Ao comemorarmos o dia de hoje, nos reportamos ao 8 de maio de 1945, quando ainda ecoa, nos quatro cantos do mundo, o grito de Vitória! Era a rendição do exército nazista, o fim da Segunda Guerra Mundial, mais amplo e cruel conflito da história da humanidade.
É sempre oportuno que se valorize a paz duramente conquistada e, com os olhos do coração, olhemos para enxergar o que foi vivenciado naqueles intermináveis seis anos.
É sempre tempo de agradecer, ao Deus Único de todos nós, a força que deu aos exércitos aliados para combaterem e vencerem o nazifascismo, doutrina extremada que rejeitou a desejada convivência harmônica com os diversos povos e agrediu a livre e democrática opção das nações do mundo. É tempo, hoje celebrado, de reconhecer e cuidar para que não voltemos a sacrificar milhões de seres humanos, a destruir tantas cidades e a ofender tantas nações.
Paremos para ouvir e refletir. O grito de Vitória, pronunciado naquela instância, traduz o fim de um prolongado sofrimento, graças à ação corajosa de heroicos combatentes e, dentre estes, orgulhosamente identifiquemos e exaltemos os integrantes da Força Expedicionária Brasileira, a FEB.
Àquela época de insegurança, o temor e o desrespeito à liberdade das nações atravessaram o Atlântico e vieram nos agredir. Em nossa costa marítima, navios brasileiros foram torpedeados e afundaram, causando a morte de seus ocupantes, num desrespeito à nossa integridade física e moral de País independente e livre.
Nós, brasileiros de todos os rincões da Pátria amada, reagimos. Homens e mulheres atenderam à convocação. Fomos preparados e mobiliamos a FEB. Desembarcamos na Itália, país irmão. Éramos Pracinhas do Exército de Caxias que, ao lado de marinheiros, aviadores e dos países aliados, lutariam contra o inimigo comum.
E o Pracinha, a despeito da saudade da família e do Brasil, de fervorosamente querer a paz, enfrentou a guerra com coragem, responsabilidade, respeito, desassombro e competência profissional. Das inúmeras vitórias, destaquemos Camaiore, Monte Prano, Monte Belvedere, Monte Castelo, Castelnuovo, Montese, Zocca, Collechio e Fornovo di Taro. O “Braço Forte”, mais do que impor vontade e competência bélica ao inimigo, dele e dos nossos aliados conquistou o respeito e a admiração.
E, mais ainda, reforçou, com a “Mão Amiga”, a admiração e o fraternal afeto dos irmãos italianos.
Portanto, esta data muito diz que não foi em vão o sacrifício daqueles irmãos de Armas que tombaram no campo de batalha em honra à Pátria. Por certo, acolhidos nas Hostes Divinas, vibram conosco nesta significativa data.
Que o amor febril pelo Brasil continue a motivar a gente brasileira; pois, com Deus ao lado, somos soma e parcela, Vontade que luta e zela, pela ordem, segurança e pela paz.
Que do 8 de maio, o grito de Vitória continue a ecoar e empolgar a “Alma brasileira, o coração verde-oliva” e toda a humanidade.
Brasília, DF, 8 de maio de 2014.
General de Exército
Enzo Martins Peri
Comandante do Exercito