Conspirações, Traições, Revoluções e atualidade – analogias e diferenças
Vamos partir de um princípio: as revoluções, para serem bem sucedidas, necessitam pelo menos do consentimento das tropas ou de forças que a possam enfrentar. A nossa primeira revolução de âmbito nacional– a Proclamação da República foi um golpe palaciano efetuado por uma elite militar descontente.
Para a população, só a do Rio de Janeiro interessava, nem se manifestou, embora depois tenham estourado revoltas menores de cunho monarquista, mas todas abafadas pelo Exército. O “golpe” não teve legitimidade nem legalidade. Foi traição? – Sem dúvida. Seu mentor era de ideologia positivista e seus executores totalmente fisiológicos. O que decidiu foi apenas um motim da cúpula da Força.
De maior vulto a revolução de 1930 foi, basicamente uma conspiração dos governadores de Minas, Rio Grande do Sul e Paraíba. Estando o Exército, semiparalisado em sua função bélica pelo bacharelismo positivista e sendo a população predominante rural, a revolução não foi marcada por ideologias embora já houvesse alguma participação popular nos Estados revoltados.
Militarmente as forças que sustentaram a revolução foram as das Polícias Militares gaúchas e mineiras, juntamente com graduados do Exército, cooptados no Rio Grande pelos políticos locais. Foi traição? – Sim, mas a quem. É difícil dizer, pois as eleições teriam sido fraudadas. Apesar da surpresa houve alguma luta. No Rio Grande os revolucionários traiçoeiramente inutilizaram as armas e mataram quem se opôs.
Em Minas um punhado de militares do Exército resistiu à milhares de soldados da Polícia Militar por vários dias, sem comida sem água e munição escassa, dando algum tempo para que o Exército reunisse os meios disponíveis em Itararé. No final, o Exército decidiu não mais se opor, como se o confronto fosse apenas entre as Polícias Militares estaduais. Isto causou a renuncia do Presidente Washington Luis, decisão talvez justificável por um só motivo: existia nas tropas gaúchas um perigoso germe do separatismo, que poderia se ampliar conforme a evolução dos combates.
A população, até então rural, pouco se interessava por ideologias, mas com o início da industrialização os comunistas e anarquistas formaram os sindicatos e aproveitaram as justas reivindicações do operariado a seu favor, numa guerra psicológica que se prolonga até hoje. Nos anos seguintes ainda aconteceram alguns pequenos conflitos, quase todos de inspiração ideológica, que sem adesão popular foram contidos pelo Exército sem maiores consequências, entretanto a felonia da traição da intentona comunista de 1935, em assassinar os camaradas de armas durante o sono marcou indelevelmente no espírito do Exército a aversão à essa espécie de traidores malévolos e indignos. A partir de então, jamais os comunistas teriam o consentimento das Forças Armadas para governarem o País.
Controlando a maioria dos meios de comunicação os comunistas por vezes deram a impressão de ter a população a seu lado, mas era ilusório, em 64 como hoje em dia o povo implorou para que os militares o salvassem do comunismo e impusesse ordem na casa.
Na Renuncia de Jânio Quadros em 61, já estava esboçado o embate ideológico, que eclodiu na revolução de 1964. Embora esta tenha iniciado com a rebelião do Governador de Minas Gerais, a aversão visceral dos militares, ao comunismo, foi o motivo básico da adesão das Forças Armadas. A pequena oposição de alguns militares deveu-se mais às tradições legalistas de Caxias do que ao apoio ao governo comunizante.
Saltando os episódios da “redemocratização” e dos impeachment do Collor e Dilma (todos com o consentimento das F. Armadas), chegamos aos tempos hodiernos, quando ficou claro em 2018 que as esquerdas haviam perdido a guerra psicológica, que a opinião publicada não correspondeu a verdade e que nem as fraudes eleitorais foram suficientes, mas antes mesmo da posse, as esquerdas conspiraram com os fisiológicos para a derrubar o novo governo e pretendem fazê-lo antes que termine o segundo ano de mandato, visando forçar a realização de novas eleições.
Primeiro com o atentado da facada, de modus operandi tipicamente anarco-comunista, como nos mostra a História mas Graças a Deus falhou.
Conscientes que a opinião pública estava com o Presidente, as oposições procuraram disfarçadamente impedi-lo de governar através do bloqueio às medidas na Câmara, no Senado e no STF além de minar-lhe a popularidade pela imprensa marrom, mas sem resultados, até que a pandemia do coronavirus lhes deu o pretexto para que vários governadores se rebelassem, seguindo o modelo das revoluções de 30 e de 64, por analogia, julgaram seria bem sucedido. Todavia esqueceram dos principais fatos portadores do futuro: a opinião pública e as Forças Armadas.
Apesar da influência cada vez maior da opinião pública, nenhum governo se sustenta sem o consentimento das Forças Armadas, a não ser mobilizando forças que as possam enfrentar e é com isto que sonham alguns governadores, inclusive os que somente se elegeram por se associarem a candidatura de Bolsonaro, especificamente o de São Paulo, o do Rio e o de Goiás. Contam eles com uma distorção da legalidade – com maioria na Câmara e no Senado, procuram a um pretexto qualquer decretar o impedimento do Presidente.
Isto é que é traição, gritarão os adeptos do bem e é verdade. Toda a mudança irregular de governo começa com uma conspiração e prossegue com uma traição, a qual só pode ser legitimada pela opinião pública.
Nos dias de hoje assistimos o ensaio de uma das mais miseráveis das traições, a traição à Pátria, pouco se importando com a destruição que causaria e usando de uma legalidade distorcida do Congresso e do STF para impedir o progresso do País, mas essa traição não vingará, primeiro porque a opinião pública não lhes confere legitimidade e a legitimidade impulsionará a Força ,se necessário for.
Segundo, nas próximas eleições serão varridos os traidores da Pátria e com eles o resto da pseudo legalidade que fingem ter.
Que Deus todo poderoso nos inspire nas nossas decisões e abençoe a nossa atuação
Gelio Fregapani