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Manifesto dos Jornalistas de Zero Hora


 

Ataques do terror contra Zero Hora são ataques contra
a liberdade de expressão no Brasil

O manifesto divulgado hoje pelos jornalistas do diário Zero Hora, o carro-chefe do grupo RBS e mais importante jornal do RS, é inédito na história da imprensa do RS.
 
em todos os profissionais assumiram sem protesto a tarefa de assinar o documento. Houve reações.
 
As ameaças reveladas no mesmo manifesto constituem denúncias de ações terroristas contra o jornal, que só não foi atacado, invadido, depredado e incendiado, conforme o próprio jornal, porque a proteção da Brigada Militar foi eficiente.
 
Os jornalistas e a direção do jornal temem que nesta segunda-feira os policiais não estarão mais em mesmo número na avenida Ipiranga, sede da RBS. É a informação que circula em Porto Alegre. O governo teria assumido responsabilidade política por reduzir os efetivos.

A defesa da atividade jornalística de Zero Hora não pode ser exclusividade dos profissionais que trabalham na RBS, porque é responsabilidade de todos os jornalistas, inclusive do editor desta página, como de resto da sociedade gaúcha, organizada ou não, beneficiários diretos do dispositivo constitucional que garante a liberdade de expressão, portanto de imprensa.

Jornalista Políbio Braga

Nota DefesaNet

O Portal DefesaNet apoia as palavras de Políbio Braga e apóia os funcionários de Zero Hora, Rádio Gaúcha, Diário Gaúcho e outros órgãos do Grupo RBS.

E chamamos o Comando Militar do Sul, para que, se a Força Pública do Rio Grande do Sul Falhar ou Omitir-se, o 3º BPE desça o morro e tome posição.

O Editor

MANIFESTO DOS JORNALISTAS DE ZERO HORA
(Grupo RBS)

 

Nos últimos dias, a Redação de Zero Hora esteve sob ameaça em duas ocasiões, e isso pode ocorrer outras vezes.

Na segunda-feira, dia 17, e na quinta-feira, dia 20, o Batalhão de Operações Especiais fez barreiras quase em frente ao jornal. Havia – e há – informações de que grupos de vândalos tinham a intenção de depredar, invadir e mesmo incendiar o prédio enquanto dezenas de pessoas estavam ali trabalhando, entre as quais jornalistas, radialistas e inúmeros outros profissionais de áreas como manutenção, alimentação e segurança.

A imensa maioria dos manifestantes, como o jornal tem destacado, quer protestar de forma pacífica contra governos e diferentes instituições, aí incluída a imprensa. Zero Hora, porém, tornou-se alvo de grupos que defendem abertamente o uso de métodos violentos de protesto, como incendiar veículos e vandalizar prédios.

Como todos os brasileiros, torcemos para que desse movimento resulte, dentro dos marcos da ordem democrática, um país mais justo e uma imprensa melhor.

Nosso papel, neste momento, é noticiar, analisar, refletir as diferentes visões da sociedade sobre o que se vê nas ruas. Desde os protestos contra o aumento das passagens em Porto Alegre, Zero Hora tem dado espaço para múltiplas opiniões sobre o assunto, tentando refletir a pluralidade do movimento e contribuindo para que cada leitor se posicione diante dos acontecimentos. Ainda assim, uma minoria violenta e radical ameaça invadir nosso local de trabalho.

Nesta Redação, trabalham quase duas centenas de profissionais. Quem faz a Zero Hora que você lê são jornalistas que procuram atender ao interesse do público. Acertamos e erramos. Fazemos autocrítica e ouvimos com extrema atenção as críticas dos leitores porque sabemos que estamos sujeitos a errar. Trabalhamos, todos os dias, para sermos cada vez mais transparentes e para aperfeiçoarmos o produto que entregamos ao leitor. Acreditamos que, com todas as suas falhas, a imprensa livre é fundamental para a democracia. Calar a imprensa significa eliminar um canal de troca de informação e debate. Perde a sociedade e perde a democracia.

Por esse motivo, queremos trabalhar, queremos ouvir o público. Queremos cobrir as manifestações da forma mais plural possível. É nosso papel e nossa forma de contribuir para a evolução da sociedade. Mas não podemos aceitar que nossa integridade física esteja ameaçada.

Acreditamos nesse Brasil melhor que as ruas estão exigindo. Nossa maneira de ajudar a construir esse país é fazer jornalismo. Em respeito aos cidadãos e porque acreditamos no jornalismo, não fugiremos ao dever de informar.
 

Assinam o documento:

Assinam  documento 200 jornalistas de Zero Hora

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