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Comandante da Força Aérea Colombiana conhece projetos estratégicos e reestruturação

Ten Jussara Peccini


O processo de reestruturação e os programas estratégicos da Força Aérea Brasileira foram assunto da audiência entre o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, e o Comandante da Força Aérea Colombiana, General Carlos Eduardo Bueno Vargas, nesta segunda-feira (24/04), em Brasília (DF).

“Consideramos essas mudanças fundamentais para a Força Aérea do futuro”, afirmou o Comandante da Aeronáutica ao explanar as ações de reestruturação da FAB. O processo que prevê redução de 25% do efetivo em 20 anos envolve também a segmentação das áreas operacional e administrativa, com objetivo de especializar os militares, e a interiorização das bases operacionais.

O oficial-general brasileiro também informou sobre a necessidade de modificar o ensino militar a fim de preparar os futuros pilotos para as novas plataformas operacionais multimissão: o F-39 (Gripen NG) – novo avião de combate da FAB – e o KC-390 – avião cargueiro.

Além dos projetos estratégicos para a instituição, como o Gripen NG e o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais, a comitiva colombiana conheceu a experiência de emprego da FAB com aeronaves remotamente pilotadas atendendo a demandas das Forças Armadas e das agências governamentais.

Similaridades – Segundo o general colombiano, a Força Aérea da Colômbia também passa por mudanças em consequência do término do conflito com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

A instituição está em busca de uma melhor organização que priorize a profissionalização e a otimização de recursos públicos. “Coincidimos perfeitamente com os pontos que Rossato explicou determinando que o centro de gravidade dessa transformação se dá na especialização”, avaliou.

Para o militar, a filosofia de reestruturação da FAB pode ser um conceito inspirador para as modificações a serem adotadas no país vizinho. “Também é interessante ver que vamos nos inspirar em muitas ideias de mudanças que a FAB tem”, afirmou.

O comandante colombiano informou ainda que a instituição está estudando a aquisição de uma nova aeronave de superioridade aérea, um processo que o Brasil já vivenciou e culminou com a escolha do caça Gripen NG, anunciado em 2013, para equipar a defesa aérea da Colômbia nos próximos anos. “Estamos neste processo de analisar qual o esquadrão ou esquadrões que terão aeronaves substituídas”, afirmou o General Bueno.

Referência regional – A comitiva colombiana visita nesta terça-feira (25/04) a Ala 5 (antiga Base Aérea de Campo Grande), no Mato Grosso do Sul, onde estão sediadas quatro unidades: o Esquadrão Pelicano (2º/10º GAV), especializado em busca e salvamento; o Esquadrão Flecha (3º/3º GAV), que opera o avião A-29 Super Tucano empregado no patrulhamento da fronteira; o Esquadrão Onça (1º/15º GAV) de transporte aéreo; e o Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (PARA-SAR).

No dia anterior, a comitiva conheceu organizações que atuam no controle do espaço aéreo e na defesa aeroespacial brasileira na capital federal. O Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) abrange uma área de 1,5 milhão de km² no centro do País e registrou, em 2015, 549 mil movimentos aéreos, com uma média de 1,6 mil por dia.

O Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) é o comando conjunto permanentemente ativado que concentra o gerenciamento de operações aéreas militares. “O sistema integrado de radares proporciona a segurança, a missão fundamental de uma força aérea que é o controle do espaço aéreo”, afirmou o general colombiano que vê na FAB uma referência regional. “Há uma grande admiração pela tecnificação e pelas enormes responsabilidades que assumiram ao ter todo esse sistema de controle do espaço aéreo e de defesa aérea”.

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