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Adestramento conjunto prepara militares para atuação noturna

Mariana Alvarenga

Guiar pilotos de aeronaves para disparo de armamento em instalações inimigas. Esse é o aprendizado do Adestramento Conjunto Específico que ocorre de 21 de setembro a 17 de outubro em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Nessa terça-feira (13), o exercício foi executado à noite, de modo a preparar os militares para as adversidades de um ambiente sem luz.

Para lidar com esse fator, os militares utilizam óculos de visão noturna e marcador infravermelho, que é um feixe laser invisível a olho nu, ajustável em potência e alcance, para indicar onde está o alvo em situação de pouca ou nenhuma visibilidade. Além disso, levam consigo uma prancheta para anotar as informações que serão transmitidas ao piloto e um mapa com as coordenadas. No avião, o piloto dispõe desse mesmo mapa, de modo a compreender os passos dados pelo militar em solo.

Chegado o momento da execução da atividade, a aeronave sobrevoa com luz vermelha na asa esquerda e verde na direita, para informar para qual direção se dirige. Na comunicação via rádio, militar em solo e piloto utilizam o alfabeto fonético para que não haja falha no entendimento. Tudo é detalhadamente treinado para que o piloto atinja o alvo com precisão.

O Comandante da Ala 5, Brigadeiro do Ar Luiz Cláudio Macedo Santos, acompanhou o adestramento junto com o piloto, na aeronave. "Percebemos o empenho dos militares envolvidos no Guiamento Aéreo Avançado, de modo que eles facilitaram o trabalho dos pilotos na identificação dos alvos e, consequentemente, a realização dos ataques", pontuou.

Ele destacou, ainda, as diferenças entre o treinamento à noite e o realizado durante o dia. "No período diurno, nós contamos com a identificação visual dos alvos e a descrição do guia é mais fácil. Um conjunto de árvores isoladas ou uma instalação, durante o dia, é percebido com muito mais clareza", disse ele.

De acordo com o Brigadeiro Macedo, as condições atmosféricas foram uma das adversidades que os militares tiveram que enfrentar. Ele explica que, nesse exercício, utiliza-se a luminosidade que a lua provê. "De acordo com os ciclos da lua, temos melhor visualização ou não. Nós tínhamos muita fumaça e pouca luz da lua, de modo que a atmosfera não estava adequada, mesmo com uso do óculos de visão noturna, prejudicando bastante a visualização", explicou.

O Brigadeiro ressaltou que, mesmo diante desses contratempos, que também podem acontecer em situações reais, os militares da atividade conseguiram atacar com êxito os alvos designados pelos guias em solo.

Simulador de voo

Antes de partir para a atividade em campo, os militares receberam instruções no simulador de voo. Nesse ambiente, grandes telas de projeção mostram o espaço aéreo semelhante ao percorrido em atuação real, em um voo a 400km/h.

No avião simulado, o manche detém o mesmo gatilho de disparo de armamento que as aeronaves de verdade. "Esse treinamento aqui é importante, porque permite ao aluno se colocar no lugar do piloto e saber qual é a visão que ele tem", destacou o Major Antônio Ramalho, gerente operacional do Adestramento.

Sintonia e confiança

No Guiamento Aéreo Avançado, a palavra que define a sintonia entre piloto e guia é confiança. Isso porque o ataque realizado pelo militar na aeronave é feito de acordo com a orientação daquele, em solo. Assim como o paraquedista precisa confiar no trabalho do dobrador do paraquedas, pois a maneira que esse é armazenado é crucial para a abertura e o sucesso do salto, assim também é a atuação do piloto que espera as coordenadas de um guia. Essa parceria é determinante para o êxito em destruir forças de superfícies inimigas.

Fotos: Antonio Oliveira

 

 

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