Ten Flávio Nishimori
O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), organização militar da Força Aérea Brasileira (FAB), sedia, entre os dias 3 e 6 de novembro, em São José dos Campos (SP), a 18ª Competição SAE BRASIL AeroDesign. O torneio, baseado em desafios reais enfrentados pela indústria aeronáutica, deve reunir mais de mil universitários do Brasil (18 Estados e Distrito Federal) e do exterior (México, Polônia e Venezuela).
"O DCTA tem orgulho de sediar e apoiar uma das competições acadêmicas mais promissoras da área de engenharia. Um evento como o Aerodesign proporciona uma importante experiência extracurricular na formação dos futuros engenheiros, desafiando-os a gerir o projeto de um avião em todos os seus aspectos, estimulando-os à criatividade e à inovação, além do trabalho em equipe”, explica o Diretor-Geral do DCTA, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Egito do Amaral.
A edição 2016 contará com 22 equipes de São Paulo, 17 de Minas Gerais e sete do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro e Paraná serão representados por seis cada. Santa Catarina possui cinco equipes. Rio Grande do Norte aparece com quatro. Pernambuco e Distrito Federal têm três equipes cada. Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso e Paraíba, com duas. Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí e Sergipe estão com uma equipe cada. Entre as estrangeiras, há quatro equipes da Venezuela, duas do México e uma da Polônia.
Nesta competição, para estimular a engenhosidade e a capacidade de desenvolvimento das equipes, o comitê técnico criou novos desafios para as três categorias de aeronaves. Na Classe Regular, pela primeira vez, os aviões deverão ter dimensões compatíveis com o espaço definido por um cone com base de 2,5 metros de diâmetro e altura de 75 centímetros. Além disso, as aeronaves estão liberadas para transportar como carga útil materiais de quaisquer tipo e dimensões – exceto chumbo. A categoria segue restrita a aeronaves monomotores.
Na Classe Advanced, os aviões deverão apresentar aumento do conteúdo de eletrônica embarcada. Além do tempo de voo, os sistemas a bordo deverão computar a velocidade. Cai por terra a restrição de peso vazio, mas, quando carregadas, as aeronaves não deverão exceder 35 Kg.
Permanecem de livre escolha o tipo de propulsão (combustão ou elétrica) e o número de motores, assim como deixa de existir a limitação de máxima cilindrada para o grupo motopropulsor. Em contrapartida, a área total das hélices não poderá ultrapassar 0,052 m². Como na Classe Regular, as aeronaves também poderão transportar como carga útil materiais de quaisquer tipo e dimensões – exceto chumbo.
Na Classe Micro, bolas de tênis não são mais obrigatórias e as aeronaves poderão transportar como carga útil materiais de quaisquer tipo e dimensões – exceto chumbo. Outra novidade é a possibilidade de lançar a carga durante os voos – ganharão pontuação adicional as equipes que conseguirem realizar lançamentos com sucesso. Nesta categoria não há restrição de geometria ou número de motores – todos elétricos – porém, a partir de agora, as equipes deverão ser capazes de desmontar o avião depois de voo, e transportá-lo desmontado em caixa de volume de 0,1 m³.
“A prática proporcionada pelas competições estudantis da SAE BRASIL e a experiência do trabalho em equipe na gestão de um projeto completo de engenharia em toda a sua abrangência são oportunidades raras para os estudantes de engenharia”, analisa Frank Sowade, presidente da SAE BRASIL.
Equipe do ITA – O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) participa do evento com a equipe Leviatã. Em 2015, ela venceu a competição na classe Advanced. Além disso, recebeu os prêmios de Melhor Projeto, Maior Peso Carregado (14,1 kgf em um avião que pesa apenas 3 kgf) e Maior Acuracidade. A vitória rendeu a ida, em março de 2016, aos Estados Unidos para representar o Brasil na SAE Aero Design East, juntamente com as equipes da USP São Carlos, vencedoras nas classes Regular e Micro.
Neste ano, a equipe Leviatã é presença garantida e concorre com um projeto de avião de carga. “Vamos tentar defender o título em nossa categoria. Estamos preparando, desde março, um projeto inovador em que a velocidade da aeronave a ser apresentada deve ser o fator diferencial nessa competição”, aposta o capitão da equipe Leviatã, Rafael Massahiro Sairo.
Avaliações – Na Competição SAE BRASIL AeroDesign as avaliações são realizadas em duas etapas: Competição de Projeto e Competição de Voo, conforme regulamento. Ao final do evento, duas equipes da Classe Regular, uma da Advanced e uma da Classe Micro, que obtiverem as melhores as pontuações, ganharão o direito de representar o Brasil na SAE Aerodesign East Competition, em 2017, nos EUA, onde equipes brasileiras acumulam histórico expressivo de participações: oito primeiros lugares na Classe Regular, quatro na Classe Advanced e um na Classe Micro. A SAE Aerodesign East Competition é realizada pela SAE International, da qual a SAE BRASIL é afiliada.
Organizado pela Seção Regional São José dos Campos, da SAE BRASIL, o Projeto AeroDesign é um programa de fins educacionais que tem como principal objetivo propiciar a difusão e o intercâmbio de técnicas e conhecimentos de engenharia aeronáutica entre estudantes e futuros profissionais da engenharia da mobilidade, por meio de aplicações práticas e da competição entre equipes, formadas por estudantes de graduação e pós-graduação de Engenharia, Física e Tecnologia relacionada à mobilidade.
Reconhecida pelo Ministério da Educação, a competição conta com o apoio das instituições ADC Embraer, DCTA, ITA, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Prefeitura de São José dos Campos.
Serviço:
18ª Competição SAE BRASIL AeroDesign
Dia 03/11 – das 8h30 às 17h – solenidade de abertura, showroom dos projetos e apresentações orais das equipes no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) – Prédio de Eletrônica e Computação.
Dias 4, 5 e 6/11 – das 7h30 às 18h – Competição de voo no Aeroporto do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) – aberta ao público. Entrada pela avenida Faria Lima, ao lado do MAB, em São José dos Campos (SP).