Como declararam representantes da Corporação da Indústria de Aviação da China (AVIC), produtores russos de motores irão receber nos próximos 5-8 anos, no mínimo, encomendas da China, porque “a tecnologia de produção de motores de aviação continua a ser a mais complexa para a AVIC desde o ponto de vista da produção e projeção”, cita suas palavras a edição militar americana IHS Jane's Defence Weekly.
Apesar de no fim de 2012 a AVIC ter anunciado alcançar um progresso no desenvolvimento de ligas resistentes a altas temperaturas para motores de aviação, é evidente que motores russos RD-93 (companhia Klimov) e AL-31F (empresa Saturn) em versões de exportação continuarão a ser aplicados no futuro próximo em todos os caças chineses.
O motor RD-93 (versão de exportação do RD-33) foi desenvolvido em Leningrado (hoje São Petersburgo) na empresa experimental 117 para caças de quarta geração MiG-29. É bem conhecido que tais motores são fornecidos à China para serem montados nos caças Chengdu FC-1 Xiaolong. Além disso, há dados exatos de que o RD-93 se utiliza no último caça de quinta geração J-31, que levantou voo pela primeira vez em 31 de outubro de 2012.
Num outro novo caça chinês de quinta geração J-20 se aplica uma variante de motores turborreatores de dois circuitos AL-31F, desenvolvidos nos anos 70 para os aviões Su-27. Produtores chineses montam os mesmos motores em suas variantes do Su-27 (J-11) e cópias do caça de coberta russo Su-33 (J-15). Correm também boatos de que a China tenha pretendido obter da Rússia motores de última geração AL-41F1 (“Artigo 117”), utilizados em aviões PAK-FA e Su-35S.
Atualmente, a China está desenvolvendo vários motores de aviação com diferente propulsão máxima: WS-10, WS-13 e WS-15. O WS-10 foi testado pela primeira vez em 2002 e os dois restantes – em 2006. Contudo, os produtores chineses não conseguiram até hoje garantir boa segurança e livrar-se de defeitos durante a produção desses motores. Pelo visto, a declaração da AVIC pode significar que ainda não é possível levar à perfeição estes três programas e que a Rússia continuará a ser uma “locomotiva” na indústria de aviação chinesa.
Representantes da AVIC entreabriram também à Jane's a razão pela qual o país havia desenvolvido ao mesmo tempo dois caças de quinta geração – J-20 e J-31. Como se esclareceu, não está previsto fornecer os J-31 à Força Aérea do Exército de Libertação Popular da China: “Este é um programa de exportação que irá competir com os F-35 americanos em mercados regionais”. Anteriormente fora apontado por peritos que, diferentemente dos J-20, os J-31 não levam sinais distintivos da Força Aérea da China.
A Jane's inteirou-se ainda que, contrariamente a anteriores comunicados, a China não prevê desenvolver uma versão de coberta do J-31. Segundo se afirmava antes, em aviões desta variante podem ser utilizadas asas com enflechamento negativo.
Como destaca a Jane's, os programas J-20 e J-31 constituem um enigma para os serviços de inteligência americanos. Conforme os documentos divulgados pelo antigo colaborador de serviços secretos dos EUA, Edward Snowden, a China, para a produção desses caças, poderia roubar secretos de redes do Pentágono e de seus empreiteiros e, embora estes aviões, segundo os dados das estruturas de inteligência americanas, se atrasem muito em relação aos análogos americanos pelo nível da tecnologia stealth, os Estados Unidos estão muito preocupados com rápido progresso da indústria de aviação chinesa.
Possivelmente, os J-31 com motores russos podem concorrer com os F-35, considerando sobretudo os problemas da produção e do encarecimento do caça americano. É pouco provável, contudo, que os J-31 consigam conquistar os aliados dos EUA, que em quaisquer circunstâncias irão preferir o avião americano.
Os fatos citados são de responsabilidade do autor.
Tradução: Voz da Rússia