A CANETA DO PRESIDENTE
Sérgio Pinto Monteiro
Historiador, oficial R/2 do Exército Brasileiro, Patrono do Conselho Nacional de Oficiais da Reserva, Presidente do Conselho Deliberativo da Associação Nacional dos Veteranos da FEB, membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, da Academia Brasileira de Defesa e do Instituto Histórico de Petrópolis. O artigo não representa, necessariamente, o pensamento das entidades mencionadas.
20 de maio de 2019
A política brasileira nos apresenta um cenário curioso, beirando o surreal. Há poucos meses, o povo escolheu, democraticamente, os seus atuais representantes nos poderes Executivo e Legislativo. Por expressiva maioria, os eleitores rejeitaram o modelo de gestão que prevalecia há treze anos e quase destruiu o país.
O candidato Jair Bolsonaro, numa inédita e avassaladora campanha, foi eleito presidente da república com uma vigorosa proposta de renovação de princípios e valores, políticos, administrativos e morais, compatíveis com o desejo de mudança claramente externado pela sociedade. Foi, reconhecidamente, um “tsunami” eleitoral em que inúmeros candidatos, muitos dos quais novatos nas lides políticas se elegeram, apenas, porque navegaram na “onda” liderada por Bolsonaro.
Ninguém duvidava das enormes dificuldades que o novo presidente enfrentaria para neutralizar os quadrilheiros derrotados eleitoralmente, que por mais de uma década aparelharam o estado e suas instituições, em verdadeira caçada aos cofres públicos na busca de vantagens ilícitas, ora em fase de dramáticas apurações e penalizações pela Operação Lava-Jato e congêneres.
Desde a proclamação do resultado das urnas, Bolsonaro vem sendo diuturnamente atacado por opositores inconformados com a derrota e movidos, principalmente, pelo desespero da perda do governo. São os nossos conhecidos falsos democratas, que não admitem, sequer, o princípio salutar da alternância de poder. Durante treze anos enganaram, durante o dia, o nosso povo bom e simples, para roubá-lo na calada da noite.
Esses ataques ao presidente, inclementes e quase sempre sórdidos, deveriam encontrar forte resistência nos novos representantes do povo, eleitos “nos ombros” de Bolsonaro. Talvez “no colo” fosse até a expressão mais adequada. Entretanto, à exceção de uns poucos “guerreiros(as)”, a maioria se mantém num silêncio quase total, que se nos afigura como verdadeira traição política. Seus deveres morais – e até pessoais – os obrigariam a sair em defesa do presidente, que em última análise, propiciou as suas vitórias eleitorais. Ao reverso, muitos deles, além da ingratidão política, ainda se posicionam contrariamente às propostas governamentais.
Nesse contexto estão governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Deveriam formar uma sólida linha de defesa do presidente e da sua equipe. Muitos deles, infelizmente, parecem que optaram pela “velha política”, olvidando que os eleitores estão atentos às suas traições. O presidente Bolsonaro, um cidadão idealista, simples e honrado, vê-se obrigado a se expor em contraditas e confrontos diários, já que seus “aliados” se acovardam e se omitem diante dos impropérios de uma oposição sinistra e destrutiva.
Também nos surpreendem as tímidas reações de alguns ministros e membros dos primeiros escalões governamentais diante do cerrado fogo inimigo. Afinal, são membros de uma equipe cujo líder está sob ataque constante. Era de se esperar que fossem bem mais aguerridos na defesa do presidente.
A oposição não renega seu passado. Ofensas, baixarias, falsidades e outras posturas indecorosas compõem o seu vasto arsenal. Reitero que o nefasto “trabalho” da oposição está grandemente facilitado, eis que poucos são os nossos dispostos a enfrenta-los à altura. Por outro lado, são evidentes as manobras para inviabilizar as ações governamentais. Desde a postura de “agentes duplos”, como dos presidentes da Câmara e do Senado, até a duvidosa imparcialidade e juridicidade dos julgamentos das cortes superiores de justiça, em especial do Supremo Tribunal Federal.
O recente desabafo do presidente Bolsonaro, revela a angústia do chefe do Executivo por todo esse cenário que o está impedindo de promover as medidas clamadas pelo povo brasileiro. Há um vasto repertório de possíveis ações da oposição para inviabilizar a nova gestão. Vão do “impeachment” presidencial até a implantação de um curioso e hilário “parlamentarismo presidencialista” tupiniquim. Passando, absurdamente, pela possibilidade de uma renúncia do presidente.
Ao final deste artigo, faço um apelo ao presidente Bolsonaro. Use com inteligência o seu perfil de nobre guerreiro. Afinal, o senhor tem a legitimidade e a legalidade que o povo lhe outorgou. Não caia nas armadilhas de uma oposição impatriótica, irresponsável e inconsequente. Mantenha a postura presidencial e EXIJA de seus comandados e aliados o enfrentamento DIRETO com os adversários do Brasil. O presidente da república não pode tudo, é verdade. Mas pode muito. O ataque ainda é a melhor defesa. Mostre à sociedade os crimes cometidos pelos que lhe caluniam. Abra, urgentemente, todas as “caixas-pretas”. Inclusive e especialmente, da mídia. E, sobretudo, USE A CANETA, presidente.
“BRASIL ACIMA DE TUDO. DEUS ACIMA DE TODOS”