Ele terá capacidade para combater alvos balísticos.
Os especialistas russos já trabalham na criação de mísseis hipersônicos há mais de dez anos e praticamente todos os sistemas de mísseis terra-ar usam mísseis hipersônicos, com velocidades máximas de cerca de Mach 3 e 4 (sendo cada Mach igual à velocidade do som). Neste momento se está estudando o aumento da velocidade até Mach 5 a 7.
Este ano no polígono de Ashuluk, distrito de Astrakhan, foram realizados pela primeira vez fogos reais contra alvos simulando armas de alta precisão. Assim, a Rússia está criando com sucesso armas hipersônicas competitivas. Como é natural, todos os números referentes ao Pantsir são confidenciais, mas podemos supor que, se tratando de velocidades hipersônicas, os mísseis atingirão velocidades de, pelo menos, Mach 3 ou 4, possivelmente mais, refere o editor principal do site Vestnik PVO (Mensageiro da Defesa Antiaérea) Said Aminov:
“Será necessário tempo para aprimorar esse produto. A velocidade hipersônica é o meio que permitirá atingir rápida e eficazmente alvos aéreos e outros a um grande alcance. Se espera que um sistema que hoje tem um alcance de 20 quilômetros irá multiplicar essa distância, assim como a altitude. Considerando a velocidade hipersônica do míssil, outros alvos, mais complexos, poderão ser abatidos”.
Simultaneamente serão introduzidos novos radares de detecção e guiamento do míssil contra o alvo. O resultado será um sistema móvel e autônomo que hoje não tem análogos nos países e fabricantes ocidentais.
Anteriormente tinha sido divulgado que os EUA estavam desenvolvendo projetos na área das armas hipersônicas, o que lhes abre a possibilidade de criarem um míssil multifuncional já em 2015. Mas isso não significa que a Rússia fique para trás neste segmento. Essa questão está sendo largamente estudada pela indústria de defesa russa, refere Said Aminov:
“Não é só o consórcio Vysokotochnye Kompleksy, mas também o consórcio principal de sistemas de defesa antiaérea de grande e médio alcance Almaz-Antei está trabalhando na criação de uma nova geração de sistemas que se possam opor a esse tipo de armas. O sistema S-500 será precisamente maior e mais eficaz pelas suas capacidades. Seu armamento permitirá destruir alvos hipersônicos”.
A criação de armas hipersônicas está associada à resolução de complexos problemas tecnológicos e científicos. Por isso será difícil os EUA apresentarem até 2015 uma produção em série dessas armas, considera o perito. Mas o tema das velocidades hipersônicas é bastante atual, porque o tempo de reação do lado que se defende é extremamente limitado e a detecção desses alvos por radar é uma tarefa técnica complexa.
Assim, a questão da criação de armas defensivas para uma resposta equivalente é muito urgente. Nesse aspecto o sistema Pantsir é simplesmente insubstituível. Não é de admirar que ele seja muito popular não só na Rússia, mas também no exterior. Há cerca de 20 países que já manifestaram seu interesse.