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Comunicado do Conselho Nacional de Oficiais da Reserva Olímpica de 2016

 

COMUNICADO DO CONSELHO NACIONAL
DE OFICIAIS DA RESERVA
 OLIMPÍADA DE 2016

 

1.0 – ESTUDO DE SITUAÇÃO
 

O mundo vive um período de imensa insensatez. A intensificação das chamadas ações terroristas estão a exigir dos governantes mundiais providências bem mais efetivas daquelas até agora adotadas. A integração – necessária – dos órgãos transnacionais de inteligência tem se mostrado insuficiente para evitar esses ataques, verdadeiros atentados contra a humanidade.

Parece-nos que o mundo, esgotadas as contramedidas até agora inúteis, precisará desencadear uma gigantesca e inevitável operação militar contra esses fanáticos. Afinal o inimigo está identificado e suas posições são conhecidas. Até quando vamos permitir o sacrifício de tantos inocentes?
 
Nas próximas semanas o Brasil sediará a Olimpíada de 2016. Todos sabemos as circunstâncias – internas e externas – que envolvem a realização deste grande evento. Nosso país vive hoje uma crise de proporções inéditas em sua história. O Estado Brasileiro, e suas instituições mais relevantes, enfrentam o enorme desafio de recolocar o país em novos rumos, na busca de melhores dias para o nosso povo.

É evidente que, na época da escolha do país-sede, se sabia que o Brasil não estava preparado para assumir a responsabilidade e os encargos de realizar essa olimpíada. No horizonte político-econômico já se vislumbravam os problemas que hoje vivemos. Assim, a candidatura do Brasil para sediar o evento foi, no mínimo, equivocada. Mais do que isso, uma decisão que, diante da corrupção sistêmica que de há muito nos assola, inevitavelmente induz à suspeita de que interesses inconfessáveis podem ter contribuído para a proposta brasileira de realizar o maior acontecimento esportivo mundial. Em consequência, hoje se noticia a ocorrência de inúmeras e vultosas falcatruas envolvendo as obras faraônicas realizadas para o certame.

Notória é a preocupação das autoridades – e da população – quanto à segurança dos participantes da olimpíada. Atletas, dirigentes, funcionários, voluntários, assistentes, todos, enfim, de alguma forma envolvidos nas atividades olímpicas, ficarão expostos à sanha de alguma organização terrorista, ou mesmo, de um “lobo solitário” suicida. Como se não bastasse a incapacidade do Estado de prover a segurança pública – diária e básica – do cidadão brasileiro, em especial da população do Rio de Janeiro, estamos, agora, diante da gigantesca responsabilidade de oferecer segurança adequada à olimpíada.
 
É verdade que, no complexo dispositivo montado para o evento, contamos com a cooperação de órgãos de segurança e inteligência de vários países, o que evidentemente contribui para aumentar a sua eficácia. Mas as nossas deficiências são bem conhecidas. As polícias estaduais, na sua maioria com sérios problemas estruturais e conjunturais, farão, como de hábito, tudo o que for possível para cumprir as missões. Mas seria uma total irresponsabilidade considerar que elas estão eficazmente preparadas para a prevenção e enfrentamento de ações terroristas. Falta-lhes tudo: efetivo, treinamento, equipamento, logística, doutrina, motivação e profissionalismo. Assim como um exército não se improvisa, é impossível, em curto prazo, ainda que com apoio externo, formar profissionais dessa área com nível de eficácia desejável. Sabemos que os policiais estaduais farão o melhor. Darão, até mesmo, suas vidas para proporcionar a segurança adequada. Tomara que não o façam em vão.

Também as forças policiais federais, com exceção de reduzidos grupos de excelência, não estão em condições de enfrentar, com o sucesso desejável, a dimensão e a grandeza do problema.

Restou ao governo brasileiro convocar as Forças Armadas para, diante de um cenário adverso, atuar diretamente na proteção ao evento. E elas, certamente, cumprirão as missões que lhes estão sendo destinadas com a eficiência e eficácia que todos conhecemos, em especial nós que somos oficiais da reserva. Mas não podemos esquecer que ações terroristas têm sido praticadas
com êxito, mesmo em países altamente desenvolvidos, econômica e militarmente. Em última análise, os especialistas, doutrinadores e analistas militares ainda não conseguiram desenvolver técnicas e procedimentos capazes de oferecer um nível adequado de proteção contra tais ações.
 
O recente atentado em Nice desencadeou uma reavaliação dos dispositivos de segurança da olimpíada. As Forças Armadas irão aumentar progressivamente o nível de alerta, na medida em que se aproximar o início do evento e surgirem novas informações de inteligência. As ações de prevenção e capacidade de enfrentamento, bem como todo o planejamento estratégico e logístico da segurança, estão sendo revisadas. É obvio que tais procedimentos, em sua maioria, são sigilosos e o público a eles não terá acesso. Mas consideramos que as autoridades deveriam divulgar – sem alarmes – rotinas e atitudes para que a população saiba como proceder diante de um cenário de atentado terrorista, bem como instruir o cidadão comum sobre ações de prevenção e vigilância.

Outra providência para qual se espera que as autoridades estejam atentas é o atendimento médico de eventuais vítimas de ataques. Quase nada tem sido divulgado sobre os recursos que serão disponibilizados para um socorro adequado. Não vimos nenhuma campanha ou mobilização para doação de sangue, procedimento fundamental sabendo-se que atentados têm atingido dezenas e até centenas de pessoas. Nem mesmo os locais para onde os feridos seriam encaminhados são de conhecimento público. Os responsáveis pela área de atendimento de saúde da olimpíada deveriam pleitear das autoridades, principalmente do Rio de Janeiro, um reforço considerável na frota de ambulâncias, bem como nas equipes médicas e auxiliares.
 
Apesar dos riscos – reais e significativos – de que fanáticos ensandecidos tentem macular a grandiosidade da Olimpíada de 2016, estamos confiantes de que o dispositivo de segurança brasileiro, sob o comando e supervisão das Forças Armadas, há de proporcionar ao evento um nível de segurança compatível com as necessidades.

2.0 – AÇÕES DO SISTEMA CNOR

A Diretoria do Conselho Nacional de Oficiais da Reserva, face à realização em território brasileiro da Olimpíada de 2016 e considerando o atual contexto de instabilidade na segurança de grandes eventos mundiais, RESOLVE declarar o Sistema CNOR em ESTADO DE ATENÇÃO e orientar as Associações integrantes do Sistema CNOR a adotar as seguintes providências:

2.1 – Informar aos Comandos Militares de Área que o Sistema CNOR encontra-se em ESTADO DE ATENÇÂO podendo, quando solicitado, colaborar com as autoridades nas ações e procedimentos adequados, a critério dos respectivos Comandantes;

2.2 – Manter as Diretorias e Quadros Sociais em condições de apoiar as autoridades, quando requeridos;

2.3 – Instruir os Oficiais da Reserva, integrantes dos respectivos Quadros Sociais, para que, quando possível, exercitem suas habilidades e conhecimentos profissionais/militares visando identificar quaisquer ameaças, explícitas ou veladas, à segurança das atividades olímpicas, informando, de imediato, tais situações às autoridades locais;

2.4 – Informar à Diretoria do CNOR quaisquer ações ou procedimentos praticados pelos integrantes das respectivas Associações, em decorrência do ESTADO DE ATENÇÃO ora declarado.
 
Rio de Janeiro, 15 de julho de 2016

Sérgio Pinto Monteiro – 2º Ten R/2 Art
Presidente do Sistema CNOR

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