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Onda de fechamento da GM gera preocupação no Brasil

 

Júlio Ottoboni
Exclusivo DefesaNet


A onda de fechamento de fábricas e exclusão da marca Chevrolet em vários países passou a preocupar as autoridades brasileiras, embora se mantenham numa postura de não questionar diretamente a direção da GM do Brasil e da direção da América do Sul. Com o fim das linhas Chevrolet na Europa, onde serão gastos mais de US$ 1 bilhão para o encerramento das atividades, e o acordo com a montadora francesa Pegeout para abastecer os mercados da América do Sul e da Rússia, já se especula até quandoe a GM permanecerá em solo nacional e na Argentina.
 
Embora o executivo responsável pela GM da América do Sul, Jaime Ardila, afirmar que os planos da montadora norte-americana continuam firmes nesta porção do continente, a intenção é diminuir a dependência da fábrica do México e firmar a parceria com a Pegeout no abastecimento regional.
 
 As especulações sobre o fim da GM na América  do Sul já tiveram inicio, inclusive dentro da alta gerência da empresa, que não se surpreenderia com o anúncio das atividades no Brasil e Argentina até 2017. O cenário da região é muito semelhante ao da Oceania, inclusive com a política da direção da montadora em recorrer a constantes auxílios e benefícios junto aos governos, achatamente de salários e conflitos com trabalhadores.
 
A matriz da montadora norte americana quer diminuir seus prejuízos principalmente em mercados que apresentem conflitos e resistências. Seus executivos estão determinados a atacar as operações não lucrativas fora do seu mercado de origem, o dos Estados Unidos. Seu balanço em 2013 mostrou um quadro crítico em suas operações internacionais, incluindo a maior parte da Ásia, onde seu lucro caiu. O mesmo ocorreu na Austrália. Isso sem contar com o fracasso que tem sido a joint venture na China , a região a qual a GM teria perdido mais de US $ 100 milhões.
 
O prestigiado “The Wall Street Journal”, publicou uma grande reportagem no início de dezembro passado sobre a intenção da GM de fechar suas fábricas australianas e, separadamente, reduzir a produção na Coréia do Sul em até 20% até 2016. O anúncio do encerramento das atividades na Oceania veio em meados de dezembro e em seguida o anúncio das mudanças na Coreia do Sul.
 
A direção mundial da General Motors já confirmou que encerrará sua produção nas duas fábricas da Austrália com o corte de 2.900 postos de trabalho até 2017. Essas unidades que trabalham em conjunto estavam no páreo junto com o Brasil e Indonésia para receber o investimento em uma nova linha de produção. Praticamente o Brasil e a Austrália estão praticamente fora do páreo e em ambos países a montadora contava com auxílios diretos de seus governos, que foram retirados.

A entrada dos carros japoneses e o fortalecimento da moeda australiana encareceu demais os custos da GM no continente. O anúncio foi feito um dia antes do início das demissões na GM de São José dos Campos.
 
A confirmação foi feita pelo CEO da GM na Oceania, Dan Akerson, que se aposenta no próximo dia 15 . "Estamos completamente dedicados a fortalecer nossas operações globais e atender as necessidades de nossos clientes", disse Akerson em comunicado. "A decisão de acabar com a fabricação na Austrália  reflete o cenário de influências negativas que a indústria automobilística enfrenta no país, incluindo a alta do dólar australiano , o alto custo de produção, mercado interno pequeno e ,sem dúvida, o mercado de automóveis mais competitivo e fragmentado do mundo", destacou.
 
A Ásia também não ficou de fora. Além de suspender a marca Chevrolet na Europa, a GM diminuirá em 20% sua produção na Coreia do Sul. Apesar da produção coreana abastecer a Europa, as tensões políticas , combinadas com impostos e aumento dos custos de logística fizeram a GM produzir um carro mais caro no país. O corte só não foi mais drástico porque a montadora decidiu produzir na próxima geração do carro Cruze no país.
 
A GM tem uma política de gastos com pessoal considerada arcaica, além de manter na ativa diversos profissionais já aposentados e com faixas salariais fora da média de mercado,  em seu quadro de altos executivos há cerca de 40 profissionais, em cargos de vice presidentes e diretores, com salários elevadíssimos.  Em apenas um dos casos, o de Timothy E. Lee, Executive Vice President, Global Manufacturing & Chairman, GM China, onde a companhia é deficitária, seus salários anuais são de Us$ 6 milhões, isso sem bônus e gratificações.

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