O vice-presidente executivo financeiro e de relações com investidores da Embraer, José Antônio Filippo, disse hoje em teleconferência com a imprensa sobre os resultados do segundo trimestre, que o governo brasileiro vai liberar o equivalente a R$ 50 milhões para a empresa e a Telebras iniciarem as atividades da Visiona em 2012.
Criada em maio deste ano, a Visiona Tecnologia Espacial, fruto de uma sociedade entre a Embraer, detentora de 51% do capital social da companhia e a Telebras, que controla os 49% restantes, é uma indústria integradora de satélites, com foco inicial no projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro.
O satélite será projetado para missões de comunicações estratégicas de governo e das Forças Armadas e internet em banda larga. Seu custo é estimado em R$ 720 milhões. A nova empresa será a responsável pelo processo de absorção de tecnologias das companhias estrangeiras que forem contratadas para fornecer partes do satélite.
“A Visiona ainda está numa fase de estruturação, se preparando para iniciar suas atividades”, comentou Filippo. A Visiona é uma das empresas da divisão de negócios da Embraer Defesa e Segurança, que no segundo trimestre deste ano registrou um crescimento de 65% em sua receita líquida se comparada com o mesmo período do ano passado.
A participação deste segmento na receita total da Embraer no período foi de 15%, uma alta de 33% na comparação com o segundo trimestre de 2011. A modernização dos caças AMX e F-5, da Força Aérea Brasileira (FAB) e do A-4 Skyhawk, da Marinha, o desenvolvimento da nova aeronave de transporte militar KC-390 e as vendas internacionais do Super Tucano estão entre os principais projetos geradores de receita para a Embraer Defesa e Segurança em 2012.
Outra atividade que vem gerando receita para o segmento de defesa é a prestação de serviços aeronáuticos da Ogma, sediada em Portugal. A empresa, hoje controlada pela Embraer, atende principalmente aos mercados do Norte da África e Europa. Segundo projeção feita pelo presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar, o faturamento da companhia em 2012 deve chegar a R$ 2 bilhões, cerca de 23% superior ao registrado em 2011.
“Este resultado nos dá fôlego para investir em novos projetos e soluções e para sustentar o crescimento das empresas adquiridas pela Embraer, como a Orbisat, Atech e Harpia”, comentou. O backlog (pedidos em carteira) da área de defesa da Embraer hoje, segundo ele, é da ordem de US$ 3,4 bilhões.