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AeroDesign 2012 – Equipes da UFMG, UFSC e PUC Rio vencem

São José dos Campos – Pela quarta vez a equipe Uai Sô Fly!, da Universidade Federal de Minas Gerais, sagrou-se campeã da Classe Regular na 14ª Competição SAE BRASIL AeroDesign, concluída neste domingo, 4 de novembro, na Pista de Táxi do Aeroporto do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos, SP. O avião, projetado e construído pela equipe, obteve 539,96 pontos na classificação geral. Na Classe Advanced, a equipe AeroRio, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, sagrou-se campeã na competição, ao obter 172,59 pontos. Na Classe Micro, a vencedora foi a equipe Céu Azul, da Universidade Federal de Santa Catarina, com 356,02 pontos.

A competição apontou como segunda colocada, pela Classe Regular, a equipe Cefast, do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, com 436,11 pontos. Na Classe Advanced, a segunda colocada foi a equipe FEB Eagle, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus Bauru, com 160,54 pontos. A equipe Trem ki Voa, da Universidade Federal de São João Del Rei, foi a segunda colocada na Classe Micro, com 347,04 pontos.

As equipes classificadas em primeiro e segundo lugares da Classe Regular – Uai Sô Fly! e Cefast -, e as equipes classificadas em primeiro lugar nas Classes Micro e Advanced – Céu Azul e AeroRio Advanced – ganharam o direito de representar o Brasil durante a SAE AeroDesign East Competition, com apoio técnico, logístico e financeiro da SAE BRASIL. A competição internacional, que reúne equipes da América do Norte e Europa, será realizada pela SAE INTERNATIONAL em 2013, na Georgia, Estados Unidos. Na SAE AeroDesign East Competition, as equipes brasileiras acumulam histórico expressivo de participações, incluindo seis primeiros lugares na Classe Regular, quatro primeiros lugares na Classe Advanced e um primeiro lugar na Classe Micro.

A 14ª Competição SAE BRASIL AeroDesign teve início quinta-feira, dia 1º, com a presença de 88 equipes, entre 98 equipes inscritas, que representaram 15 Estados brasileiros e mais o Distrito Federal, além de três equipes do México. As 88 equipes representaram 63 instituições de ensino.

MENÇÕES HONROSAS – O Comitê Técnico da SAE AeroDesign 2012 ainda conferiu Menção Honrosa às equipes que se destacaram em 10 quesitos:

Aeronave com Menor Tempo de Retirada de Carga – Classe Regular: 4,09 segundos – equipe Mandacaru, da Universidade Federal de Pernambuco. Classe Micro: 2,4 segundos – equipe AeroRio (Classe Micro) da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro.

Aeronave com Menor Peso Vazio – Classe Regular: equipe Tucano, da Universidade Federal de Uberlândia; com 2,09 kg. Classe Micro: equipe Trem Ki Voa, da Universidade Federal de São João Del Rei, com 525 gramas.

Excepcional Apresentação – equipe NoizaVua, da Universidade Federal de São João Del Rei, Campus Paraopeba, Minas Gerais.

Maior 'Acuracidade' (previsão de carga a ser transportada) – equipe Urubus (Classe Regular), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Maior Peso Carregado – equipe Uai Sô Fly! (Classe Regular), da Universidade Federal de Minas Gerais, com 14,04 kg.

Maior Eficiência Estrutural (carga transportada dividida pelo peso vazio da aeronave) – Classe Regular: equipe Uai Sô Fly!, da Universidade Federal de Minas Gerais com 6.23. Classe Micro: equipe Céu Azul, da Universidade Federal de Santa Catarina, com 2,99.

Melhor Equipe Internacional – equipe Kukulcán, do Instituto Politécnico Nacional, México.

Voo Mais Emocionante (voo completo e controlável mesmo com apenas uma das empenagens verticais) – equipe Draco Volans (Classe Regular), da Universidade de Brasília (UnB).

Melhor Projeto – equipe FEI Regular, do Centro Universitário da FEI. Classe Advanced: equipe FEB Eagle, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus Bauru. Classe Micro: equipe EESC USP Mike, da Escola de Engenharia de São Carlos da USP.

Melhor Apresentação Oral – Classe Regular: equipe KeepFlying, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Classe Advanced: equipe Car Kará, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Classe Micro: equipe Feng, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica/ITA.

