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Relatório Otálvora: Promover a democracia na Venezuela propõe chanceler de Bolsonaro

EDGAR C. OTÁLVORA

@ecotallvora

 

"Tudo o que é decente e bom, hoje, está à direita, simplesmente porque a direita é hoje o único lugar que acolhe tudo o que é bom e decente. À direita está o amor pela pátria e pela família, fé em Deus, bom senso e entusiasmo, liberdade para todos e prisão para criminosos, a certeza de que palavras significam algo na realidade e não são um mero instrumento de manipulação política, a união nacional, o estado de direito, o Estado para garantir a ordem e não direcionar recursos públicos para os amigos do governante, direitos iguais para todos, ação internacional para a promoção de democracia, por exemplo, na Venezuela, um mundo de orgulho de ser quem você é ".

 

O texto acima é parte de inúmeras referências sobre a Venezuela que o próximo chanceler do Brasil , Ernesto Araújo, incluiu em artigos publicados em seu blog "Metapolítica 17" nos últimos meses. Apoiando a candidatura de Bolsonaro, Araújo estruturou em seus artigos uma linha de argumentos que agradou ao agora eleito presidente do Brasil. 

 

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Em resposta a acusações de "fascista" feitas contra o então candidato Jair Bolsonaro, Araujo escreveu em seu blog: "Alguma vez se você estudar o comunismo na União Soviética sobre a história do maoísmo na China, sobre o regime de Pol Pot no Camboja, sobre Cuba ou Venezuela? Você não sabe que "fascista" nesses regimes significa qualquer pessoa, idéia, animal ou planta que se opõe ao poder ditatorial do partido único? Você não sabe que os genocídios em todos esses lugares foram perpetrados – ou estão sendo – em nome do combate ao "fascismo" ou à "extrema direita"? Quando um agente do aparelho de repressão venezuelano mata um estudante que protesta  nas ruas de Caracas, como você acha que ele chama o aluno, quando arrasta seu corpo pelo leito da rua? Ele o chama de "fascista".

 

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Em seu artigo de 23SET2018, Araújo justificou uma "intervenção humanitária" na Venezuela: "As pessoas que defendem o bem não podem ser proibidas se não apresentarem um certificado de santidade. Você tenta impedir alguns sujeitos de atacar uma criança e eles dizem "mas se você deu uma semana na sua irmã", então você volta e admite "claro, eu não tenho o direito de intervir"? Segundo Araújo, a OEA não deve alegar que a intervenção de 1965, na República Dominicana "prejudicou o processo democrático naquele país" para evitar intervir na Venezuela.

 

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O 14NOV18, Jair Bolsonaro anunciou que o ministro das Relações Exteriores de seu governo, que começará, em 01JAN2019, será Ernesto Fraga Araújo, oficial de carreira no Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), com a categoria de embaixador desde junho passado, Araújo ganhou figuração política nos últimos meses, quando sem deixar seu cargo de Diretor do Departamento da América do Norte do Ministério das Relações Exteriores iniciou uma série de publicações contra o partido Lula da Silva e a favor da candidatura de Bolsonaro.

Profissão original lingüista, Araújo é apresentado como um pronacionalista, antiglobalista, não esconde sua tendência antimarxista e sua proximidade com posturas de Donald Trump incluindo ignorância que os EUA mantêm sobre o "aquecimento global". De sua posição, Araújo era responsável pelo monitoramento da ação do Brasil na OEA e, portanto, monitorava de perto o processo venezuelano e as ações de pressão internacional sobre o regime de Chávez. De fato, em 27 de setembro, Araújo reproduziu em seu blog os discursos de Donald Trump e Michel Temer na Assembléia Geral da ONU sobre a Venezuela.

