Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, considerado o maior acontecimento esportivo e de mídia do planeta, reuniram no Brasil, primeiro país da América do Sul a sediar esse Grande Evento, dezenas de delegações de atletas; milhares de repórteres e turistas, tanto nacionais quanto estrangeiros; inúmeros Chefes de Estado e de Governo; e proporcionaram uma audiência global de mais de cinco bilhões de pessoas.
Ao longo de 29 dias, além do Rio de Janeiro (RJ), outros Estados se mobilizaram para receber as partidas de futebol olímpico. Aconteceram 65 campeonatos, com cerca de 200 países participantes, em torno de 15 mil atletas, 70 mil voluntários e 25 mil profissionais de mídia credenciados envolvidos. Por todas essas razões, houve intensa cobertura de mídia ao vivo, tornando o evento um dinamizador de vantagens e de riscos para o Brasil como país-sede.
Devido à singularidade e à magnitude dessa competição, o Exército Brasileiro (EB) foi empregado com um efetivo aproximado de 22 mil militares, em conjunto com a Marinha do Brasil, a Força Aérea Brasileira, o Ministério da Justiça, a Agência Brasileira de Inteligência e órgãos de segurança pública, para atuar em três grandes eixos: Segurança e Defesa; Cessão de Instalações; e Desporto.
Na primeira vertente, desdobrou-se na Defesa Antiaérea; Segurança e Defesa Cibernética; Proteção de Estruturas Estratégicas; Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear; Coordenação de Fiscalização de Explosivos; Enfrentamento ao Terrorismo; Força de Contingência; Segurança de Autoridades; Execução de Escoltas; e Apoio Logístico.
Na Cessão de Instalações, o Centro de Capacitação Física do Exército sofreu uma reestruturação para ser o Centro de Treinamento de Alta Performance do Time Brasil.
A Escola de Equitação do Exército teve suas instalações modernizadas para sediar os esportes hípicos e o Complexo Esportivo de Deodoro foi reformado para receber as provas de rugby, esgrima, hipismo, combinado do pentatlo moderno, futebol 7 e esgrima em cadeiras de rodas.
Já no Desporto, destaca-se a participação de 52 atletas militares de alto rendimento do Exército, que alcançaram excelentes resultados: a prata no tiro esportivo com o Sargento Felipe Wu, primeira medalha conquistada pelo Brasil; e o bronze do Sargento Rafael Silva, no judô, e da Sargento Poliana Okimoto, na maratona aquática. Ao todo, 145 atletas militares das Forças Armadas integraram o Time Brasil, angariando 13 medalhas.
O Centro de Comunicação Social do Exército
Nesse panorama grandioso, o Sistema de Comunicação Social do Exército (SISCOMSEx), organismo que reúne o Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEx), Órgão Central do Sistema, as seções e os elementos de Comunicação Social do EB, possibilitou um trabalho coordenado e integrado, a fim de difundir a realização dos Jogos Rio 2016 em ambiente estável e tranquilo, divulgando informações corretas, relevantes e oportunas, diante de um cenário dinâmico e de incertezas.
Para tanto, o SISCOMSEx buscou assegurar a prática sistematizada da Comunicação Social, promovendo o diálogo entre os diversos públicos e divulgando as diferentes faces de atuação do Exército. Devido ao amplo espectro das atribuições da Força e às características da capital do Rio de Janeiro, os Jogos significaram um imenso desafio, configurando-se o acontecimento de maior prioridade em 2016.
Assim, a Comunicação Social, ferramenta multidisciplinar, teve papel imprescindível ao gerar a visibilidade necessária para o êxito das missões e ao projetar a Força. Com esse intuito, o CCOMSEx planejou, coordenou e supervisionou todas as tarefas de comunicação de interesse do Comando do Exército, imprimindo os esforços necessários e disciplinando os procedimentos para a divulgação das ações da Força Terrestre.
Já o SISCOMSEx desenvolveu e executou essas ações, a fim de catalisar a opinião pública em prol da proteção e do fortalecimento da imagem do EB.
Por ser um evento gigantesco, tornou-se imperativo organizar uma estrutura diferente, formada por militares com habilidades e expertises em comunicação. Esses profissionais, vocacionados e altamente capacitados, integraram os Destacamentos de Comunicação Social em diferentes áreas de participação: Central, Coordenador Geral de Defesa de Área, Deodoro, Barra e Maracanã.
Com esses recursos humanos selecionados, coube ao CCOMSEx estabelecer uma composição proativa e capaz de desempenhar as atividades referentes à Comunicação (Relações Públicas, Informações Públicas e Divulgação Institucional), promovendo o diálogo entre os agentes de comunicação e os variados públicos consumidores de informação.
Desse modo, foi o responsável por operar a cobertura e a divulgação da atuação do EB nos Jogos, desde a passagem da Tocha até o encerramento de todas as atividades. Visando facilitar a interação entre o EB e esses distintos atores, o CCOMSEx desenvolveu um portal de notícias para a difusão do emprego da Força Terrestre.
Com uma página ágil, dinâmica e envolvente, publicou artigos, vídeos, reportagens e notícias para o acompanhamento dos treinamentos e das ações das tropas, bem como da preparação e das conquistas dos atletas do Exército.
Para apresentar o trabalho do Exército a diferentes públicos, produtos foram elaborados especialmente para o Grande Evento: Revista Recrutinha, edição especial “A Força no Esporte”, de 19 de abril; Revista Verde-Oliva, edição especial “Jogos Rio 2016”, de dezembro de 2016; Álbum de figurinhas “O Exército Brasileiro no Esporte”; Kit de informação à imprensa, traduzido para inglês e espanhol; banners, cartazes e outdoors.
Esse material foi distribuído à imprensa e às organizações militares de todo o Brasil, a fim de chegar ao público interno e também a todos os segmentos da sociedade. O resultado de todo esse empreendimento foram os números expressivos que retratam o trabalho silente, mas decisivo, de Comunicação Social, para a exposição da imagem e da credibilidade do Exército, nacional e internacionalmente.
Os produtos tiveram um alcance global de quase 37 milhões de pessoas. O portal “Exército Brasileiro: a Força nas Olimpíadas” obteve 229 mil acessos. No Facebook, foram três milhões e meio de visualizações, e o Canal do YouTube, com 244 minutos de vídeos, teve quase 300 mil acessos.
Conclusões
A ampla cobertura dos Jogos permitiu o desenvolvimento de uma cultura de integração entre as Forças Armadas e de interoperabilidade entre as diversas agências envolvidas. Possibilitou, também, destacar a participação do EB em um acontecimento ímpar; exaltar valores, princípios e tradições tão caros à Força; e enaltecer o sentimento de cidadania e nacionalidade em todos os brasileiros.
No atendimento às demandas da imprensa e no gerenciamento das crises advindas com a ação das Forças Armadas, cabe ressaltar que a presteza e a proatividade criaram condições favoráveis para que, ao final do Grande Evento, fosse computado para a Instituição, nas principais fontes jornalísticas do País, o retorno em mídia espontânea positiva da ordem de 145 milhões de reais.
Esse resultado é considerado altamente positivo, se forem levados em consideração a complexidade da operação Jogos Rio 2016 e os desafios desse evento multiesportivo para a projeção do Brasil no concerto das nações.
A par de tudo isso, o legado imaterial para a Comunicação Social do Exército é sem precedentes, uma vez que o SISCOMSEx pôde colocar em prática o estabelecimento, a manutenção, a operação e a segurança do funcionamento da rede, gerenciando crises, e eliminando as desconfianças e a desinformação, o que preservou e fortaleceu a imagem do EB.