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2ª Brigada de Infantaria de Selva executa evacuação aeromédica de criança indígena da etnia Yanomami

Na manhã do dia 8 de agosto, militares do Comando da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, do 4° Batalhão de Aviação do Exército e do Hospital de Guarnição de São Gabriel da Cachoeira realizaram a evacuação aeromédica de uma criança com um ano e oito meses de idade e sua mãe. Ambas são moradoras da Comunidade Indígena do Maiá, área de difícil acesso, a 170 km de São Gabriel da Cachoeira e a mais de 800 km de Manaus.

A criança, da etnia Yanomami, apresentava um quadro clínico de pneumonia e COVID-19, necessitando ser removida da comunidade para o Hospital de Guarnição de São Gabriel da Cachoeira, a fim de receber os devidos cuidados médicos.

Chegando ao hospital, a criança foi submetida a uma avaliação pediátrica, realizou exames para a obtenção de um diagnóstico com exatidão e permanecerá internada para receber a medicação e o tratamento médico necessários.

Integrantes do HMASP relatam emoção e orgulho em participar da Missão Yanomami – Raposa Serra do Sol

Após participação da Missão Yanomami – Raposa Serra do Sol na fronteira do Brasil, em Roraima, os militares de saúde do Hospital Militar de Área de São Paulo (HMASP) retornaram diferentes de quando foram para a atividade. Para a maioria dos participantes, foi a primeira vez que estiveram na Região Norte e o desconhecido apresentou-se melhor do que imaginavam. Os depoimentos a seguir mostram a visão de cada um dos militares, com relatos cheios de alegria, emoção, carinho, respeito e orgulho dessa nobre missão.

Capitão Médico Di Pierro, ginecologista 

“A melhor sensação foi saber que fiz a diferença. Achei que fosse enfrentar dificuldades e me deparei com uma estrutura modesta, mas satisfatória para o atendimento aos indígenas, mesmo nas comunidades mais distantes.”
Em cada posto da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), ficavam, normalmente, um médico, um enfermeiro e um técnico que, muitas vezes, era da própria tribo, o que facilitava o atendimento. A missão não focou só na testagem, na prevenção e no tratamento da COVID-19. Durante um dos atendimentos, o Capitão Di Pierro examinou uma senhora com dor abdominal e ela foi encaminhada para fazer exames na cidade mais próxima.

1º Tenente Médica Maria Letícia, infectologista

A Tenente Maria Letícia havia dito que tinha muitas dúvidas antes de ir para a missão, mas, depois que chegou lá, viu uma realidade diferente da que ela imaginava. Em seu relato, diz que, ao longo da missão, foi ficando completamente envolvida por aquele povo muito carente, porém rico em simpatia e afabilidade. Impressionou-se, também, com o belíssimo trabalho dos militares que servem naquela região e resumiu: “Deu orgulho de servir ao Exército Brasileiro”.
Devido ao dialeto local, a comunicação, muitas vezes, era feita por meio de gestos. A médica ainda recebeu um ilustre paciente, o pajé da tribo indígena Flexau. Ele foi o único paciente que ela encaminhou para ser hospitalizado em Boa Vista, por estar apresentando vários sintomas relacionados à COVID-19.

1º Tenente QCO Enfermagem Aline Ferraz  

A Tenente Aline Ferraz não conhecia a Região Norte do País. Ela destacou que a recepção do General de Brigada Márcio Bessa Campos, Comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, fez toda a diferença, pois ele detalhou a missão, falando das peculiaridades dos povos indígenas e da região. Ainda assim, o contato pessoal, as conversas, ainda que, muitas vezes, por meio de gestos, apresentaram uma realidade que estava longe do que ela pensava ser.

“A missão foi um grande presente para mim. Muitos indígenas, por exemplo, não sabiam sua idade, o que, inicialmente, me causou espanto, mas, depois, conversando com um agente da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), entendi que era da cultura daquele povo”, ressaltou.

Na comunidade Yanomami, viu o envolvimento do Comandante do Pelotão de Fronteira de Surucucu, Tenente Mariano, e de sua esposa, Lorena, e o respeito e carinho dela em relação à cultura daquela tribo. A militar achou curioso que os integrantes da tribo, em especial as mulheres e crianças, não se deixavam fotografar, porque diziam que pegariam febre e morreriam. 

“Um dos momentos mais emocionantes foi quando 2 curumins que, sem que eu esperasse, tocaram minhas mãos e depois se abraçaram de forma tão pura, como se quisessem demonstrar carinho por mim. Uma das cenas mais lindas que presenciei na minha vida”.

1º Tenente Médica Teresa Carbone, clínica médica e geriatra

 “Fui com uma grande expectativa de ajudar as comunidades indígenas e, apesar de algumas dificuldades, voltei com uma sensação de dever cumprido. O que aprendi, tentando ajudar as pessoas, expandiu meus horizontes. Foi uma experiência gratificante. Estou realizada!”

1º Tenente Médica Teixeira, pediatra

A  Tenente Teixeira classifica sua experiência como única. "A sensação boa de ajudar aquela população carente de recursos, devido ao seu isolamento, já valeu a missão, mas ela ainda foi brindada com a oportunidade de conhecer aquela parte do Brasil e um pouco mais da cultura indígena. A questão do dialeto não foi um problema, pois a presença de tradutores das próprias tribos facilitou as comunicações e, quando não tinha um tradutor, os gestos ajudaram".

Ela finaliza, dizendo que se sentiu acolhida devido à recepção calorosa por parte dos indígenas e que se surpreendeu positivamente com o apoio de saúde presente nas comunidades.

1º Sargento de Saúde Apoio Leandro, auxiliar de saúde, fotógrafo da missão

“A minha expectativa quanto a missão era grande, porque não sabia o que iria encontrar. Ao chegar lá, o que mais me chamou a atenção foi a diversidade entre as tribos e o isolamento de algumas. Conversando com um dos indígenas, ele me relatou que andou em torno de 7 horas até chegar ao nosso posto. Uma coisa que notei foi a alegria deles em ter ajuda, e isso, para mim, foi o ponto alto da missão. Sou grato ao Exército por esta oportunidade”.

O Sargento Leandro tem um hobby: a fotografia. Por isso, levou sua máquina e registrou vários momentos. A maior parte das fotos da matéria são dele

3º Sargento de Saúde Ana Marinho

Dentre todos os pontos observados durante a missão, a Sargento Ana Marinho destacou a importância do trabalho em equipe com os amigos de farda da Marinha do Brasil e da Força Aérea Brasileira, bem como a ajuda de integrantes da FUNAI e SESAI. Outro fator que chamou a atenção foi a tribo Yanomami, que ainda mantém fortes suas tradições, como a pintura nos rostos e os adereços, porém o que mais a tocou foi a união e a simpatia daqueles indígenas, a despeito de sua simplicidade, falta de recursos e isolamento. “Participar dessa missão me deixou realizada como militar e como profissional de saúde”, finalizou.

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