Armando Brasil
A Lei nº 1.628, de 20 de junho de 1952, criou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE). O objetivo da nova autarquia federal era ser o órgão formulador e executor da política nacional de desenvolvimento econômico. Esta criação era a de mais uma criatura do Projeto Nacional de Desenvolvimento.
Numa primeira fase, o BNDE investiu muito em infraestrutura, mas a criação de estatais aos poucos liberou o Banco para investir mais na iniciativa privada e na indústria. Uma importante transformação no BNDE ocorreu em 1971, quando ele se tornou uma empresa pública.
A mudança possibilitou maior flexibilidade na contratação de pessoal, maior liberdade nas operações de captação e aplicação de recursos e menor interferência política.
O Banco, nos anos 70, foi uma peça fundamental na política de substituição de importações. Os setores de bens de capital e insumos básicos passaram a receber mais investimentos, o que levou o Brasil a deter o mais completo parque industrial e o maior conjunto de fábricas produtoras de máquinas da América Latina.
Desde meados da década de oitenta, do século passado, perdeu-se o Projeto Nacional de Desenvolvimento. Concomitante, a esta perda, fez-se a mudança do nome do banco para BNDES. A partir de então, o setor industrial não tem sido o foco prioritário da atuação do BNDES.
Apesar disto, e de todas as políticas macroeconômicas, inibidoras das suas atividades, praticadas pelos governos que se seguiram, o setor fabricante de máquinas e equipamentos tem resistido e se mantido atuante. O mesmo não se deu com o setor industrial como um todo, que viu sua participação decrescer de 33% para 12% do Produto Interno Bruto, desde então.
Este setor fabricante de máquinas e equipamentos é basilar para a construção de uma indústria de defesa. Há uma corrente econômica que prega a inexistência de proteção para a economia, contradizendo a própria a ideia das vantagens comparativas, sob qual se apoia. Se quisermos ter sucesso na implantação de uma base indústrial de defesa temos de nos afastar dessa corrente.
No esforço de constituir uma base industrial de defesa do Brasil, não basta só o engajamento com as ideias e o crédito do BNDES para a construção do aparato fabril, mas também, adotar medidas que preservem e fomentem a indústria de máquinas e equipamentos.