Tácito Augusto Silva Leite
Diretor executivo do mercado de segurança da Indra no Brasil
Desde o anúncio da descoberta da camada pré-sal em 2009, esta riqueza submarina que se estende desde Santa Catarina até o Espírito Santo é apontada como um dos principais pilares para o crescimento futuro da economia brasileira. A exploração exitosa deste patrimônio nacional dependerá de uma série de fatores estruturais, como o estímulo à engenharia nacional, os avanços tecnológicos, entre outros.
Se por um lado a inovação tecnológica será demandada para que o Brasil se beneficie do pré-sal, por outro ela será fundamental para assegurar a integridade deste patrimônio nacional. A descoberta do pré-sal levou o País a ter uma grande atenção de multinacionais. A exemplo disso, vale destacar o Polo Tecnológico no Rio de Janeiro, criado em 2003, que tem atraído centros globais de pesquisa e receberá recursos na ordem de R$ 500 milhões.
Imaginem uma área de mais de 200 quilômetros a partir do litoral que receberá um grande investimento financeiro para a construção de plataformas, terminais logísticos, instalação de equipamentos, e que estará suscetível à ação de fatores que podem comprometer a segurança das bacias petrolíferas e suas infraestruturas. Além disto, o quesito tecnologia para a segurança torna-se imprescindível na prevenção do derramamento de petróleo e desastres ambientais, como já tem ocorrido em outras partes do mundo.
Em concreto, estamos falando de dotar de inteligência as infraestruturas com sistemas integrados de controle de acesso, detecção de veículos e embarcações, tecnologias de comunicações, sistemas de detecção e extinção de incêndios, sistemas de sensores ambientais.
Um exemplo de êxito de um projeto de grande envergadura que abarca as tecnologias acima citadas é o que se refere à recente ampliação do Canal do Panamá, considerado uma das principais obras de engenharia civil da história. A tecnologia permite tornar as infraestruturas mais eficientes e sustentáveis, ecológica e economicamente, que geram informações em tempo real, subsidiando tomadas de decisões, possibilitando entrega de serviços aos cidadãos de altíssimo valor agregado.
Além destas, outras tecnologias inovadoras podem conferir mais segurança ao complexo do pré-sal à medida que melhora a segurança das infraestruturas, especialmente daquelas que se encontram em campo aberto e que não contam com medidas de proteção efetivas devido às condições geográficas, em muitas ocasiões, difícil, nas regiões que se localizam. Desta forma, centrais geradoras, subestações e centros de transformação teriam sua segurança incrementada mediante utilização de sistemas de detecção radar de curto alcance, sistemas de Circuito Fechado de TV 3D, Centros Integradas de Controle e Comando, Sistemas de Inteligência, Comunicação Seguras, sensores UGS para região perimetral, sensores sísmicos (enterrados) e volumétricos para a detecção do movimento de pessoas ou objetos na região interna das instalações. Adicionalmente, para apoiar na vigilância destas áreas marítimas podem ser empregados os Veículos Aéreos Não Tripulados ou VANTs, como são mais conhecidos.
Por tudo isto, vemos nas novas tecnologias da informação já empregadas em outras partes do mundo, uma grande aliada para apoiar na segurança deste patrimônio que é o pré-sal e sua promessa de colocar o país em uma nova fase econômica, no pelotão das potências energéticas globais. A exploração do pré-sal, hoje considerado um dos maiores empreendimentos mundiais, deixa aos poucos de ser um sonho distante no imaginário dos brasileiros e começa a trazer os primeiros resultados concretos para o país. Assegurar a integridade desta riqueza nacional deverá ser uma das prioridades deste grande projeto.