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Participação das Forças de Segurança Pública em tragédia no RS será tema em Congresso de Operações Policiais

Inspetor Marcus Vinícius Silva de Almeida, Diretor de Operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Delegado da Polícia Civil Bolivar Llantada, Coordenador da CORE-RS, levarão suas experiências para o Congresso de Operações Policiais – COP Internacional, previsto para o mês de outubro, em São Paulo-SP

Diretor de Operações da PRF e Coordenador do CORE-RS apresentarão suas experiências no atendimento à calamidade gaúcha em evento aberto ao público que acontecerá em São Paulo no mês de outubro.

A recente tragédia no Rio Grande do Sul com enchentes devastadoras afetou milhares de pessoas e vem exigindo uma resposta rápida e eficiente para o gerenciamento de uma crise sem precedentes no Estado. Diante das adversidades, o esforço combinado entre diversos entes da Segurança Pública e sociedade civil se fez necessário e, enquanto a região começa a ver as águas baixando, novos desafios têm se apresentado na tentativa de reestruturação das cidades atingidas.

Para entender como essas forças lidam com a crise e quais as etapas planejadas, o Inspetor Marcus Vinícius Silva de Almeida, Diretor de Operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Delegado da Polícia Civil Bolivar Llantada, Coordenador da CORE-RS, levarão suas experiências para o Congresso de Operações Policiais – COP Internacional, previsto para o mês de outubro, em São Paulo-SP.

Ação imediata durante a crise

Assim que os primeiros alagamentos surgiram, a equipe do CORE-RS se deslocou inicialmente para a região de Santa Cruz do Sul e, logo após, para a região da Grande Porto Alegre, através da DOA – Divisão de Operações Aéreas, e o GRI – Grupo de Resgate e Intervenção (GOE/CORE), operando em salvamentos com helicóptero e fluviais.

De acordo com o Del. Bolivar, em 15 dias foram realizados cerca de 700 salvamentos por barcos e helicópteros, representando cerca de 3 a 4 mil vidas entre pessoas e animais resgatados. “Os salvamentos foram a primeira fase do trabalho operacional da CORE e de outras forças de segurança como os Bombeiros, Brigada Militar, entidades civis e segmento privado que também se envolveram nos resgates da população”, relembra o Delegado.

A PRF atuou de forma abrangente, desde a sinalização de rodovias destruídas até o salvamento fluvial, utilizando seu grupo de resposta rápida e operações especiais, com presença em várias áreas críticas como as cidades de Lajeado, Bento Gonçalves, Porto Alegre e Canoas. Para o Inspetor Marcus Vinícius, a experiência da corporação em lidar com diferentes climas e terrenos foi essencial para a eficácia das operações. “A PRF não atuou apenas no controle das rodovias, mas também desempenhou um papel crucial nos salvamentos e em mais de 2 mil escoltas de donativos e medicamentos, num compromisso contínuo com a recuperação da região”, afirma o Inspetor.

Passado o primeiro momento de salvamentos, iniciaram as etapas de patrulhas fluviais, veiculares e terrestres para dar proteção às pessoas e ao patrimônio da população em áreas ainda alagadas, além do acompanhamento de emergências nas regiões de Pelotas e Rio Grande, que tardiamente também sofreram alagamentos. Para os próximos dias, a previsão da CORE é apoiar as Polícias em patrulhas noturnas e ações operacionais, cumprimento de mandados de busca, capturas, prisões, patrulhas de alto risco em áreas conflagradas e em possíveis resgates, caso ainda seja necessário.

Integração das Forças de Segurança


Ambos os profissionais destacaram a importância da integração das forças de segurança durante a calamidade. O Inspetor Marcus enfatizou que a PRF atuou junto com a Defesa Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Federal entre outras entidades. “É um trabalho bem integrado. Não existe como fazer uma segurança pública de qualidade sem a integração dos órgãos e isso está sendo feito”, afirma. O
Del. Bolívar reforçou esta visão, mencionando a criação de um Gabinete de Gestão Integrada para coordenar as ações de todas as unidades envolvidas, para onde eram reportadas as ações da CORE, que também recebia diretrizes da Chefia de Polícia e SSP – Secretaria de Segurança Pública.

“Em pouco tempo chegaram equipes de apoio de diversos grupos táticos do Brasil, dentre os quais CORE-SC, COPE e TIGRE-PR, GER-SP, CORE-MG, FERA-AM, DOE-DF e CORE-RJ”.

Próximos passos

Com a redução dos níveis das águas, as forças de segurança estão se preparando para enfrentar novos desafios. A PRF, conforme relatado pelo Inspetor Marcus, está focada na recuperação de rodovias em colaboração com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT, além da continuidade do trabalho de sinalização e fiscalização.

“Infelizmente, já começaram as apreensões de drogas dentro de veículos com donativos e acreditamos que possa haver aumento no roubo em veículos de passageiros e interdições de rodovias. Para os próximos seis meses, a estimativa é que ainda teremos trabalhos específicos em consequência do que está acontecendo hoje”, prevê Marcus.

Para o CORE, de acordo com o Del. Bolivar agora se ampliam as buscas a desaparecidos e o apoio à Polícia Judiciária no reconhecimento de corpos, identificação de DNA e investigações da Polícia Civil nas manchas criminais. “Se houver qualquer alteração expressiva nos índices criminais, estaremos preparados para atuar onde for preciso”, conclui.

Sobre o COP Internacional

O COP Internacional é o maior evento latino-americano voltado para a atividade policial e tem por objetivo integrar a sociedade civil junto às forças de segurança, defesa e justiça do Brasil. De acordo com João Sansone, idealizador e responsável pela organização do COP 2024, esta será uma oportunidade de expor aos participantes a profundidade da contribuição dos profissionais que estão neste momento atuando em território gaúcho.

“A complexidade da tragédia do Rio Grande do Sul tem trazido um aprendizado sem precedentes para toda a sociedade, em diversos aspectos. O que queremos demonstrar ao público presente no COP é a importância do esforço combinado e altamente qualificado de todas as unidades de segurança pública, no que diz respeito ao apoio à população desde o início da calamidade até seus eventos subsequentes”,
argumenta Sansone.

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