DROGAS E POROUE A IMPRENSA ESTÁ PERDENDO RELEVÂNCIA
Osmar Terra
Ministro da Cidadania
Estou sendo vítima de ataques sem precedentes na grande mídia, em especial do jornal O Globo, em função de minha posição política favorável a um maior rigor no enfrentamento às drogas. Entre outras coisas tentaram me desqualificar divulgando, repetidas vezes, fatos deturpados, atribuindo a mim o poder de censurar uma pesquisa da Fiocruz sobre consumo de drogas. Nunca tive esse poder e, Se tivesse, não censuraria. Sou médico e sempre trabalhei respeitando as evidências, seja no tratamento dos doentes, seja nas políticas públicas. E o único caminho para enfrentar as ideologias sem base do mundo real. que tanto mal causam à sociedade.
O que houve na verdade foi uma constatação da SENAD, Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, de que a Fiocruz não cumpriu os requisitos de um edital de pesquisa para o qual foi contratada, ainda em 2014. No mesmo oficio, a SENAD afirma que o trabalho da Fiocruz pode ser caracterizado corno independente, portanto, não necessitaria de qualquer autorização para ser publicado. E é bom que se diga que, por coincidência ou não, a partir classe ofício 08/2019 da SENAD à Fiocruz, com data de. 2 de abril, começou uma série de divulgações falsas pela mídia e nas redes sociais de que eu havia "censurado” a pesquisai A intenção foi tirar o foco do que realmente aconteceu: o não cumprimento do edital por parte da Fiocruz, que recebeu previamente R$ 8 milhões. O que me admira é a Imprensa ter comprado esse discurso, da censura, sem qualquer investigação dos fatos.
Em segundo lugar, veio junto uma feroz defesa do resultado da pesquisa da Fiocruz, afirmando que não existe uma epidemia de consumo de drogas no Brasil. E ai passaram a me criticar porque insisto em afirmar que EXISTE, sim, urna gravíssima epidemia de drogas no pais. Disseram e continuam reafirmando que, diante da pesquisa da Fiocruz, eu só tinha para contestar um discurso de que via a epidemia andando nas ruas de Copacabana-. Eu posso ser muita coisa, mas nunca fui raso nas minhas observações.
Há 12 anos me dedico ao estudo das drogas no Brasil. Como médico, neurocientista, gestor público e deputado, já fui conhecer a experiência de vários paires, participei de dezenas de audiências públicas, travei dezenas de debates em diversos meios de comunicação e me mantenho bem atualizado nas pesquisas feitas sobre o assunto. Vi a explosão da epidemia do crack, a partir de 2006, como secretário da Saúde do Rio Grande do Sul, e me baseio em trabalhos científicos e em dados objetivos para afirmar o que digo. Na entrevista para O Globo, ela dual tenho a gravação, afirmei, literalmente, que havia sido da força tarefa da intervenção federal no Pio de Janeiro, como ministro da área social, e que tinha visto as consequências ida epidemia de violência, filha da epidemia das drogas, vendo (na época) os hotéis e as ruas vazias em Copacabana. Essa afirmação foi distorcida na matéria e em todos os comentários que a seguiram, omitindo o contexto que expliquei, como se estivesse me contrapondo a pesquisa da Fiocruz com o que vi simplesmente "andando por Copacabana".
Não é a primeira vez que critico o viés da Fiocruz quando trata de drogas. Faço de peito aberto, Como em 2013, quando publicaram outra pesquisa milionária concluindo que NÃO existia epidemia do crack na pais. Aliás, continuam reafirmando Isso, com essa outra pesquisa de metodologia no mínimo discutível. Infelizmente hoje a Fiocruz urna instituição mobilizada a favor da liberação das drogas no Brasil, E para que isso aconteça ela não pode admitir a existência da epidemia.
Em contrapartida, além de pesquisa de outras instituições cientificas, existem dados objetivos, facilmente constatáveis como o aumento abrupto de auxílios doença por dependência química causado por drogas ilícitas, registrados pelo INSS, a partir de 2OO6, e publicados em matéria de capa do próprio O Globo. São indicadores da epidemia o aumento gigantesco e crescente de apreensões da Policia Federal dessas drogas. Também o aumento de prisões de traficantes e "mulas", e a enorme expansão do consumo de crack detectado pelo observatório sobre drogas da Confederação Nacional de Municípios. Ora, se tudo isso aumentou muito rápido e as apreensões se multiplicaram é porque há muito mais consumo, epidêmico. Entendo ser necessário que façamos mais pesquisas, com várias outras instituições universitárias, com maior isenção e menor conflito de interesses, para não só medirmos a gravidade do problema, mas estabelecer estratégias adequadas para enfrentá-lo. Negar o que toda a população constata no seu dia a dia significa adiar ações efetivas e ver destruídas mais famílias e vidas.
Nota DefesaNet
O texto acima foi publicado via twitter do Ministro Osmar Terra.
DROGAS E PORQUE A IMPRENSA ESTÁ PERDENDO RELEVÂNCIA pic.twitter.com/DNj7DA5lzh
— Osmar Terra (@OsmarTerra) June 2, 2019
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Com o tetxo fala o Ministro Terra tem sido alvo de pesados ataques do Grupo Globo pela aprovação da nova Lei Anti Drogas.
Alguns dos ataques e deturpações:
Época – Osmar Terra deveria trocar Copacabana por Manaus – Época 02 Junho 2019 Link
"Ministro cultiva obsessão contra o uso de drogas e a favor das comunidades terapêuticas, mas despreza estudos " (Época)
Porém, o mais ofensivo foi um Conversa com o Bial onde ativistas travestidos de "cientistas" atentaram contra todos os princípoio de ética.
Conversa com Bial – Programa de quarta-feira, 18/07/2018
O Conversa com Bial promoveu um debate sobre a regulamentação da maconha com o rapper MV Bill, neurocientista Stevens Rehen e de Luiz Eduardo Soares, antropólogo e especialista em segurança pública
Clique na imagem para acessar o vídeo do programa Conversa com o Bial. Ver imagens de folhas de maconha ao fundo.