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A Melhor Pequena Força Aérea é feita de Grandes Profissionais

Nota Texto Revisado 01:00  11 ABR 14

Recomendamos a leitura do discurso de troca de despedida do COMDABRA, pelo Brig Baptista Jr. Link

Ao ler o artigo de meu colega David Axe, de pronto me veio à mente o capítulo mais marcante da história da aviação militar, e certamente um dos mais relevantes dentre os dos conflitos da humanidade, a Batalha da Inglaterra. Para além da fé no ideal da justiça e da liberdade, resumido no “nunca… tantos deveram tanto a tão poucos”, eternizado pelo discurso de Churchill, uma doutrina criativa baseada nos recursos tecnológicos inovadores foi capaz de multiplicar aqueles “poucos”.

Eis o elo que me fez ligar a “davídica” RAF da Segunda Grande Guerra, à estrutura aeronáutica militar brasileira analisada no artigo. “Uma estrutura única, que combina sistemas de vigilância e comunicação sofisticados, com aviões da década de 70”, nas palavras de David.


E como foi possível à FAB, com tantas restrições de recursos, galgar uma reconhecida eficiência? A resposta está na combinação de capital humano e tecnologia, assim como o foi em 1940. Durante os ataques alemães, a criatividade foi a chave para redefinir a estrutura da Real Força Aérea da Grã-Bretanha, e valendo-se das inovações tecnológicas ao alcance, utilizou o radar como base de doutrinas operacionais mais eficazes. Assim, reduzindo a necessidade de massivas patrulhas de combate, passou a otimizar os poucos efetivos direcionando-os de forma certeira para os alvos que representavam ameaça ao território inglês.
 
Setenta e quatro anos depois, a formula ainda funciona. Com elevadas doses de criatividade, os profissionais que fazem a FAB têm driblado (afinal, o país é o do futebol) adversidades, e conquistado notórios resultados. Sob o longevo comando do Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito, (o mais extenso, desde o extinto Ministério da Aeronáutica até hoje) a Força Aérea Brasileira tem dado pas
sos largos na modernização. A inspiração de sua paciência nipônica foi providencial, em meio a governos tão insensíveis com as questões de Defesa. O tão esperado capítulo final da “novela” F-X, tem em Saito e sua sabedoria nipônica, protagonismo decisivo.
 

É igualmente justo verificar, que o reconhecimento do elevado profissionalismo alcançado pela FAB, tem em sua base a dedicação e comprometimento dos homens e mulheres que compõem esta “pequena” grande Força. A capacidade de transformar as limitações em bons resultados, com uma alta disponibilidade dos equipamentos, e elevado adestramento das equipagens, reflete não só a liderança que os guia, mas a crença pessoal no cumprimento da missão.
 

Novos desafios se aproximam, e mais uma vez demandarão a criatividade para adaptação às inovações tecnológicas. No nível de esquadrão, a avizinhada entrada em serviço de aeronaves multiemprego redesenharão em muito a rotina de trabalho, desde o planejamento da missão, ao cumprimento das ordens técnicas de serviços de manutenção. A “melhor pequena força aérea” poderá tornar-se ainda melhor!
 
Comemorando mais este reconhecimento internacional, pelo que nossas análises técnicas e trabalhos jornalísticos tenham colaborado da forma mais humilde, servindo de subsídio de informação para veículos mundo afora, cumprimento a todos os que ostentam o Gládio Alado. E como forma de homenagear a todos os militares da FAB, tomei por seu representante um amigo, o Major-Brigadeiro do Ar Carlos Baptista Júnior, na ocasião em que deixa o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro, e assume a Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico. Não o elegi pela amizade (tetéu que sou – os que me conhecem o confirmarão), mas sim, pela inegável contribuição para este reconhecimento internacional. Nos capítulos recentes da FAB, em formação cerrada com o Comandante Saito, o Brigadeiro Baptista Júnior teve seu nome à frente da fase de conclusão (revisões das ofertas e/ou promessas dos concorrentes) do relatório da Força Aérea, que abalizou a decisão presidencial no F-X2, enquanto no comando da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate.
 
Ainda na direção da COPAC, celebrou o Contrato de Suporte Logístico (CLS) das aeronaves e motores do H-X BR (projeto que propiciou ao Brasil a transferência de tecnologia para fabricação em território nacional de parte dos modernos helicópteros de médio porte de emprego geral EC-725), que tem amparado a operação dos novos helicópteros recém-adquiridos conjuntamente pelas três Forças pelos primeiros cinco anos.
 
Também sob sua presidência na comissão, avançaram os trabalhos de modernização dos caças F-5, das aeronaves de ataque ao solo A-1, e das plataformas de vigilância (Alerta Aéreo Antecipado e Controle) E-99, versão militar especializada de jatos Embraer 145. A modernização das aeronaves P-3A para o padrão P-3BR destinadas a executar as missões de Antissubmarino, Patrulha Marítima, Reconhecimento Aéreo, Ataque, Controle Aéreo Avançado e Busca e Resgate, avançou sob suas mãos.
 
Se a partir de plataforma aéreas, o A-Darter, o MAA-1B, e o MAR-1 foram alguns dos mísseis cujos projetos estiveram aos seus cuidados, o projeto AAE buscou e avaliou soluções de defesa antiaérea.
 
Foram traçados os rumos do projeto KC-X2, para aquisição de aeronaves pesadas de carga e reabastecimento estratégico em voo, e apoio logístico inicial. Já o KC-390, cujo voo de seu protótipo está previsto ainda para este ano, teve sob a sua presidência na COPAC a conquista de etapas decisivas.
 

 No Comando da Defesa Aeroespacial Brasileira foi mais uma vez inovador. Sua assinatura está lá, para sempre grafada nas modernas estruturas e na otimização de rotinas, que como exemplo, tiveram na JMJ e na Copa das Confederações, em 2013, demonstração da operacionalidade e prontidão, utilizando-se inclusive dos VANT, cujo projeto já havia tocado na COPAC com o objetivo de dotar a FAB de um Sistema de Veículos Aéreos Não Tripulados.

 

Sob o comando de Baptista Júnior foram assinados os trabalhos de desenvolvimento do Link BR-2, tecnologia que vai permitir aos aviões trocarem dados entre si em pleno voo. “O sistema de data link é um multiplicador de força para qualquer Força Aérea”, como sempre defendeu o Brigadeiro, e representará o ápice desta capacidade operacional otimizada, e ponto chave da eficiência da FAB.

 

A projeção da atuante carreira do Major-Brigadeiro-do-Ar Carlos de Almeida Baptista Júnior rompe a grandeza dos projetos que dirigiu. Sua liderança autêntica, ao mesmo tempo conciliadora e combatente, foi percebida para além caserna, e em muito contribuiu para uma imagem das mais positivas da instituição que representa.
 
Ao profissional Baptista Júnior, o aplauso; que é igualmente merecido e estendido aos seus pares, oficiais e praças, homens e mulheres que trilham o mesmo ideal.
 
Ao amigo Baptista Júnior, o abraço; e os votos de continuação do sucesso alcançado, no novo comando.
 
A ambos, a torcida e o apoio para que a Força Aérea Brasileira seja sempre a “MELHOR”.

 
 
Vianney Júnior
Editor de Avaliação de Aeronaves


 

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