Adão Paiani
Advogado em Brasília, ex-ouvidor da Segurança Pública no RS
A Brigada Militar é uma instituição que completa 181 anos de uma história que se confunde com o Rio Grande e o povo gaúcho. Não é apenas uma força policial. Ao chamar-se de "Brigada" e não de "Polícia" Militar, como suas congêneres por todo o país, já bem demonstra de onde veio, e qual o seu compromisso com este povo e esta terra; a quem, aliás, sempre serviu e defendeu com bravura ao longo de sua quase bicentenária história.
O jornal Zero Hora, fundado em maio de 1964 pelo jornalista Ary de Carvalho, em 1970 passou para o controle do Grupo RBS, sob a condução de Maurício Sirotsky Sobrinho, homem de dignidade, honradez e espírito público inquestionáveis que.
Charge publicada no jornal Zero Hora edição 17/18 Novembro 2018
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Já foi o jornal da família gaúcha, e esse era o projeto de Maurício. Hoje, a cada dia se torna mais um pasquim desqualificado, ideologicamente comprometido e, salvo raras e honrosas exceções, refúgio de uma geração de "jornalistas" medíocres, subalternos e alienados.
O jornal que já publicou os melhores chargistas do Brasil, hoje contenta-se em oferecer suas páginas a um desqualificado que, até hoje, poucos tinham se dado ao trabalho de conhecer, tamanha é a mediocridade de seus traços, personagens e idéias.
Mas as idéias, mesmo de um medíocre da categoria deste tal de Alexandre Beck, trazem suas consequências. O desenho – que não merece ser chamado de charge, pois é inferior a esta arte – ofende a Brigada Militar e os valorosos homens e mulheres que a integram.
Os gaúchos de bem – e principalmente as crianças – não precisam temer os brigadianos, seja em razão da cor de sua pele, classe ou condição social. E mesmo os fora-da-lei, a quem o pseudo-chargista defende, sabem que serão tratados pelos honrados homens e mulheres da corporação dentro dos estritos limites da lei.
Quem tem medo de polícia é bandido. Quem se porta dentro da lei, não tem o que temer. Mas esse, certamente, não é o caso do meliante, autor do desenho, e de seus patrões, donos do grupo de comunicação onde trabalha.
Esses, a propósito, devem temer qualquer polícia; afinal, ainda estão bem vivas a história de um dos membros da família, envolvido em um rumoroso e brutal caso de estupro em Santa Catarina (onde, aliás, vive o desenhista); e é notório que seus principais integrantes devem, em breve, acertar suas contas com a justiça, face aos desdobramentos da Operação Zelotes, que revelou as fraudes milionárias praticadas pela empresa e seus dirigentes.
Enquanto isso não acontece, o Grupo RBS e o jornal Zero Hora poderiam salvar um pouco da dignidade que lhes resta e, além de dispensar o "desenhista", formalizar um pedido de desculpas, não apenas à Brigada Militar e seus integrantes, mas a todo o povo gaúcho.
Será pedir muito a um veículo que um dia já pode ser chamado de jornal, mas que hoje somente serve a finalidades menos nobres?
O silêncio demonstrará que Zero Hora, e o Grupo que a pública, estão definitivamente, na sarjeta. Ainda bem que Maurício Sirotsky não viveu para presenciar isso.
Nota DefesaNet
Ver nota de Repúdio da BM e da Associação de Oficiais