Das 26 aeronaves que a Força Aérea Brasileira utiliza na Ágata 6, a metade é fabricada no Brasil. O marco, que já é comum no dia-a-dia da FAB, é resultado dos sucessos da Indústria Aeronáutica Brasileira, que tem seu dia comemorado hoje, 17 de outubro.
Na Ágata 6, podem ser vistos os aviões C-95 Bandeirante, um projeto do então Centro Técnico Aeroespacial (CTA), que voou pela primeira vez em 1968. Foi essa aeronave que fez surgir a Embraer, criada para iniciar a produção em série do turbo-hélice que logrou não apenas equipar diversos esquadrões da FAB, mas também as Forças Aéreas de outros seis países e operadores civis do Brasil e do exterior.
Já os E-99 e R-99 são derivados do ERJ 145, avião para 50 passageiros que já alcançou mais de 900 vendas de todos os seus modelos. As versões militares desses jatos, que começaram a voar na década de 90, têm equipamentos eletrônicos voltados para Ações de Reconhecimento, Inteligência, Comunicações e Controle do Espaço Aéreo. As Forças Aéreas da Grécia, México e Índia seguiram a FAB e também escolheram o avião brasileiro como plataforma para seus sistemas de vigilância aérea.
Os A-1 e RA-1, desenvolvidos em parceria com a Itália nos anos 80, são os primeiros jatos produzidos no Brasil. Os caças de ataque (A-1) e reconhecimento (RA-1) já foram utilizados pelos italianos nos conflitos dos Balcãs, no Afeganistão e na Líbia, sem nenhuma perda. Por aqui, os A-1 vão passar por um processo de revitalização para atualizar seus sistemas eletrônicos.
Por fim, o último representante da indústria aeroespacial brasileira na Ágata 6 é o A-29 Super Tucano, um caça leve de ataque desenvolvido pela Embraer para ajudar a FAB a interceptar pequenas aeronaves em voos irregulares nas regiões de fronteira. O modelo entrou em operação na Força Aérea em 2004 e também é usado no treinamento de futuros pilotos de caça em Natal (RN). Já foram exportadas unidades para oito países.
Dia da Indústria Aeronáutica Brasileira
A data é comemorada hoje em homenagem ao voo inaugural do M-7, em 17 de outubro de 1935. O M-7 foi o primeiro avião de projeto nacional a ser produzido por uma fábrica brasileira. A criação foi de Antônio Guedes Muniz, Oficial do Exército que acabaria se tornando Marechal-do-Ar da Força Aérea Brasileira, criada em 1941.
Ao todo, 28 unidades do biplano foram construídas nos hangares da Ilha do Viana, no Rio de Janeiro. Um deles, fabricado em 1938, está hoje em exposição no Museu Aeroespacial, também no Rio. Este último M-7 fez parte da dotação da Escola de Aviação Militar até 1941 e depois foi repassado para aeroclubes, onde voou com a matrícula PP-TEN.