empunhava. Participou ainda de diversos combates, tendo se consagrado na Guerra da Tríplice Aliança, ocasião em que comandou o 1º Corpo do Exército Imperial. Na Batalha de Tuiuti, considerada a mais importante da campanha, distinguiu-se, novamente, o que lhe conferiu o título de Marquês de Herval.
Faleceu em 4 de outubro de 1879, aos 71 anos, devido a uma pneumonia. Na
época, ocupava o cargo de Ministro da Guerra.
Osorio tornou-se um mito nos campos de batalha, seja pelo seu heroísmo, seja pelo carisma e pela simplicidade, reconhecidos até mesmo pelos seus inimigos.
A Arma de Osorio atua na vanguarda da Força Terrestre, provendo a segurança da tropa e realizando o reconhecimento do terreno. Caracteriza-se basicamente por elevada mobilidade, flexibilidade, potência de fogo, ação de choque, proteção blindada e comunicações amplas e flexíveis, que lhe conferem um excelente poder decisório. Essas capacidades permitem a realização de missões semelhantes às da cavalaria antiga, porém com o emprego de veículos motorizados, mecanizados, blindados, helicópteros ou até cavalos, ainda que em menor escala.
Entra em ação no início das operações, pois vai à frente dos demais integrantes da Força Terrestre em busca de informações importantes sobre o teatro de operações, desempenhando papel fundamental no combate e sendo decisiva em operações ofensivas, defensivas, de segurança e de reconhecimento.
A Cavalaria foi e continuará sendo essencial nos campos de batalha.
Seu ideal perdura há séculos e segue mostrando o valor da “Arma dos Heróis”. A vitória final será alcançada não só pelos modernos e avançados meios, mas, também, por aqueles que possuírem elevado grau de liderança e o espírito ofensivo imortalizado pelo seu patrono, Osorio, valores que estão incutidos em cada “Soldado de Cavalaria”.