Por que é tão importante desmistificar a área de Segurança e Defesa?
Lais Guarizzi
Relações Públicas e
Presidente da G&A Comunicação
Nós que conhecemos profundamente o mercado de Segurança e Defesa sabemos que a área vai muito além de atuar em situações de guerra e conflito. Trata-se de resguardar a soberania de uma nação exatamente para que haja manutenção da paz e boas relações entre países. E iria mais adiante. Esse é um ecossistema que traz inovação para os demais setores da economia. Mas isso não está claro para um público mais amplo.
A ideia deste artigo é trazer alguns insights para iniciar uma reflexão sobre o tamanho e a potência deste segmento, que muitas vezes é colocado em uma prateleira que não o define por completo. Assim como em outros territórios, o setor de Defesa no Brasil é estratégico, indutor de inovação, de investimentos em tecnologia, de busca por novos materiais e sistemas.
A indústria de defesa ajuda o Brasil a se posicionar no exterior como um país que produz bens e artigos de altíssimo valor agregado. Isso é importante para que países que já adquirem produtos brasileiros, como calçados, tecidos etc., saibam que também somos capacitados para produzir bens de alta densidade tecnológica.
Acompanho esse setor há mais de 20 anos e digo, sem medo de errar, que pouca coisa mudou neste período. Desmistificar a área de Defesa continua sendo um grande desafio para uma área que emprega milhares de pessoas e detém um potencial intelectual imensurável, além de atrair investimentos de empresas nacionais e estrangeiras.
Você deve estar se perguntando: mas, então, o que podemos fazer para “virar a chave”, mudar essa mentalidade e avançar para um novo patamar? Eu diria que dar visibilidade ao tema, de forma descomplicada, é um dos principais movimentos que podemos e devemos fazer: governo e iniciativa privada. Além disso, entrando especificamente no universo da comunicação, é abrir caminho para o diálogo, para parcerias que proporcionem a abertura de novos mercados. Todos têm a ganhar com isso!
Tive o privilégio de atuar em campanhas importantes deste setor, orientando, acompanhando e capacitando empresas e executivos a se posicionarem neste mercado, de forma a se estabelecerem em seus respectivos segmentos, a partir do relacionamento com veículos especializados e grande imprensa. Em 1999, apoiamos a Raytheon com seu projeto de radares na Amazônia e, desde então, não paramos mais. Foram 14 anos atuando fortemente, em diversas frentes, na campanha do caça sueco Gripen que participava da concorrência liderada pela Força Aérea Brasileira.
Hoje, com o atendimento em relações públicas à ICEYE, empresa finlandesa especialista em monitoramento persistente por meio de imagens radar e perita em soluções referentes a inundações e catástrofes naturais, conseguimos mostrar, na prática, o potencial da área de Segurança e Defesa. É a união de tecnologia e inovação, que só tem como render bons frutos para toda a cadeia, já que no Brasil temos um grande potencial intelectual com diversas possibilidades de desenvolvimento de novas tecnologias e empresas aptas para serem parceiras nesta “missão”, junto à ICEYE.
Temos ainda um longo caminho a percorrer, mas já iniciamos a caminhada. Quem mais aceita o desafio e vem conosco nesta jornada de construção da visibilidade e troca de conhecimento?