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AERODESIGN – Aviões de estudantes brasileiros disputam a East Competition

Cerca de 40 estudantes de engenharia do Brasil fazem os últimos ajustes nos quatro aviões, projetados em escala reduzida, para participar da SAE AeroDesign East Competition, que será realizada em Fort Worth, no Estado do Texas, Estados Unidos, entre os dias 15 e 17 de março. As aeronaves são radio controladas e capazes de transportar cargas exclusivamente para disputar a competição de engenharia.

Os universitários fazem parte das equipes Uai Sô Fly, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Cefast, do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet – MG); Aerorio Advanced, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC RJ); e Céu Azul, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A competição reúne, ao todo, 75 equipes de instituições de ensino das Américas e Europa.

As quatro equipes ganharam o direito de representar o Brasil na SAE AeroDesign East Competition após conquistarem as melhores pontuações na 14ª Competição SAE BRASIL AeroDesign, realizada em novembro do ano passado, em São José dos Campos, SP, com a participação de 88 equipes de 63 instituições de ensino.

Classe Advanced – A novidade que desafiará as equipes da Classe Advanced durante a AeroDesign East será o lançamento das cargas transportadas pelos os aviões. Segundo o que determina o regulamento da SAE International, a carga lançada em pleno voo deverá atingir um local pré-determinado específico no solo, para as equipes receberem pontuação extra.

Para enfrentar o desafio, a equipe Aerorio Advanced, do Rio de Janeiro, investiu em um sistema de piloto automático que, a partir de informações de sensores de altitude, e de um sistema de navegação GPS, permite à aeronave seguir rota pré-selecionada em solo. Além disso, a equipe utiliza técnicas de telemetria para transmitir informações do avião, durante o voo.

“Com a inclusão desses sistemas eletrônicos embarcados o avião está apto a garantir a necessária altitude e estabilidade na hora de liberar a carga, de modo a atingir o alvo com a máxima precisão possível”, explica Lucas Maciel Ribeiro, estudante de Engenharia de Controle e Automação, da PUC Rio. A aeronave carioca possui 2,4 m de envergadura, 1,8 m de comprimento, pesa 3,6 kg e transporta 11,8 kg de barras cilíndricas de aço 1020.

Minas Gerais – Atual campeã mundial pela Classe Regular, a equipe Uai Sô Fly!, formada por nove estudantes e um piloto, construiu um avião monoplano de 3,70 m de envergadura. A aeronave, que pesa 3,2 kg, transporta até 18 kg de placas de aço. “Apesar dos bons resultados nas competições anteriores investimos em um projeto totalmente novo, visando evitar falhas e assegurar boa colocação, e, ao mesmo tempo, continuar com desafios”, comenta Fred Aride Moulin, capitão da equipe e estudante de Engenharia Aeroespacial, da UFMG.

Outra equipe que disputará a competição pela Classe Regular será a Cefast, do Cefet MG, que também ostenta o título de campeã mundial, conquistado em 2010. A equipe, composta por seis universitários, levará uma aeronave de asa alta com trem de pouso do tipo convencional. O avião mede pouco mais de 3 m de envergadura, pesa 3,5 kg e transporta cargas superiores a 15 kg. “Em relação à última competição internacional que participamos, sentimos que estamos mais competitivos, economizamos tempo na construção e conseguimos focar mais em pesquisa e testes”, conta Pedro Moreira Viana, capitão da equipe e estudante de Engenharia Mecânica.

Classe Micro – Estreante na competição internacional, a equipe catarinense Céu Azul, que participa na Classe Micro, aposta em um avião simples e leve. A pequena aeronave tem 1 m de envergadura, pesa 200 gramas e transporta até 800 gramas de chapas de aço. Os estudantes já realizaram mais de 30 testes de voo com êxito. “Nossa aeronave é extremamente confiável, esperamos alcançar a primeira colocação”, diz Marco Aurélio Stimamiglio Timmermann, aluno de Engenharia Mecânica e capitão da equipe, composta por mais oito universitários.

REGULAMENTO – Na Classe Advanced não existem restrições geométricas às aeronaves nem ao número de motores instalados, desde que a soma das cilindradas não exceda 7.54cc (7.538cm3 ou 0.46in3). A distância máxima de decolagem é medida por um sistema eletrônico embarcado. A novidade da categoria na AeroDesign East em 2013 é o desafio de lançamento de carga humanitária (simulando o lançamento de alimentos etc) numa área específica. A carga deve ser lançada por um segundo piloto que visualizará a área de lançamento utilizando-se de sistema de visão remota instalado na aeronave de forma que seja possível lançar a carga no alvo. Na categoria podem participar também estudantes de pós-graduação.

Já na Classe Regular os aviões são monomotores, com cilindrada padronizada em 10cc (10cm3 ou 0,61in3). O regulamento estabelece limite para as dimensões máximas das aeronaves, que devem ser capazes de decolar em uma distância máxima delimitada de 61m (200ft).

Na Classe Micro não há restrições geométricas aos projetos nem ao número de motores, porém a equipe deve ser capaz de transportar a aeronave dentro de uma caixa comercial de 60.9 x 45.7 x 20.3cm (24 x 18 x 8in). Na categoria as aeronaves devem usar motores elétricos e decolar via lançamento manual ou com sistema de elásticos. Desde a Aero Design East 2011 o uso de barras de chumbo não é mais permitido. Nesse caso, a carga deve ser composta de barras metálicas (aço) ou material similar à escolha da equipe. O compartimento de carga para a Classe Micro deve possuir as dimensões mínima de 2 x 2 x 5in (5 x 5 x 12,7cm).

“As competições estudantis da SAE BRASIL proporcionam aos futuros engenheiros a oportunidade de praticar as teorias aprendidas na universidade e assim desenvolver capacidades e a paixão necessárias a uma formação profissional mais completa”, afirma Ricardo Reimer, presidente da SAE BRASIL para o biênio 2013/2014.

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