Marta Vieira
Sete Lagoas (MG) — A Iveco, braço da Fiat, inaugura hoje na cidade mineira de Sete Lagoas fábrica de veículos de defesa. A unidade industrial, primeira do gênero instalada fora da Europa, já nasce com área destinada à expansão, para abrigar linhas de produção do blindado Guarani, encomendada pelo Exército em substituição ao Urutu, e outras famílias de equipamentos europeus que entraram no planejamento da montadora para produção local.
O presidente da Fiat industrial para a América Latina, Marco Mazzu, confirmou que além do Brasil, a Argentina, o Chile e a Colômbia oficializaram o interesse na importação do anfíbio Guarani, com 7 metros de comprimento, capacidade de carga de 20,5 toneladas e seis rodas com tração para transporte de 11 passageiros. A fábrica mineira foi preparada para funcionar como uma plataforma de exportação da Iveco no subcontinente, fortalecendo a posição da empresa num mercado que fatura cerca de US$ 80 bilhões por ano no mundo, de acordo com estimativas dos fabricantes.
"Estamos numa fase de manifestação de interesse e consequentemente de avaliação de produto. A princípio, olhamos para a América Latina pela proximidade", afirma Marco Mazzu. Para iniciar as exportações, a Iveco ainda depende da homologação do Guarani pelo Exército brasileiro, esperada para, no mais tardar, até o terceiro trimestre. Nas instalações de Sete Lagoas, que incorporaram ares das plantas italianas de Bolzano e Vittorio Veneto, onde foram treinados soldadores de elite contratados em Minas Gerais, os primeiros 12 Guaranis já foram entregues, como parte de um contrato de R$ 246 milhões para fornecimento de 86 blindados até meados do ano que vem.
A rigor, o contrato com o Exército permitiu que a Iveco se preparasse para transformar o Guarani na base de uma família de blindados médios de rodas. A unidade tem competência para produzir mais 10 versões, incluindo veículos de reconhecimento, socorro, postos de comando, comunicações, oficina e ambulância.