Karla Mendes
A Access Industries, empresa americana de banda larga, quer oferecer internet rápida em áreas rurais no Brasil. Representantes da companhia estiveram reunidos com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e enfatizaram que não têm interesse em disputar o mercado das áreas urbanas.
Na Suécia, a Access faz a difusão do sinal de banda larga via rádio, usando a tecnologia CDMA. No Brasil, a Access quer levar banda larga para áreas remotas usando a faixa de 450 MHz, frequência que permite a propagação do sinal em um raio de até 90 quilômetros e que até agora tem sido desprezada pelas empresas instaladas no País.
Na semana passada, Bernardo disse que o governo ainda não havia decidido se faria licitação da faixa de 450 MHz, porque as empresas de telecomunicações não demonstraram "apetite" por ela. O ministro chegou a dizer que poderia ser feita uma licitação dessa faixa junto com a de 2,5 GHz – que será destinada, sobretudo, para a quarta geração de telefonia celular. Com a disposição da Access, a faixa de 450 MHz poderá ganhar uma licitação exclusiva.
Quarta geração. Recentemente, a SK Telecom, maior operadora de telefonia móvel da Coreia do Sul, também demonstrou interesse em oferecer banda larga de quarta geração (4G) no Brasil. De acordo com o ministro, os coreanos querem ofertar o serviço na faixa de 2,1 GHz, por meio de duas tecnologias associadas: uma via rádio e outra via satélite. Em duas semanas, a empresa deve apresentar uma proposta concreta.
O interesse dos coreanos nessa faixa, segundo o ministro, é a vantagem de oferecer banda larga via rádio com longo alcance de distância e alta velocidade. A possibilidade de se fazer licitação dessa faixa está sendo analisada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Além do interesse dessas empresas, Paulo Bernardo comemorou decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que impede os municípios de impor limite para uso do solo por empresas de tecnologia, garantindo o direito de passagem.