A compra de 36 aviões de caça para renovar a frota da Força Aérea Brasileira (FAB) dependerá da evolução da crise financeira mundial, afirmou o ministro da Defesa, Celso Amorim, que preferiu não garantir se a decisão será tomada em 2012.
"Neste momento, a consideração fundamental é de ordem financeira e econômica. Não sabemos quais serão as consequências da crise financeira mundial sobre o Brasil", disse Amorim, em uma coletiva no ministério francês da Defesa.
"Devemos ser prudentes, sem esquecer que nossas necessidades na área de Defesa exigem uma decisão que não pode ser adiada indefinidamente."
Sem querer confirmar quando será anunciada a decisão sobre a compra, prevista para 2012 após o adiamento do projeto, Amorim reconheceu que "há urgência" em relação ao assunto.
"A vida útil dos Mirages está se esgotando. A manutenção vai custar caro a partir de 2013. Mas a urgência não é o único fator determinante. As possibilidades materiais também contam e é preciso balancear as duas coisas."
Além do Rafale francês, o americano F-18 Super Hornet, da Boeing, e o sueco Gripen, da Saab, também disputam a licitação brasileira para a compra dos caças.
Parceria
A pressão do governo francês para tentar vender seus aviões Rafale ao Brasil é enorme. Até hoje, a França não conseguiu exportar o modelo e conta com o Brasil para realizar sua primeira venda internacional.
Por este motivo, o projeto de compra de caças para a FAB, chamado de FX-3, deverá dominar as discussões entre Amorim e autoridades francesas. O valor do projeto está estimado em cerca de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 10,6 bilhões).
O Brasil concluiu em 2009 uma "parceria estratégica" na área militar com a França que prevê a compra de helicópteros, que já começaram a ser fabricados no Brasil, e quatro submarinos convencionais Scorpène, com transferência de tecnologia, além do casco de um submarino com propulsão nuclear.