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ELEIÇÕES – Alckmin visita Gen Braga, põe militar na equipe

 

Luis Kawaguti

 

O pré-candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) escolheu o Rio de Janeiro sob intervenção federal para fazer a apresentação de suas propostas para a segurança pública. Na tarde desta quarta-feira (6), o tucano visitou o interventor no estado, Walter Braga Neto, e apresentou como um de seus assessores um general da reserva que deixou recentemente o Alto Comando do Exército.

Alckmin negou, porém, que a visita ao Rio seja parte de uma estratégia para atrair eleitores do também pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL), que se identifica como ex-militar, defende os interesses da classe, tem sua base eleitoral no estado e está à frente na corrida eleitoral –Bolsonaro tem 18,3% das intenções de voto em um cenário sem Lula, segundo a pesquisa CNT/MDA de maio.

Questionado se tenta tirar votos do ex-capitão do Exército com a visita, Alckmin respondeu negativamente. "Há uma preocupação do Brasil inteiro em relação à questão da segurança e nós em São Paulo fizemos. Há uma grande distância entre o falar e o fazer. Às vezes há um abismo entre falar e fazer", disse o ex-governador paulista.

Alckmin citou então como exemplo de suas realizações resultados positivos da polícia de São Paulo. "Nós fizemos, nós temos a melhor polícia do Brasil e com os melhores resultados".

A apresentação do plano de segurança de Alckmin à imprensa aconteceu durante a manhã, na zona norte do Rio. Ele apresentou como seu assessor para assuntos de defesa nacional, o general João Camilo Pires de Campos — um militar influente e ex-comandante militar do sudeste que recentemente deixou o Alto Comando do Exército ao passar para a reserva.

Na parte da tarde, Alckmin foi ao Palácio Duque de Caxias, sede do Exército no Rio, para visitar o interventor federal, que também é o comandante militar do Leste. A visita causou certa preocupação nos militares — que não querem ver a imagem do Exército aliada a nenhum pré-candidato.

A viagem do ex-governador acontece semanas após um grupo de cerca de 70 militares e ex-militares de diversos partidos se juntarem para anunciar que concorrerão a cargos no Executivo e no Legislativo sob as mesmas bandeiras. A maior parte das lideranças desse movimento diz apoiar Bolsonaro.

Militares na corrida eleitoral

Campos disse que sua participação na campanha de Alckmin tem o intuito de trazer conhecimentos e valores dos militares. O ex-governador disse que Campos pode ajudar em seu eventual governo em diversas questões, entre elas, políticas para a proteção das fronteiras.

O general da reserva disse que sua intenção é ajudar o país independente de ligações partidárias. Ele afirmou que ajudará Alckmin a ter melhor "consciência situacional" do país, um jargão adotado pelos militares como sinônimo de compreensão. Apesar de não ser candidato, ele segue a mesma tendência defendida pelo grupo de 70 pré-candidatos militares que concorrerão às eleições —embora não pertença ao grupo.

"O viés do militar em geral não é político, é de colaborar de forma que se ache o ponto adequado para cada caso. Temos por exemplo o general [Guilherme] Theophilo concorrendo no Ceará pelo PSDB, o general Paulo Chagas pelo PRP no Distrito Federal e o general Hamilton Mourão, que não é candidato mas está filiado ao PRTB e apoia o Bolsonaro", disse o general Roberto Peternelli (PSL) um dos articuladores dos candidatos militares.

 

Gen Campos e o Governador Alckmin. Foto tirada quando o General Campos assumiu o Comando Militar do Sudeste, Abril 2014.

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