Horacio Alvarado
A Academia Militar do Chile ficou em quinto lugar geral na 49ª edição da Competição de Habilidades Militares de Sandhurst, na Academia Militar de West Point, nos Estados Unidos. Um total de 59 equipes, incluindo sete de outros países, disputou o torneio em 10 e 11 de abril.
O evento, lançado pelas autoridades militares em 1967, testa as habilidades militares individuais e de grupo, além das capacidades de liderança e proficiência atlética. Além da equipe da Academia Militar do Chile, participaram times da Grã-Bretanha, do Japão, da Alemanha, do Catar, da Coreia do Sul e do Canadá, assim como diversas equipes dos Estados Unidos, em um total de 564 competidores. Cada seleção tinha nove integrantes, incluindo pelo menos uma mulher.
Vitória com o trabalho em equipe
“O objetivo geral dessas competições é entender que hoje o soldado normalmente não pode combater sozinho. Ele deve agir integrado em uma equipe, e essas equipes formam suas próprias instituições. Hoje, nenhum objetivo é alcançado sem um sério trabalho de grupo”, disse Carlos Ojeda, Coronel da reserva do Exército do Chile. “Essa competição traz o desafio de entender suas forças dentro de seu contexto e de saber como você pode usá-las no contexto internacional, o que incentiva a preparação.”
Para isso, o torneio apresentou 22 tarefas que testaram a capacidade física e a agilidade mental dos soldados, incluindo transporte de tropas feridas sob fogo; pontaria; pista de obstáculos; procedimentos de guerra nuclear, química e biológica; lançamento de granadas; navegação; desenvolvimento da melhor estratégia para gerenciamento de apoio de artilharia em zona de bombardeio inimigo; e uma prova de liderança chamada "desafio".
Equipe chilena fica entre os cinco melhores
Em cada tarefa, os competidores recebiam uma das quatro avaliações possíveis: não concluída, bronze, prata e ouro. Da mesma forma, cada equipe recebeu uma nota no final da competição. As cinco melhores da classificação geral foram:
1ª: Real Academia Militar de Sandhurst Red (Reino Unido)/Ouro
2ª: Companhia H3 – West Point (EUA)/Ouro
3ª: Academia Naval (EUA)/Ouro
4ª: Real Academia Militar de Sandhurst Blue (Reino Unido)/Ouro
5ª: Academia Militar (Chile)/Prata
As autoridades militares que participaram da competição elogiaram o desempenho da equipe chilena, comandada pelo General de Brigada Andrés Yurazseck, cujos membros ficaram em segundo lugar em tiro e em primeiro em um evento no qual se mobilizaram em terra mais rápido que os outros competidores. Por exemplo, o General de Brigada Stuart Skeates, Comandante da Real Academia Militar de Sandhurst, da Grã-Bretanha, saudou os cadetes chilenos pela "coragem, capacidade física e abordagem tática que demonstraram".
Graças à competição, os cadetes e soldados de diferentes países também tiveram a oportunidade de se conhecer e aprender uns com os outros. “É importante começar a gerar contatos entre os exércitos de diferentes países porque a segurança cooperativa depende da participação de muitos”, disse o Coronel Ojeda.
Papel fundamental do Chile na segurança internacional
Há anos, os cadetes e soldados chilenos fazem esses contatos em eventos militares com tropas de outras forças armadas do mundo todo.
Por exemplo, o Chile integra os exercícios PANAMAX, patrocinados pelo Comando Sul dos EUA, que envolvem o posicionamento operacional de forças para proteger o Canal do Panamá e a região centro-americana. O PANAMAX é um exercício militar anual multinacional iniciado em 2003. Originalmente proposto pelo Chile, o PANAMAX tornou-se possível devido aos esforços coordenados entre Chile, Panamá e EUA.
Ao longo dos anos, o PANAMAX cresceu de forma significativa em termos de países participantes e recursos utilizados. A força multinacional inclui hoje forças e equipes integradas de Argentina, Belize, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador, França, Guatemala, Holanda, Nicarágua, México, Panamá, Paraguai, Peru, EUA e Uruguai, em cooperação com a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Conferência das Forças Armadas Centro-Americanas.
“O Chile está absolutamente integrado ao sistema de segurança global a partir de uma perspectiva de cooperação”, disse o Coronel Ojeda. “E esses exercícios são essenciais para entender a lógica de planejamento e capacitação com as forças estrangeiras.”