ESTADOS NACIONAIS EM TEMPO DE VÍRUS DE LABORATÓRIO
Amazonino de Andrada
Após a II Grande Guerra, o mundo conheceu 30 anos, denominados gloriosos, de desenvolvimento econômico e social, conduzido pelas duas potências vencedoras: os Estados Unidos da América (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), com propostas civilizatórias diferentes, mas com o industrialismo como modelo de desenvolvimento.
O modelo do desenvolvimento industrial derrotava o modelo mercantil financeiro, já decadente ao tempo da I Grande Guerra.
Mas este modelo financeiro ainda tinha força suficiente para buscar o poder. E logo no pós-guerra, ele começa a se articular, formar ou dar maior proselitismo a instituições que difundissem sua ideologia e suas ideias.
Esta ideologia era a neoliberal, que os financistas buscavam origem nos filósofos setecentistas, mas tinha pouca semelhança com aqueles pensadores, entre outras razões pelas sociedades muito diferentes. Aquelas iriam surgir das críticas ao absolutismo monárquico e da falta de liberdades, inclusive religiosas, também políticas, como elemento principal do protagonismo das pessoas em suas ambiências. Basta tomar o alcance de destruição das armas nos séculos XVIII e XX para vermos quão diferentes eram as sociedades.
Não afastamos aspectos permanentes do humanismo, mas relevamos as condições objetivas de atingir seus ideais.
Enumerar as entidades que foram conquistadas pelos financistas ou organizadas como “think tank” ou como gestoras e difusoras das ideias seria ocupar páginas e páginas. Limitemos a algumas mais relevantes e mais antigas.
Entre as mais antigas está o Carnegie Endowment for International Peace, uma think tank, fundada em 14/12/1910, em Washington, DC (EUA), por Andrew Carnegie, para o “avanço da cooperação entre nações e promoção do envolvimento internacional ativo dos EUA”.
Enumeremos outras, por ordem cronológica:
1) Brookings Institution, Washington, 1916;
2) Council on Foreign Relations, New York, 1921;
3) Sociedade Mont Pèlerin, Suíça, 1947;
4) Rand Corporation, Califórnia, 1948;
5) Institute of Economic Affairs, Londres, 1955;
6) Conselho Atlântico, Washington, 1961;
7) Clube de Roma, Itália, 1968;
8) Fórum Econômico Mundial, Suíça, 1971;
9) Fraser Institute, Vancouver, Canadá, 1974;
10) Instituto Liberal, Zurique, Suíça, 1979.
Na década de 1980, os neoliberais conseguiram levar ao poder executivo, nos dois mais importantes centros financeiros, seus representantes – Margaret Thatcher, no Reino Unido (UK), e Ronald Reagan, nos EUA – que promoveram as desregulações financeiras, a profusão de “paraísos fiscais” e com isso o proselitismo das finanças e a derrocada do industrialismo.
Antes de analisarmos as consequências desta tomada do poder pelo neoliberalismo, façamos um confronto da ideologia neoliberal com o comunismo.
Além da ampla literatura neoliberal que é publicada, também estes centros de ideias (think tank) têm as teses e pesquisas universitárias, patrocinadas por empresas e instituições conduzidas por neoliberais, sempre difundidas.
Apontamos, como fonte confiável, o livro de Daniel Estulin, jornalista e escritor, “A verdadeira história do Clube Bilderberg” (citações em tradução livre da edição espanhola de 2005).
O Clube Bilderberg foi criado em 29/05/1954, pelo príncipe Bernardo, da Holanda, auxiliado por Joseph Rettinger (1888-1960), polonês exilado que atuou politicamente na Europa e no México. O nome do Clube vem do hotel, na Holanda, onde se deu a primeira reunião.
A força do Bilderberg pode ser inferida da lista de participantes, exemplificando: todos presidentes estadunidenses desde Eisenhower, Tony Blair, Lionel Jospin, Romano Prodi, Mario Monti, Pascoal Lamy, José Durão Barroso, Alan Greenspan, Hillary Clinton, Melinda e Bill Gates, Henry Kissinger, Jean Claude Trichet, George Soros, os Rockefeller, Rupert Murdoch e as famílias reais da Inglaterra, Holanda, Espanha. Sempre presente representantes das mídias ocidentais. Ao todo são 130 convidados que ocupam todo um hotel, fechado para o encontro, em cidade de poucos habitantes ou perto delas, na Europa ou nos EUA. Além de seus seguranças particulares, membros da CIA e do Mossad garantem que ninguém mais seja admitido nos quatro dias da reunião.
Retiro do livro de Estulin o seguinte trecho:
“A associação com o Clube Bilderberg sempre propiciou magníficos benefícios:
Bill Clinton – assistiu à reunião de 1991. Ganha indicação do Partido Democrata e é eleito presidente em 1992.
Tony Blair – assistiu à reunião de 1993. Sobe à presidência do partido em 1994 e à presidência nacional em maio de 1997.
