Search
Close this search box.

Visita do papa fará Exército ocupar Angra

Marcelo Gomes

O esquema de segurança montado para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será realizada de 23 a 28 de julho no Rio, incluirá a ocupação pelas Forças Armadas de instalações consideradas estratégicas, como as usinas nucleares de Angra dos Reis, a termelétrica de Santa Cruz, subestações de energia elétrica, a Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), além da Estação de Tratamento de Água do Guandu e da Estação do Lameirão, que abastece 9 milhões de pessoas.

O objetivo é evitar sabotagens que prejudiquem o evento e levem pânico à população. Caberá a militares da 9a Brigada de Infantaria Motorizada do Exército ocupar esses locais.

Ao longo dos seis dias da JMJ, serão empregados cerca de 8,5 mil militares na segurança, sendo 7 mil do Exército e 1,5 mil da Marinha. As Polícias Civil e Militar do Rio ainda não fecharam o efetivo que será empregado.

Nos dias 27 e 28, quando serão realizadas respectivamente a vigília e a missa de encerramento em Guaratiba, na zona oeste, com a presença do papa Francisco, 4 mil militares estarão trabalhando. Nesses dois dias, será decretada Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o que garante às Forças Armadas a responsabilidade constitucional pela segurança pública. A GLO funcionará em Guaratiba e nas instalações estratégias que serão ocupadas pelos militares.

"As Forças Armadas vão coordenar a segurança apenas no terreno em Guaratiba onde ocorrerão os dois grandes eventos. Nos outros locais da cidade e no restante dos dias da Jornada, o patrulhamento será de responsabilidade da Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos (Sege), do Ministério da Justiça", explicou o general de Divisão José Alberto da Costa Abreu, coordenador do Centro de Defesa de Área e Segurança do Exército.

Internet. O planejamento inclui patrulhamento e monitoramento por terra, mar, ar e até na internet. O quartel-general da segurança da JMJ funcionará no prédio do Comando Militar do Leste (CML), no Centro do Rio. Lá estarão o Centro de Coordenação Tático Integrado (CCTI), o Centro de Defesa de Área (CCDA) e o Centro de Defesa Cibernética, que será transferido de Brasília para o Rio – e visa a evitar ataques de hackers a sites e a sistemas de energia elétrica, telefonia e internet.

Francisco receberá tratamento de chefe de Estado de alto risco

Pontífice deve fazer deslocamentos curtos dentro do papamóvel e nos mais longos usar um helicóptero

A escolta próxima do papa Francisco será feita por agentes do Núcleo de Segurança de Dignatários da Polícia Federal. Por causa da magnitude do evento, cujas previsões giram em torno de 2,5 milhões de participantes, o pontífice receberá tratamento de chefe de Estado considerado de alto risco, normalmente dispensado a governantes de países com histórico de guerras, ataques terroristas e/ou instabilidade política.

Cerca de 750 homens da PF participarão do esquema de segurança de Sua Santidade e do séquito papal, que deve ter 15 pessoas, entre ministros de Estado, secretários particulares e agentes da Gendarmaria e da Guarda Suíça (responsáveis pela segurança do Vaticano).

A maior parte dos agentes fará, em esquema de rodízio, a segurança dos locais onde o papa vai ficar ou passar, como o Sumaré, residência oficial da Arquidiocese do Rio onde vai dormir. A equipe que acompanhará o pontífice nos deslocamentos pela cidade será fixa, com os mesmos 15 homens durante toda a permanência na cidade.

Um deles será seu "sombra". O guarda-costas deve estar preparado para qualquer tipo de ação hostil, até mesmo se colocar na frente de Sua Santidade e tomar um tiro em seu lugar, como nos filmes. "O objetivo em manter a equipe fixa é criar uma identidade visual do pontífice com os agentes", explica um delegado da PF que acompanha o planejamento.

Caças em Roma. A maioria dos 15 policiais federais já participou da segurança próxima dos papas João Paulo II e Bento XVI, quando eles estiveram no Brasil em 1997 e 2007, respectivamente. Longos deslocamentos do papa pela cidade serão feitos de helicóptero. Pequenas distâncias serão percorridas em um papamóvel, que é blindado. Hércules C-130 da FAB vão a Roma buscar dois papamóveis (um ficará de reserva).

CINCO RAZÕES PARA… Prestar atenção na Jornada

1 – Será a primeira viagem internacional do papa Francisco. Ele já deu a entender que terá mais atividades do que se esperava inicialmente de Bento XVI – já mostrou interesse, por exemplo, em visitar uma favela carioca.

2 – Ele deve aproveitar a Jornada Mundial da Juventude para realizar discursos sobre os rumos da Igreja.

3 – O Brasil continua a ser o maior país católico do mundo. Mas sofre com a perda de fiéis, o que motiva preocupação do Vaticano. A ideia é que a vinda do papa ao País possa ajudar a reverter essa tendência e estimular a fé, sobretudo entre os jovens.

4 – Francisco já esteve no Brasil, na Conferência de Aparecida, e participou da redação final do texto – que dava mais força às comunidades eclesiais de base – o que voltou a ser uma aposta nas discussões deste ano da CNBB.

5 – Há ainda expectativas quanto à postura de Francisco em relação a correntes históricas da Igreja no Brasil, como a Teologia da Libertação.

Compartilhar:

Leia também
Últimas Notícias

Inscreva-se na nossa newsletter