Bruna de Castro
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)
Até o final de 2019, o Exército Brasileiro deverá receber da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) a primeira versão do lote piloto de Uniformes Inteligentes para testes.
O anúncio foi feito pela analista de Produtividade e Inovação da ABDI, Larissa Querino, durante participação no workshop Soluções para Defesa e Segurança, realizado na tarde da quarta-feira (26JUNHO2019), dentro da programação da Conferência de Simulação e Tecnologia Militar (CSTM), em Brasília.
Realizado em parceria com o Ministério da Defesa e o Exército Brasileiro, o projeto Uniforme Inteligente tem o objetivo de contribuir para a capacitação produtiva e tecnológica da Base Industrial de Defesa Brasileira nos segmentos de produtos têxteis e confecções, bem como para a incorporação das tecnologias de informações e comunicações (TIC) em uniformes para uso pelas Forças Armadas e de Segurança.
“De um lado, promovemos o desenvolvimento da inovação na indústria, por meio do estímulo das competências no setor têxtil e de eletrônica e, de outro, contribuímos para a adoção dessas tecnologias nos uniformes das Forças Armadas e de Segurança Pública”, destacou Larissa, ao acrescentar que o escalonamento da inovação na área militar tem aplicação dual, com oportunidades para os mercados nacional e internacional.
Segundo o diretor-presidente da Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), general Aderico Visconde Parti Mattioli, a parceria com a ABDI contribui para a inserção das forças terrestres no contexto de transformação digital, impulsionado pela indústria 4.0. “Esta parceria com a Agência nos ajuda a ter consciência situacional sobre o novo contexto tecnológico global. E a proposta do uso do uniforme inteligente é só o primeiro passo, tanto para proteger nossa tropa, quanto para garantir maior produtividade e eficácia na hora da ação do combatente”, avalia o general. Os uniformes, segundo Matiolli, serão utilizados para o combate, adestramento das tropas, em situações de selva, forças especiais, paraquedismo e outras situações extremas.
Funcionalidades
O lote piloto dos uniformes será testado em ambiente relevante por forças terrestres, e incorporarão tecnologias inovadoras em design, produtos têxteis, novos materiais, nanotecnologia e eletrônica embarcada. As funcionalidades têxteis deverão incluir frescor, controle térmico, ação hidratante, melhoria da circulação sanguínea, alívio de dor e redução da fadiga, ação repelente, repelência à água, ação antimicrobiana e proteção UV-A e UV-B.
Nas funcionalidades eletrônicas (gadgets) estão incluídas aferição de temperatura, batimento cardíaco, oxigenação sanguínea, detecção de gases nocivos no ambiente, transmissão dos dados para o Comando da Tropa, integração às soluções tecnológicas já desenvolvidas pela Imbel (rádio e computador operacionais) e utilização da Body Area Network (BAN).
A analista Larissa Querino afirmou que a ABDI está na fase de cotação de preços para a publicação do edital de licitação para a compra dos uniformes. “Estamos mobilizando os setores têxtil e de eletroeletrônico para a consulta e formação dos preços com a referência do mercado.
Nosso objetivo é publicar o edital em breve e entregar o primeiro lote para o teste pelo Exército até o final do ano”. Pela ABDI, também participaram do Workshop a gerente de Desenvolvimento Produtivo e Tecnológico, Cynthia Mattos; a coordenadora de Difusão Tecnológica, Talita Daher; e o analista de Produtividade e Inovação, Cássio Marx.
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