George Robertson – assistiu à reunião de 1998 e é designado secretário geral da OTAN, em agosto de 1999.
Romano Prodi – assistiu à reunião de 1999. É nomeado presidente da União Europeia em setembro de 1999 (as reuniões sempre ocorrem entre maio e julho, a de 1999 foi realizada entre 3 a 6 de junho, no Caesar Park Hotel Penha Longa, em Sintra, Portugal)”.
Os objetivos do Clube Bilderberg são os objetivos neoliberais. Assim os confrontaremos com aqueles dos partidos comunistas.
Primeiro o que denominam da “era do pós-nacionalismo”. O momento em que não haja países, só regiões e valores universais. Uma economia universal, um governo universal (não eleito) e uma crença universal.
Se colocarmos neoliberalismo e comunismo, na questão do nacionalismo, não haverá diferença. Uma burocracia de partido único dominando o mundo, estando este iludido por um princípio que atenda somente ao interesse desta elite. O total domínio da comunicação de massa, como já verificamos hoje.
Um governo planetário com um mercado globalizado, controlado pelo poder financeiro ou pelo poder político, um só exército, uma só moeda, uma ordem mundial.
O controle da humanidade pela manipulação mental está descrito em “Technotronic Era”, do membro do Bilderberg, Zbigniew Brzezinski. Poderia ser subscrito por teóricos do comunismo.
O mundo começou a se enfraquecer na medida em que foi incorporando teses neoliberais nos países onde as elites, participando ou não do Clube Bilderberg, assimilavam sua ideologia. Nenhum sul-americano frequentou o Clube.
Grande ofensiva se deu contra os EUA, pelo protagonismo político, econômico e militar daquele país. Vimos que todos os presidentes estadunidenses participaram do Bilderberg.
No Brasil, que verdadeiramente é o que nos interessa, o Bilderberg chega com a Nova República, embora desde os anos 1960 se infiltrasse nas instituições do Estado Nacional Brasileiro.
Muitos dirigentes e comandantes, levados pela propaganda que antepunha o neoliberalismo ao comunismo, passaram a defender ideias opostas ao fortalecimento da Pátria, na ilusão que a defendiam.
A Constituição de 1988 foi a primeira vitória significativa do neoliberalismo quando eliminou das cláusulas pétreas (artigo 60 §4º) a soberania, a cidadania e a defesa do território nacional. Colocando no lugar, o voto, a federação, a separação dos poderes e uma difusa garantia de não especificados direitos individuais.
Veja o caro leitor. Que poderes separados existiriam numa colônia, e não havendo soberania nacional, o que será este território? A federação foi a vitória dos cafeicultores paulistas, aliando-se às aristocracias regionais, sobre os Marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Mas diversos historiadores mostraram que a tradição unitária, desde os Governos Gerais até o Império, faziam parte da cultura nacional. O federalismo foi tão somente a cópia mal feita de outra realidade colonial, nas treze colônias norte-americanas.
Vale recordar que as campanhas ambientalistas e identitárias sempre tiveram o patrocínio explícito ou oculto, por entidades de esquerda, dos capitais neoliberais.
A partir de 1989 e até hoje, o domínio neoliberal vem despedaçando nossa Pátria. Ora com eliminação de poderes estatais, ora com benefícios ao sistema financeiro, ora com decisões judiciais e sempre com a corrupção que é uma das armas neoliberais. Outra é a dívida.
O vírus, que flagela o mundo neste 2020, mostrou claramente a diferença de um Estado Nacional dos Estados Mínimos neoliberais.
Sem julgamento dos governantes, mas observando a organização das nações, os países onde existe o Estado Nacional pode mais rapidamente organizar o combate ao Covid-19.
Hoje, 25/03/2020, as notícias que recebo são de que a China não tem, há três dias, casos fatais e se prepara para a retomada da normalidade. Mesmo que venha ocorrer ainda alguma morte, não resta dúvida que em menos de três meses a pandemia está controlada.
Por toda Europa, destruídos os Estados Nacionais, por uma União Europeia e, principalmente pelo Banco Central Europeu (reveja os objetivos Bilderberg/neoliberais), sofrem com o avanço das mortes e infecções, necessitando ajudas da China, da Rússia e de Cuba, todos Estados Nacionais.
E, também em 25/03, Itália e Espanha, Estados Mínimos apresentam mais falecimentos do que a China.
Políticos e analistas estadunidenses temem que a precariedade do Estado Nacional leve os EUA a ter a maior densidade de mortes; a terceira mais populosa nação do mundo. Uma sociedade de mercado não forma um Estado Nacional.
É hora de iniciarmos a análise das instituições e do sistema político brasileiro, tendo em vista a reconstrução do Estado Nacional. E não nos enganemos, todos que de algum modo se locupletam com a atual situação serão nossos opositores. Precisamos de uma liderança forte, sem receio de uma opinião pública fabricada pela mídia bilderberg.
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