A SAE BRASIL AeroDesign teve início na quinta-feira, com a etapa denominada Competição de Projeto, na qual as equipes tiveram seus projetos avaliados por juízes, todos engenheiros da indústria aeronáutica e que atuaram como voluntários no evento. De sexta-feira a domingo teve lugar a etapa Competição de Voo, em que os aviões passaram por até oito baterias e demonstraram ser capazes de decolar e transportar cargas úteis sempre crescentes, até as condições limite de cada projeto.

Foram quatro dias de difusão e aprimoramento de técnicas de projeto aeronáutico, em ambiente de grande criatividade e de cooperação entre as equipes, com destaque para o espírito empreendedor e trabalho de equipe com que foram conduzidos os projetos, confirmando a qualidade educacional dos programas estudantis da SAE BRASIL, sempre reconhecidos e valorizados por empresas à procura de novos talentos no campo da engenharia, principalmente das áreas automotiva e aeroespacial.

TRÊS CATEGORIAS – A competição reuniu projetos em três categorias: Classe Regular, Classe Advanced e Classe Micro. Pelo novo Regulamento, os aviões da Classe Regular tiveram de carregar, como peso, madeira do tipo MDF ou HDF (madeira prensada largamente utilizada na fabricação de móveis). Os aviões eram monomotores, com cilindrada padronizada em 10 cc (10cm3 ou 0,61in3). As aeronaves também foram menores em relação a 2011, pois a limitação dimensional máxima reduziu cerca de 70cm, porém com compartimentos de carga maiores. Todos os aviões tiveram de decolar em uma distância máxima de 50m.

Nos aviões da Classe Advanced, a carga transportada foi água, depositada em tanques montados na fuselagem. As aeronaves da categoria puderam usar mais de um motor, porém a soma da cilindrada não pode exceder 0,50in3 (8,2cm3). Em 2011, a cilindrada máxima ficava entre 10,65 cm3 (0.65 in3) e 15,07cm3 (0.92 in3).

As aeronaves da Classe Micro transportaram bolas de tênis dentro de um compartimento fechado. Lançados à mão, os aviões da categoria não tinham restrições geométricas nem quanto ao número de motores, porém as equipes tiveram de demonstrar capaz de transportar a aeronave numa caixa de 0,175m³. Nesta categoria os motores devem ser elétricos.

BOAS RESPOSTAS – As respostas das equipes quanto ao novo Regulamento da SAE BRASIL – no site www.saebrasil.org.br, o qual é baseado em desafios reais enfrentados pela indústria aeronáutica, foram bastante positivas na avaliação da Comissão Técnica da Competição.

À Comissão Técnica chamou a atenção a grande diversidade de soluções com a substituição da carga de barras de chumbo, usadas em 2011, por madeira do tipo MDF ou HDF (Classe Regular), água (Classe Advanced) e bolas de tênis (Classe Micro). Os três novos materiais de carga têm densidade menor e, por isso, constituíram um desafio aos futuros engenheiros nos aspectos de eficiência estrutural e projeto aerodinâmico dos projetos. Desta forma, as equipes tiveram de pesquisar novas soluções em concepção estrutural e melhorias aerodinâmicas para acomodar a carga e, mesmo confrontadas com novos e inéditos desafios, as aeronaves projetadas apresentaram desempenho acima do esperado. Para a Comissão Técnica isso reflete a elevada competência das equipes na busca de novas soluções para os desafios propostos no Regulamento de 2012.

O Projeto AeroDesign é um programa de fins educacionais, organizado pela Seção São José dos Campos. O objetivo é propiciar a difusão e o intercâmbio de técnicas e conhecimentos de engenharia aeronáutica entre estudantes de graduação e pós-graduação em Engenharia, Física e Ciências Aeronáuticas e futuros profissionais do importante segmento da mobilidade, por meio de aplicações práticas e da competição entre equipes.

Vagner Galeote, presidente da SAE BRASIL, ressalta que o projeto SAE BRASIL AeroDesign completa a formação técnica dos futuros engenheiros. “É um reforço extracurricular, um estímulo às boas práticas da engenharia requeridas pelo mercado, como o trabalho em equipe, capacidade de liderança e planejamento, habilidade de vender ideias e projetos, além de incentivar o comportamento ético e profissional”, afirma.

PATROCÍNIO – Prestigiada por grandes executivos e autoridades, a competição contou com o patrocínio de importantes empresas do setor, como Boeing, Dassault Aviation, EADS, Embraer, GE, Hamilton Sundstrand, Honeywell, Rolls-Royce, Parker Aerospace, Pratt & Whitney Canada e Vale Soluções em Energia.

APOIO – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), DCTA, Infraero, ITA, Prefeitura de São José dos Campos, Rede Accor e Associação Desportiva Classista Embraer (ADCE).

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