Assuntos: Engenharia, industrialização e progresso
e Você sabia?
Apenas usemos o bom senso
Antes de mais nada precisamos superar o nosso complexo de “vira-latas” e tomarmos consciência da importância geopolítica e estratégica do nosso País no conjunto das nações do mundo. Somos uma das maiores nações em termos geográficos e populacionais. Somos a 8ª economia do mundo com um mercado interno de 200 milhões. Temos ainda os maiores recursos naturais do mundo.
Temos grande potencial, mas também temos vulnerabilidades, pois riquezas não protegidas despertam ambições e no nosso país, o governo e as grandes empresas são vigiadas e espionadas. Todos querem saber; que posição tomaremos face aos problemas mundiais; se ensaiaremos um caminho próprio e até que ponto influenciaremos outros países? É natural que as potências dominantes queiram se informar, mas quem conhece um pouco sobre os Serviços Secretos sabe que eles não se limitam a coletar conhecimentos mas sempre que possível tentam influenciar os acontecimentos, segundo os interesses de seus países.
A nossa nação, como qualquer comunidade, se torna forte e progressista ou fraca e desmoralizada segundo acredita. É claro que a confirmação da corrupção generalizada golpeou mortalmente a nossa autoestima. Realmente tivemos governos corruptos, mas a imprensa apregoa diariamente que a corrupção é característica do nosso povo. Não é verdade, mas como efeito colateral as nossas maiores empresas: Odebrechet, Camargo Correa, OAS, Mendes Junior, Engevix estão sendo destruídas, bem como as lideranças delas.
Castigo merecido? Sem dúvida mereceriam castigo exemplar, mas não é conveniente que se acabe com as empresas. É certo que elas participaram de corrupções, mas pressupomos que as empresas e seus dirigentes não gostem de pagar propinas, mas que basicamente sejam forçados por políticos, os quais, beneficiários delas, na maioria continuam soltos como Renan, Jucá, Serra, Aécio, Geddel, Lobão, etc …
Haveria talvez alguma intenção de aproveitar a corrupção das grandes empresas para tirá-las da concorrência? Ou quem sabe para prejudicar o próprio desenvolvimento nacional? Podemos induzir que sim, pois nessa guerra vale tudo. Entretanto, as corrupções assinaladas eram reais. Eventualmente surgem rumores de que a equipe da Lava Jato se apoie em informações de instituic?o?es de intelige?ncia dos EUA. Podem ter sido boatos falsos que visem somente prejudicar o atual governo, mas mesmo que o alerta tenha vindo de fora ele nos ajudou a combater a corrupção e o mau governo esquerdista
Nem no julgamento de Nurenberg os tribunais da vingança destruíram as empresas, as quais continuam brilhando na atualidade, tais como, Krupp, Thiessen, Sollingen, Daimler Benz, Volkswagen, Telefunken, Siemens, Union, Bayer, Bosch e muitas outras. Tampouco condenaram os colaboradores do Nazismo cuja ciência ou as habilitações interessavam ao vencedor, como Von Braun e o General Gehlen.
A esses, fizeram questão de preservar para aproveitá-los. O mesmo fizeram os russos com os que capturaram.
É preciso somente que nos controlemos para evitar que a justa indignação nos leve ao excesso de punição a ponto de inviabilizar o nosso potencial.
Evitemos renunciar fontes do poder e do desenvolvimento
A Petrobras, apesar da inegável corrupção, tem sido o principal incentivo do desenvolvimento da nossa engenharia através das encomendas que tem feito às empresas locais. Agora está sendo obrigada a encomendar suas obras a firmas estrangeiras. O mesmo está acontecendo com outras grandes obras na nossa terra, entre outros motivos para diminuir os custos.
Muito bem, certamente os custos diminuirão, mas a que preço? Isto pode ser um golpe de morte para as grandes empresas brasileiras e em consequência para a engenharia nacional, que já está agonizante e pode ser morta pelo entreguismo disfarçado de ortodoxia econômica.
