Em 1918 terminava um dos maiores conflitos contemporâneos da humanidade: a Primeira Guerra Mundial. Considerada toda a mobilização que se fez presente naquele período, os exércitos perceberam que era imperioso dispor de reservas prontamente mobilizáveis, mas que trouxessem a formação militar e a capacidade de liderança.
Além disso, seria de suma importância que possuíssem um conhecimento prévio sobre as peculiaridades da caserna, para que estivessem aptos a ocupar cargos e a exercer funções de oficiais subalternos quando necessário, tanto no comando de frações como no apoio ao combate.
O Exército Brasileiro comemora, no dia 4 de novembro, o dia do Oficial da Reserva (R/2). Esta data foi determinada pela Portaria nº 429, de 18 de julho de 2006, do Comandante do Exército, com a finalidade de rememorar o nascimento do Tenente-Coronel Luiz de Araújo Correia Lima, idealizador dos Órgãos de Formação de Oficiais da Reserva (OFOR) do País.
Descendente de uma família de militares, Correia Lima, que nasceu em Porto Alegre, no ano de 1891, foi um aluno aplicado, figurando sempre entre os primeiros colocados nos diversos cursos que realizou: no Colégio Militar de Porto Alegre, na Escola Militar de Realengo e na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, dentre outros.
Como estudioso das doutrinas pós 1ª Guerra Mundial, vislumbrou, perspicazmente, a importância da incorporação às reservas mobilizáveis de cidadãos com formação superior e conduta ilibada, o que motivou o Exército Brasileiro a criar, em 22 de abril de 1927, o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro (CPOR/RJ), organização militar pioneira na formação de Oficiais R/2, sendo seu primeiro comandante o então Cap Correia Lima.
Ao longo do tempo, a ideia de criação de organização Militar formadora de oficiais R/2 evoluiu e firmou-se com a criação de diversos Centros de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) e de Núcleos de Preparação de Oficiais da Reserva (NPOR) por todo o território nacional, a fim de atender às especificidades das diversas armas, quadros e serviços.
Atualmente, os CPOR e os Núcleos de Preparação de Oficiais da Reserva (NPOR) são instituições de ensino, que preparam jovens para o desempenho das funções de oficial do Exército Brasileiro, a serem executadas em organizações militares de corpo de tropa, nas quais substituem os tenentes de carreira, recompletam claros e fortalecem a reserva mobilizável da Força Terrestre.
Devido a crescentes demandas na área administrativa, profissionais especializados por entidades civis de nível superior, voltados para diversas áreas de interesse da Força, têm sido incorporados ao Exército por meio do Estágio de Serviço Técnico para formação do Oficial Técnico Temporário (OTT), à semelhança dos Oficiais R/2 médicos, farmacêuticos, dentistas, veterinários e enfermeiros, que também prestam fundamental apoio à saúde e ao bem estar dos militares e de suas famílias, inclusive em regiões inóspitas.
No atual processo de transformação pelo qual passa o Exército Brasileiro, impõe-se à Força Terrestre buscar, constantemente, a formação ideal e o melhor aproveitamento desses militares, nas complexas e desafiadoras missões que o Século XXI apresenta. Neste contexto, caberá ao Oficial R/2 papel relevante como integrante fundamental da Instituição, quer pelas atividades militares que desempenham, quer pelo papel de multiplicador dos valores cultuados na reserva, quando de sua saída da Força Terrestre.
Oficiais temporários – ou oficiais R/2, como também são conhecidos – , o Exército Brasileiro apresenta-lhes os agradecimentos por comporem as fileiras da Instituição, ressaltando características que os identificam como integrantes da Força, ainda que não envergando mais o verde-oliva, tais respeito mútuo, comprometimento, espírito de luta, desprendimento, amor à Pátria e dedicação, o que tem contribuído para manter elevado o nome e preservada a imagem da Instituição junto à sociedade.
Parabéns, Oficiais R/2 do Brasil!
Vibrem pelo seu dia!