Entrevista com o General-de-Divisão Eduardo Segundo Liberali Wizniewsky, Vice-chefe do Comando Logístico (COLOG) do Exército Brasileiro
Richard de Silva
IQPC UK
Quais incrementos ou disposições foram implantados nos veículos novos, como o GUARANI, o GUARÁ, e o VBL, para garantir melhores capacidades de manutenção, enquanto eles estão no terreno?
O GUARANI é um projeto amplo que incorpora um elevado avanço tecnológico em seus diversos sistemas; já se encontra em avaliação o protótipo sendo que o lote-piloto está em fase de produção na indústria contratada (IVECO) o qual, quando completo, passará a ser avaliado. Ainda no corrente ano está programada a experimentação doutrinária para a validação dos conceitos relativos ao emprego do veículo do ponto de vista operacional. Dentro do escopo do projeto estão também incluídas a adequação das instalações físicas das Unidades que receberão o GUARANI, bem como a capacitação dos operadores e do pessoal de manutenção e a aquisição do ferramental e do equipamento necessário ao apoio de manutenção da frota.
Que desafios logísticos de transporte têm sido enfrentado pelo Brasil durante suas missões de paz, como no Timor Leste e Haiti, e como estes têm sido confrontados (ou resolvidos)?
O apoio logístico as tropas em operação no Haiti tem sido realizado com a utilização de aeronaves da Força Aérea Brasileira, de navios da Marinha e, quando necessário, mediante contratação de serviços de transporte e manutenção de empresas privadas. Adicionalmente, o Comando Logístico mantém uma Célula Logística de Apoio (CLACH) que coordena e gerencia, no Haiti, as missões de apoio ao contingente realizando, inclusive, contratação de serviços locais e aquisição de materiais no Mercado internacional. Quanto ao Timor Leste, hoje não há mais contingente em operações naquele país, porém o processo seguido foi o mesmo.
Você pode nos dizer sobre seus sucessos recentes em trabalhar com a indústria internacional de defesa para a fabricação de novos veículos ou sistemas de veículos para o Exército? O que você procura em uma empresa ao avaliar potenciais parcerias?
A nossa mais recente experiência internacional foi a contratação de serviços industriais da Alemanha para a manutenção dos blindados da família LEOPARD 1 A 5, projeto que está em andamento. Atualmente iniciamos as ações relativas aos projetos de revitalização da frota M-113BR e prosseguimos com os trabalhos de revitalização da frota CASCAVEL e URUTU em parceria com a indústria nacional nas instalações do Arsenal de Guerra de São Paulo. O que se busca em uma empresa ao se avaliar potenciais parcerias é a qualificação técnica, além da relação custo / benefício dos serviços a serem prestados sendo igualmente importante mencionar a transferência / absorção de tecnologia.
Quão prontas estão as forças militares e de segurança do Brasil – do ponto de vista logístico – perante a realização de vários grandes eventos internacionais (Rio + 20, a Copa do Mundo e Jogos Olímpicos)? Que medidas especiais estão sendo tomados?
Do ponto de vista logístico, tratamos de dotar as tropas que poderão ter um possível emprego nos grandes eventos internacionais dos materiais e equipamentos necessários ao cumprimento das diversas missões operacionais.
As medidas especiais que vem sendo tomadas estão ligadas ao Projeto Brigada Braço Forte (BBF) o qual definirá a configuração das Grandes Unidades de emprego (modulo Brigada) em termos de equipamento. É importante mencionar que a experiência nas recentes missões de paz e operações em ambiente urbano no Rio de Janeiro vem sendo absorvida na capacitação e preparação da Força Terrestre para atuar nestes eventos.
Por que é importante para o Brasil acolher a comunidade internacional veículo blindado nesta conferência?
Para o Brasil é de elevada importância sediar um evento como esta conferência; além dos contatos pessoais, permitirá uma ampla troca de conhecimentos e experiências, o que servirá para o aprimoramento dos métodos e processos logísticos referentes à manutenção das frotas de viaturas blindadas.