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Petróleo – No futuro, exploração poderá dispensar plataforma

A Petrobras está em busca de novos sistemas de produção de petróleo, mais simples e compactos, de custos menores e maior produtividade. Essa combinação é fundamental para exploração cada vez mais distante da costa e em águas ultraprofundas no pré-sal brasileiro. O gerente-executivo do Centro de pesquisas Leopoldo Miguez (Cenpes), da Petrobras, Carlos Tadeu Fraga, disse que as pesquisas buscam simplificar os sistemas, reduzindo o número de equipamentos em cima das plataformas.

O objetivo é instalar verdadeiras fábricas submersas no fundo do mar, com custos menores, produção maior e menos impacto ambiental. Uma das novidades é o Separador Submerso de Água e Óleo (SSAO). O primeiro equipamento está sendo instalado para testes no Campo de Marlim (Bacia de Campos). Para muitos, é o primeiro passo para se produzir petróleo sem plataforma. O SSAO fica instalado no fundo do mar, e substitui os separadores em cima das plataformas.

A Petrobras duplicou o Cenpes, na Ilha do Fundão, no Rio, para desenvolver tecnologias, principalmente para o pré-sal. Para Carlos Tadeu, é fundamental desenvolver sistemas simples e de menor custo, porque considerando as atuais reservas do pré-sal de 15 bilhões de barris, cada US$ 1 de redução nos custos de exploração, traz economia de US$ 15 bilhões.

O SSAO foi desenvolvido para a Petrobras em parceria com a FMC Tecnologies, uma das gigantes fabricantes de equipamentos submarinos para o setor. O primeiro SSAO desenvolvido no novo Centro Tecnológico da FMC, no Parque Tecnológico da Cidade Universitária, fará em breve testes no Campo de Marlim e será conectado a um dos poços da plataforma P-37.

O equipamento pesa 407 toneladas, fica no solo marinho e separará óleo, gás e água. O petróleo, ao sair dos poços, é separado no SSAO e pode ir para um navio-tanque ou oleoduto. O SSAO traria ganhos ambientais ao reduzir emissões de gás carbônico.

"Estamos com o pé no acelerador para fazer uma nova geração de sistemas de produção de petróleo, tendo como meta minimizar (reduzir) tudo que existe em cima do mar (plataforma)", explicou Paulo Couto, vice-presidente de Tecnologia da FMC Technologies, para quem o SSAO pode ser um primeiro passo para produção sem plataformas. "A direção é essa. Mas é difícil saber se no futuro teremos plataformas menores, desabitadas, ou sistemas no fundo do mar e só navios para armazenar petróleo. Está se caminhando para isso."

Tecnologias para reduzir prejuízos ao perfurar poços

Aumentar a produção de forma mais eficiente também é preocupação da Baker Hughes, outra gigante internacional que instalou seu centro tecnológico para toda América Latina no Parque Tecnológico no Fundão.

"Um dos desafios tecnológicos é que a perfuração de um poço no pré-sal consiga atravessar uma camada de sal de dois quilômetros", disse César Muniz, diretor da Baker Hughes.

A Petrobras pretende adquirir um veículo autônomo, o Autonomous Underwater Vehicles (AUV), que trafega no fundo do mar com câmaras, comandos à distância, manda imagens e é capaz de fazer intervenções nos equipamentos. Desenvolvido pelo Cenpes, está em testes no pré-sal da Bacia de Santos um equipamento inédito que separa o gás carbônico do gás e o reinjeta nos poços.

Estudar reservatórios é a linha do Centro de Pesquisa e Geoengenharia da Schlumberger, no Parque Tecnológico do Fundão. Com tecnologias avançadas, pode-se evitar que a perfuração de um poço, que custa de US$ 50 milhões a US$ 70 milhões, não seja um tiro certeiro. Hoje, corre-se o risco de esse investimento ir pelo ralo, se o poço estiver seco .

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