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PENSAMENTO DO CLUBE MILITAR – “SEGURANÇA PÚBLICA OU MAIS DO QUE ISSO?”


O PENSAMENTO DO CLUBE MILITAR:

“SEGURANÇA PÚBLICA OU MAIS DO QUE ISSO?”

04 de janeiro de 2017

 
Gen Gilberto Pimentel
Presidente do Clube Militar

 

Diante do massacre ocorrido no principal presídio de Manaus, já no primeiro dia do novo ano, o farto material midiático explorado só não ficou completo porque não havia força policial envolvida. É isso mesmo, acreditem, tudo ocorreu sem a intervenção policial. Os bandidos trucidaram-se entre si e os que restaram vivos evadiram-se em massa sem que as forças de segurança do estado tivessem participação.

Ao menos os “defensores dos direitos humanos” não encontrarão um bode expiatório, tipo Coronel Ubiratan, como ocorreu no Carandiru, quando pretenderam condená-lo a pena que chegava a até trezentos anos responsabilizando-o pela morte dos perigosos bandidos rebelados. Talvez possam entender um pouco melhor agora o que seja combater essas feras.

Típico dos dias estranhos que vivemos foi ouvir o governador do estado apressar-se em declarar que já negocia a indenização das famílias das vítimas quando se sabe que no seu estado, policiais formados há mais de um ano ainda vivem com seus proventos de alunos por alegada falta de recursos.

Ouvi ontem de um jornalista algo que julgo ser um fato. O que ocorre com a escalada da violência no país já ultrapassou os limites da segurança pública. O problema já é, sim, de Segurança Nacional, com todo o arrepio que a expressão possa causar em determinados setores.

O episódio de Manaus deixou claro que, ao lado da violência social, urbana sobretudo, incontrolável e disseminada por todo o país, há um fato muito mais grave, já há algum tempo exposto, que é a nacionalização das facções criminosas.

Organizadas e poderosas, há muito deixaram de ser regionais, elas estão em toda a parte. Nas fronteiras, dando cobertura ao tráfico de drogas e à entrada de todo o tipo de armamento ilegal no país; dominam os morros; são poderosas nas cidades, principalmente nas grandes capitais e nos presídios que dominam integralmente.

Não é só isso, integram-nas e dão-lhes suporte pessoas que desempenham atividades insuspeitas, facilitando o comércio dos produtos resultantes dos seus crimes como cargas roubadas, por exemplo. Já há políticos e advogados a soldo do crime, médicos comercializando laudos falsos, e até, pasmem, membros do Judiciário suspeitos da venda de sentenças que estão entre eles. Tudo ficou muito claro a todos os brasileiros, esperemos que também ao governo, no massacre do presídio de Manaus.

É claro que o lá ocorrido tem potencial para repetir-se a qualquer momento, em qualquer parte do território nacional. É fruto da desídia de muitos e sucessivos governos. Advém de uma visão utópica e distorcida da mídia e de setores da sociedade sobre o verdadeiro sentido de termos como “politicamente correto” e “direitos humanos”. O que constatamos é que por essas e outras correm hoje os humanos direitos o risco de perderem seus direitos. Irônico, não?

Apenas uma certeza, a situação chegou a tal ponto que para resolvê-la é preciso que o governo ponha em campo uma equipe muito bem afinada.

Não é hora de improvisar ou de fingir que não é grave.

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