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Comentário Gelio Fregapani – Formas de Governo

Comentário Geopolítico

 Formas de Governo

Há mais de dois mil anos Aristoteles definia as boas formas de governo como a Monarquia, a Aristocracia e a Democracia e as formas degradadas como a Tirania, a Oligarquia e a Demagogia. Afirmava também que, quando uma das formas de governo se degradava ela acabaria por ser substituída pela forma seguinte; assim quando uma monarquia se degradasse em tirania ela seria substituída por uma aristocracia, a qual quando virasse oligarquia tenderia mudar para a democracia, que ao decair para a demagogia criaria as condições para o renascimento da monarquia.

Apesar de ser simples e ingênua essa sequência nunca foi, em linhas gerais, desmentida pela História. Disto tudo nos sobra uma certeza: qualquer dos regimes funciona bem, mas apenas com os governantes corretos.

Mais profundo é o pensamento do historiador italiano Cesare Cantu (não confundir com um blogueiro homônimo que nos faz oposição) demonstra que as formas de governo tendem a acompanhar as estruturas familiares; assim, por exemplo, num povo de cultura islâmica onde o chefe da família manda em tudo, o país terá um governo forte, monárquico ou tirânico dependendo não só do governante mas também do estilo de vida das famílias. Haréns com eunucos para vigiar as esposas só são aceitáveis em Estados tirânicos ou policialescos.

Naturalmente quando a mulher tem voz ativa e até contribui financeiramente o governo será democrático, mas quando a instituição familiar se desagrega e se torna uma fachada hipócrita, o governo cairá na demagogia. Vale assinalar que se as estruturas familiares influenciam as estruturas governamentais, estas últimas também influenciam as estruturas familiares. Quem acompanha a situação política do nosso País já sentiu a analogia dos fatos com a teoria de Cesare Cantu, confirmando a validade do pensamento de Aristóteles de que a qualidade dos governantes é que tornam boas ou mas as formas de governo.

Mudanças

Gostem ou não os juristas, nenhum governo se sustenta sem o consentimento de suas Forças Armadas, pois o Direito sem força é uma abstração. Consentimento não significa necessariamente apoio. As mudanças por degradação acontecem gradualmente e dentro da lei, inclusive porque a lei é moldada para proteger o governo em degradação, porém quando esta atingir um nível insuportável as forças vivas ou um líder que encarne as esperanças provocará a mudança. Forças Armadas que até então consentiam na degradação podem não interferir ou até mesmo serem o instrumento da mudança.

Em nossa Pátria

Estamos um episódio incomum, um País em fase de mudança tentando fazê-la dentro da lei. Isto é quase impossível, pois o lado do regime degradado montou as leis para se proteger e ainda as distorce com um Judiciário irregularmente aparelhado.  Embora, visivelmente contrariado o Exército, na ânsia de se manter na legalidade, parece até consentir no desmanche provisório do País, na esperança de mudar dentro da lei.

Os Cenário levantados

A indignação popular com o Status Quo atingiu tal nível que as mudanças acontecerão. Como serão? – Pode-se imaginar cenários melhores e cenários piores, mas todos tendo por base a indignação popular com o sistema corrupto encastelado no STF e no Congresso.

Um cenário possível seria as próprias Forças Armadas imporem o afastamento e mesmo a prisão dos elementos mais nocivos dos diferentes órgãos do Legislativo e Judiciário e até o fechamento provisório dos mesmos, se considerarem necessário. Provável o cenário não é, quer pela aversão do Exercito em sair da lei como pela obediência ao Presidente, mas se não é provável possível é, principalmente se o limite do tolerável for ultrapassado pelo STF juntamente com os líderes do Congresso e os governadores.

O pior cenário seria se um levante popular contra os mesmos elementos citados fosse combatido pelo Exército. Este cenário é pouco provável pois dificilmente o Exercito, já bastante agastado com a demagogia do grupo encastelado, dificilmente iria agir para impedir um tal levante popular, de forma que o levantamento popular sem intervenção militar se torna um terceiro cenário, sendo o mais provável e o melhor de todos.

Estes cenários e outros que possam ser levantados levam em consideração o fato de que o bem sucedido período militar não terminou tão bem em face da campanha esquerdista de endeusamento da democracia como se fosse o bem supremo. Embora, eles nunca a pratiquem, usam com eficiência a palavra “democracia” para atacar os governos que tem que tomar medidas para contê-los.

Todos nós gostaríamos de viver numa democracia, mas ainda bem que todas as pessoas lúcidas sabem que a Pátria está ainda acima e que uma democracia de fachada encobrindo a demagogia não serve para nós nem para ninguém.

Que Deus inspire as nossas decisões

Gelio Fregapani

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