Sem uma forte engenharia não há indústria nacional, não se constrói pontes e arranha-céus, muito menos se faz um satélite ou manda um homem ao espaço. Dificilmente se pode sustentar uma guerra em defesa do próprio território. Em qualquer país a engenharia é protegida e reverenciada como a fonte do poder, da prosperidade e do desenvolvimento. Nenhum país avançou sem apoiar soberana e decisivamente sua engenharia. Por isto, os países que se desenvolveram defenderam suas grandes empresas como o fizeram com seus territórios, com seus recursos naturais e até suas Forças Armadas.
A engenharia nacional, que é a fonte primária do poder, só se desenvolve havendo encomendas, mas não poderá competir com uma estrangeira já estabelecida se não tiver proteção e subsídios. Certamente, que pode ser mais caro e até mesmo menos eficiente no início, entretanto só o desenvolvimento de uma engenharia própria pode trazer o progresso e o poder a qualquer país. Chamar só empresas estrangeiras para as já raras obras de vulto no Brasil pode ser mais barato mas é um grave erro e será causa de desemprego, de recessão e de crise. Pior ainda, pode ser causa da morte das empresas por inanição e com elas morrerão a engenharia nacional e em consequência a industrialização.
Temos consciência do vulto da corrupção das nossas empresas, mas se as inviabilizarmos será pior. Concedamos à camada de dirigentes colocada por Temer este benefício de acreditarmos em suas boas intenções – em alguns casos, duvidosos, mas acreditarmos que os empreiteiros estrangeiros são intrinsecamente honestos e aquelas histórias todas que lemos sobre a Halliburton e outras são mentirinhas é abusar da nossa inteligência.
Enquanto tivermos políticos que exijam ou aceitem propinas, todas as empresas, nacionais ou não, estarão tentadas a jogar conforme as regras vigentes.
Você sabia?
Que nem tudo é ruim pois com a exploração do pré-sal, o país se projetará como um dos futuros grandes produtores de energia, desenvolvendo paralelamente uma indústria naval potente e uma grande cadeia de fornecedores para as mais diversas necessidades, de máquinas, equipamentos, caldeiraria a sistemas informatizados de ponta?
Que batemos recorde em capacidade de energia elétrica instalada. A que mais cresceu foi a das grandes usinas hidrelétricas mesmo com a máfia ambientalista/indigenista retardando a construção?
Que de alguma forma o nosso País iniciou a combater a praga da corrupção e que esta não se resumia a propinas das empreiteiras mas que era ainda maior na solidariedade ideológica com os países esquerdistas e com o assistencialismo demagógico?
Que governo do PT “contribuiu” com 6 bilhões a organismos internacionais aos quais o Brasil nem faz parte e que transferiu 1 bilhão para o seguro-defeso a quem nunca foi pescador?
Que existem casos mais graves que o brasileiro, onde países destroçados por intervenções externas e/ou crises domésticas: como Síria, Iraque, Líbia, Grécia – para citar casos mais notórios? Mas que para a Superpotência, as acusações de práticas empresariais criminosas são recursos de guerra, assim como o uso da força ou da espionagem?
Que o alvo estratégico do auxílio dos EUA para a Lava Jato pode ser o desmonte da Petrobrás e das empresas brasileiras de engenharia complexa?
Que o rigor das punições para a Odebrecht nas Justiças de EUA e Suíça, não encontram paralelo nas penas contra os conglomerados de capital estadunidense em qualquer setor da economia? Que isto pode inviabilizar a construção do nosso primeiro submarino nuclear?
Que para fins estratégicos não há substituto para o Estado nacional? Que os setores privados, as organizações da sociedade civil, as universidades, os intelectuais, mesmo as pessoas comuns – todos carregam, bem ou mal, o estandarte nacional por onde quer que andem e circulem.
Que não existem instâncias supranacionais a quem um país possa confiar a defesa dos seus interesses nacionais e dos seus objetivos vitais? Que delas só se beneficiam os países que têm força e coesão interna?
Que o nosso País precisa urgente encontrar um meio legítimo de superar o quadro de polarização destrutiva e frear o processo de desintegração em curso?
Que DEUS nos inspire nos combates que estão por vir.
Gelio Fregapani