Comemoramos, no dia 23 de março, data natalícia do Capitão Ricardo Kirk, o Dia da Aviação do Exército. Essa data foi escolhida como tributo e homenagem ao herói do Exército que trouxe, de forma pioneira, a Aviação Militar para o Brasil, aumentando a capacidade de combate da nossa Força Terrestre.
Historicamente, o emprego dos meios aéreos iniciou-se no ano de 1867, quando o então Marquês de Caxias utilizou balões cativos para observar tropas inimigas na Guerra da Tríplice Aliança. A partir daí, ficou evidente a importância do uso de vetores aéreos em combate.
O Primeiro-Tenente Ricardo Kirk – que já era reconhecido dentro da Força pela relação com as atividades aeronáuticas – foi enviado à França para realizar o curso completo de pilotagem. Retornou em 22 de outubro de 1912, como o primeiro piloto do Exército Brasileiro.
Durante a Batalha de Contestado, em 19 de janeiro de 1915, realizou o primeiro voo de avião em combate no Brasil, com a missão de realizar reconhecimento da zona conflagrada. No entanto, mais tarde, durante o mesmo conflito, Ricardo Kirk se envolveu em um acidente aéreo fatal.
Sua morte prematura, porém, não apagou os seus ideais. Em 1918, uma delegação da Missão Militar Francesa chegou ao Brasil com o objetivo de apoiar a criação da Aviação Militar, e logo inaugurou-se a Escola de Aviação Militar no Rio de Janeiro.
Cerca de 20 anos depois, em 1941, com o intuito de centralizar os meios aéreos, as instalações e o pessoal especializado e, assim, aumentar a capacidade de combate do Brasil, a Aviação Militar passou a ser responsabilidade da recém-criada Força Aérea Brasileira. No entanto, esse não seria o fim da Aviação da Força Terrestre.
Com o passar dos anos, notou-se, com a análise dos diversos conflitos que aconteciam no mundo, que o emprego da aviação própria era essencial para a Força Terrestre. Em 3 de setembro de 1986, por intermédio do Decreto nº 93.206, foi oficialmente criada a Aviação do Exército, com suas primeiras instalações físicas situadas na cidade de Taubaté, no estado de São Paulo.
Passados 37 anos, nossa aviação está presente em todo o território nacional por meio de seus quatro batalhões operacionais – o 1º e o 2º BAvEx, situados em Taubaté (SP), o 3º BAvEx, em Campo Grande (MS), e o 4º BAvEx, em Manaus (AM) – e de todas as unidades de comando e apoio que auxiliam a Aviação do Exército a se manter sempre pronta. Além desses, cabe destacar o recém-criado Destacamento de Aviação do Exército, situado na cidade de Belém (PA), já em operação.
Sempre em busca de inovação tecnológica, segurança de voo e capacidade de combate, a Aviação do Exército mantém seus quadros em constante aperfeiçoamento e profissionalização, operando hoje as aeronaves Jaguar, Black Hawk, Cougar, Pantera e Fennec.
A Aviação do Exército proporciona aeromobilidade orgânica à Força Terrestre, marcando presença em praticamente todas as operações. Garantia da lei e da ordem, participação em intervenções federais, garantia da votação e apuração, infiltrações e exfiltrações aeromóveis, resgates e evacuação de feridos, apoios aos pelotões especiais de fronteira e ao povo brasileiro, nas áreas mais remotas, são apenas alguns exemplos das diversas missões realizadas por essa tropa especializada do Exército.
A Aviação do Exército cumpre todas as suas missões, sem abrir mão da segurança de voo, do aperfeiçoamento e da profissionalização dos seus quadros e da inovação tecnológica, bem visível na implementação do Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas, atualmente em curso.
Neste dia, exaltemos as Asas da Força Terrestre: a Aviação do Exército. Que seus integrantes estejam sempre em busca de novas possibilidades, enfrentando e superando desafios com a mesma determinação dos pioneiros, eternizados no seu patrono, o Capitão Ricardo Kirk. Que o entusiasmo, a dedicação e o constante aperfeiçoamento técnico continuem norteando a Aviação do Exército. Que a nobre e indescritível sensação de voar esteja presente no dia a dia dos aviadores da Força Terrestre, dos que voam e dos que fazem voar, sempre com segurança e com a audácia necessária para enfrentar nuvens e céus do nosso Brasil.
AVIAÇÃO! BRASIL!