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EUA desenvolvem superexplosivo

Matt McGrath
Repórter de ciência do Serviço Mundial da BBC

 
 
Mísseis produzidos com o novo material podem explodir com uma energia cinco vezes

O material combina metais e polímeros e é descrito como sendo mais denso que o aço, com a mesma força do alumínio.

Por serem mais precisos, cientistas da Marinha americana dizem que os projéteis feitos com o novo composto têm menor probabilidade de causar a morte de pessoas inocentes que estejam próximas de um ataque.

Mísseis, obuses de artilharia e outras munições militares são constituídas, normalmente, de uma cobertura de aço que contêm explosivos potentes em seu interior.

A variação desenvolvida pelos pesquisadores americanos substitui a cobertura inerte de aço por uma de Materiais Reativos de Alta Densidade (HDRM, na sigla em inglês), que se combinam e explodem somente quando o projétil atinge o alvo.

Segundo os pesquisadores, testes recentes mostraram que os materiais HDRM são duráveis e aumentam o efeito do explosivo. Eles também aumentam as chances do que os cientistas militares chamam de "destruição total".

Escudo anti-mísseis

O novo material está sendo desenvolvido há mais de cinco anos e é feito de diferentes metais combinados com oxidantes para criar uma reação química explosiva no momento do impacto.

Um dos pesquisadores envolvidos na criação do HDRM, Clifford Bedford, diz que o material deve ser inicialmente usado em sistemas anti-mísseis.

"No cenário atual, nós basicamente atiramos duas vezes, olhamos e atiramos de novo, porque não temos muito tempo para atingir um míssil – e isso acontece porque, com os fragmentos de aço nos mísseis atuais, não dá para dizer se você atingiu o alvo ou não", explica.

"Se tudo der certo, com o míssil reativo nós poderemos atirar uma vez, olhar e ter a capacidade de determinar se houve destruição total. Ainda temos a opção de atirar pela segunda vez. Vamos economizar muito dinheiro se pudermos derrubar o alvo com um míssil ao invés de três."

Bedford acredita que o novo míssil também pode causar menos mortes, porque o novo material reage e explode no momento do impacto.

"Os efeitos colaterais são, de certa forma, minimizados, porque ele (o material) é consumido quando atinge o alvo. Se isso (o lançamento do míssil) puder ser focado, podemos reduzir o efeito colateral desses sistemas", sugeriu.

O pesquisador diz que o material poderá, também, ser aplicado em granadas e balas, assim como em outros armamentos. Novos testes estão planejados para setembro.

Por enquanto, o único inconveniente são os custos, entre três e quatro vezes maiores que o da tecnologia atual, o que pode restringir seu uso no futuro em caso de cortes orçamentárias.

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