Capitão Arlindo Bastos
PM-Bahia
A missão da Border Patrol americana é prevenir, detectar atos de terrorismo, e o movimento ilegal de pessoas, drogas ou mercadorias. A fronteira sul dos EUA com o México tem 3.140 km, esta vizinhança de contrastes, principalmente econômicos, provoca um êxodo populacional no sentido sul – norte, em busca de melhores condições de vida, no país “yankee”.
A grande extensão territorial da fronteira, pode proporcionar a entrada não só de emigrantes, como também de terroristas internacionais e traficantes de drogas e pessoas. Nos anos noventa, o governo norte americano endureceu a sua política de tratamento aos imigrantes ilegais, implantando a Operação Guardiã para controlar a área de San Diego e Ti juana e a Operação Rio Grande, para monitorar a região do Texas;
Nesta época foi construído um grande sistema de contenção, com barreiras físicas, projetores de luz de alta potência,câmeras fixas e móveis, inclusive com sensores termais, além disto a Border Patrol, utiliza aeronaves, automóveis, cavalos, cães e lanchas. Após os atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001, esta faina de vigilância da fronteira sul, recebeu a partir de 2005, o reforço de Veículos aéreos não Tripulados (VANT),
Foram adquiridos sete aparelhos MQ-9 Predator B, produzido pela General Atomics aeronautical Systems, estes veículos não tripulados, possuem um iluminador laser, muito usado no período noturno, salientando, que este laser é invisível ao olho humano, menos para o efetivo da Border Patrol que através do emprego de óculos especiais, conseguem visualizar seus alvos como se fosse o dia. Existe a previsão da chegada de um oitavo aparelho em 2011, a um custo de dez milhões de dólares cada um. Foram também empregados os Predators, na fronteira, com o Canadá.
Estes aparelhos tem substituído de forma econômica as aeronaves de asas rotativas em diversas missões, pois o mesmo pode efetuar uma missão de vigilância por trinta horas, sem a necessidade de reabastecimento, ao contrário de um helicóptero Black Hawk, cujo o tempo de voo é de duas horas e dezoito minutos, servindo ainda outras instituições governamentais, tal como ocorreu durante a temporada de furacões de 2008 e as inundações que afetaram o meio-oeste em 2009, além disto a US Coast Guard, tem reforçado a proteção ao território continental dos EUA, com o emprego de VANT, em missões SAR e no combate ao tráfico de drogas, oriunda do México e países da América Central.
Graças as vantagens do emprego deste meio aéreo, nas diversas missões policiais, militares e de interesse da inteligência norte americana, ocorre atualmente uma grande disputa entre os orgãos governamentais interessados em profissionais especializados na condução de VANT. Assim, o Pentágono e as agências de inteligência dos EUA, praticamente recrutaram todos os profissionais com capacidade de guiá-los, este fato ocorre, devido as campanhas no Afeganistão e Iraque.
Devido a isto, a Border Patrol, opera seus VANT, mediante contrato com a General Atomics, para utilização de seus pilotos com o intuito de atender as suas necessidades operacionais. Um marco histórico foi a participação do CBP na feira aérea de Oskhosh de 2009, pois foi a 1ª vez que um VANT, pousou em um aeródromo comercial; Graças a estas aeronaves foram detidos 4.865 emigrantes ilegais e contrabandistas, estas operações já ultrapassaram a marca das 10.000 horas de vôo. Desta forma os norte americanos conseguiram montar um sistema de monitoramento fronteiriço muito eficaz. Com a experiência dos EUA no uso de VANT em regiões de fronteira, e no seu mar territorial, a partir de bases da NASA (Cabo Canaveral), USAF (Grand Forks) e US Navy (Corpus Christi).
Aproveitando o expertise, a Policia Federal brasileira poderia ir observando estas experiências com o intuito de empregar seus VANT, no monitoramento das fronteiras brasileiras, lembrando ainda que deve haver troca de informações com as Forças Armadas brasileiras, e as policias estaduais que já pesquisam e desenvolvem VANT com o intuito de formatar a doutrina operacional, deste novo vetor aéreo na segurança interna brasileira, devendo-se priorizar a padronização destas aeronaves entre os operadores do ramo de segurança pública e de defesa, tendo em vista a cadeia logística mais racional em relação aos sobressalentes, e por que não o uso em conjunto dos VANT, repetindo a cooperação técnica e de inteligência como ocorreu recentemente no Rio de Janeiro, quando da instalação das UPP, priorizando os produtos nacionais, incentivando assim a nossa indústria de defesa, os nossos pesquisadores, além das universidades e instituições de fomento tecnológico, tanto privadas quanto públicas.
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