Nelson Düring
editor-chefe DefesaNet
Tão logo o navio Grande San Paolo (tipo roll-on/roll-off) atracou e as condições permitiram membros do Exércio Brasileiro começaram a movimentar os carros de Combate Leopard1A5 que estavam nos porões do navio.
Com expectativa gerada pelas más condições do mar e de difícil atração o navio trouxe o ressurgimento da arma blindada no Brasil.
A aquisição anterior de carros de combate Leopard 1 A1 da Bélgica, dos qauis foram adquiridos 126, teve um resultado no mínimo ineficaz. Sem uma cadeia logística de apoio, equipes técnicas treinadas e permanentes para manutenir os veículos estes sofreram enormemente. E por fim a falta de uma estratégia de emprego para a Força Blindada.
O Recomeço
Dos erros e ineficiência do passado o Exército está reconstruindo a arma blindada. Assim na Estratégia Braço Forte apresentada pelo Exército é prevista uma consolidação da Forças Convencionais (incluindo as blindadas) no Sul do Brasil.
Porém os recentes desenvolvimentos estratégicos na região e em especial o apagão gerado no dia 10 de Novembro, que afetou em especial a Região Sudeste, levou a uma rediscussão dos planos do Exército e a um ajuste desta.
Na sua apresentação do dia 09 de Dezembro o Ministro da Defesa Nelson Jobim apresentou um plano de criação, movimentação e alteração de brigadas, porém não detalhou, o destino das unidades blindadas. Em especial o destino dos carros de combate Leopard1 A5, recém chegados, os Leopard A1 e os M60A3 TTS ( Tank Thermal Sight).
Em uma estrutura preliminar, ainda em evolução, os carros de combate teriam a seguinte organização e mobiliariam as unidades:
Leopard 1 A5 – o 1º RCC, de Santa Maria, o 4º RCC de Rosário do Sul (todos no RS) e os 3º e 5º RCC de Ponta Grossa e Rio Negro (ambos no PR). Essa estrutura foi implementada quando da reestruturação iniciada em 2003.
Também reforçariam os Regimento de Cavalaria Blindada (RCB), porém em uma estrutura, que será mesclada em alguns casos com os Leopard1 A1. Isso permitirá que os M41 (Walker Bulldog ) sejam retirados de serviço.
Como os sistemas mecânicos principais do Leopard1 A1 e do A5 são idênticos (motor, transmissão, lagartas e redutores laterais, )prevê-se que cada RCC retenha alguns A1 para instrução, de motoristas e mecânicos.
Uma idéia preliminar indicava o posicionamento do M60A3 TTS em Campo Grande mobiliando o 20º Regimento de Cavalaria Blindado de Campo Grande(MS).
Assim todos os Leopard 1 A1 e A5 e veículos especializados ficariam no Comando Militar do Sul. Os M60A3TTS no Comando Militar do Oeste.
Com apoio de empresas alemãs está sendo criada uma estrutura que garanta a perenidade das operações de blindados pelo Exército Brasileiro. O núcleo de blindados será baseado em Santa Maria, aproveitando o Centro de Instrução de Blindados que foi renovado e aperfeiçoado.
O Cenário Futuro
Quanto a perspectiva e atualização tecnológica o Exército Brasileiro considera que o Leopard 1 A5 e o M60A3 TTS, ambos equipados com visão termográfica e computador balístico e possibilidade de atirar munições flecha de alta velocidade garantirão uma perspectiva de uso de 10 a 15 anos.
O seu maior contraponto na região Sul é o carro argentino Tanque Argentino Mediano (TAM). Um veículo baseado no chassi do Veículo de Combate de Infantaria Marder, e que foi produzido na Argentina nos anos 70/80. Equipado com um canhão de 105mm raiado, baseado no L7A3 do Leopard 1, porém otimizado para emprego em carros de 30 toneladas. O recuo do canhão é maior o que limita a cadência de fogo porém é suportado pelas 30 toneladas do veículo.
A liderança inconteste na América do Sul é do Leopard2 A4 do Chile. Em certas condições o M60A3TTS, pela blindagem, pode enfrentar de forma limitada o carro chileno. Seria necessário adicionar blindagem e ter munição de última geração (munição flecha com maior relação comprimento/diâmetro).
Uma análise mais aprofundada do cenário da arma blindada na América do Sul será apresentado oportunamente por DefesaNet.
Carros Blindados da família Leopard:Adquiridos pelo EB
250 Viaturas Blindadas de Combate Carro de Combate (VBC CC) Leopard 1A5 BR , As viaturas estão previstas desembarcads estão sendo transportadas por meio de carretas do CMS para o Parque Regional de Manutenção da 3ª Região Militar localizado em Santa Maria. |
Ordem de Batalha de Carros de Combate do Exército Brasileiro
|
|
Leopard 1 A1
|
126 carros
2 Veículos de recuperação |
M60A3TTS
|
91 carros
|