 

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Em círculos políticos em Brasília foi dado como um fato que Araújo entrar no governo Bolsonaro mas no geral, foi especulado que agir como um conselheiro para política externa presidencial no Palácio do Planalto e não como ministro já que até agora ocupava uma posição de terceira passo no Itamaraty. Bolsonaro vitória para ocorrer, muitos no Brasil assumiu que o ministro das Relações Exteriores do novo governo seria Príncipe Felipe Rodrigo de Orléans e Bragança. Herdeiro da família real brasileira, o príncipe da filial é um promotor de ideias liberais do partido PSL Bolsonaro.

Após a vitória eleitoral, Bolsonaro e seu meio ambiente decidiram fazer nomeações ministeriais que confirmaram o apego institucional do novo governo, por isso escolheu procurar entre os militares e entre os diplomatas do Itamaraty para seus ministros de defesa e relações exteriores. Com isso, o Príncipe de Orleães e Bragança foi deixado de fora da lista de candidatos a um novo chanceler, embora se espere que ocupe um cargo relevante no governo de Bolsonaro.

 

A designação de Araújo criou uma novidade tanto no Brasil quanto na imprensa internacional. Dado que Bolsonaro o descreveu como um "intelectual", e alguns meios de comunicação afirmaram que Araújo seria o guia ideológico do novo governo. Na verdade, o ideológico do que alguns descrevem como a "nova direita brasileira", que militam Bolsonaro e Araújo, cujas raízes parecem estar em no filósofo Olavo de Carvalho, um escritor brasileiro residente nos Estados Unidos, praticamente banido pela imprensa do seu país.

 

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O governo Bolsonaro se choca com o eixo esquerdista liderado pelo regime cubano, sem tomar posse de Brasília. O 14NOV18 o governo de Cuba ordenou a saída do Brasil de quase nove mil funcionários cubanos que atuavam como pessoal médico no programa estadual "mais médicos". trabalhadores da saúde cubana de abastecimento foi contratado pelo governo de Dilma Rousseff por um acordo em 2013 em que ele estava envolvido na Organização Pan-Americana da Saúde para resolver a crítica no Brasil surgiu na competência profissional dos contratados.

Segundo o governo de Cuba, durante os cinco anos de seu contrato com o Brasil, enviaram vinte mil "médicos", pelos quais recebe 70% do salário pago pelo Ministério da Saúde do Brasil. A exportação de mão-de-obra sanitária é um dos canais de financiamento do regime cubano que floresceu durante os governos de Hugo Chávez e Dilma Rousseff. Algumas estimativas colocam em mais de US $ 2.000 milhões o valor total pago ao tesouro de Castro graças ao contrato com o Brasil.

 

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A decisão do governo cubano de retirar sua equipes médicas particpantes do Programa Mais Médicos do Brasil foi uma reação às declarações de Jair Bolsonaro publicadas no 02NOV18, no jornal Correio Braziliense. Bolsonaro disse que a presença continuada dos "médicos" cubanos dependem de três condições: apresentação dos testes para validar diplomas universitários, contratos individuais para garantir que cada médico receber plenamente o seu salário e permissão do governo cubano para os parentes do contrato pode sair de Cuba. Bolsonaro tocou em um ponto sensível do regime de Castro e a reação foi imediata.

O governo cubano descreveu as declarações de Bolsonaro como "depreciativas e ameaçadoras" e anunciou sua retirada do Brasil. Já o aparato de propaganda comunista de Castro iniciou uma campanha contra o Bolsonaro, antes mesmo, que este tivesse ocupado o Palácio do Planalto, o que faz prever futuros confrontos entre os dois governos. Organizações sociais brasileiras sob o controle do PT começam a organizar protestos acusando Bolsonaro de deixar os pobres sem médicos no Brasil. Bolsonaro, por outro lado, oferece asilo político para os médicos cubanos que se recusarem a voltar a Cuba.

 

A recusa do governo cubano em pagar a dívida contraída com o Brasil durante os governos do PT será outra questão do conflito entre Brasília e Havana. Bolsonaro prometeu rever minuciosamente a execução dos empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social do BRASIL (BNDES0 durante os governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff em favor dos governos de esquerda.

 

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