Luiz Ernesto Magalhães
A violência dos protestos ou simplesmente o temor de que passeatas pacíficas terminem em tumultos provocados por black blocs já custaram ao Rio pelo menos R$ 1,319 bilhão desde junho. Nessa conta estão prejuízos do comércio com a queda nas vendas e horas extras pagas a policiais e outros servidores públicos, entre outras despesas, segundo levantamento feito ontem pelo GLOBO. A conta final é difícil I de fechar, porque bancos e seguradoras não divulgaram su-j as despesas, e muitos prejuízos ainda estão sendo calculados.
Desse total, o prejuízo maior é do comércio e de atividades de prestação de serviços em tomo I dele. Indicado pela Associação Comercial do Rio para comentar a situação, o presidente do Clube dos Diretores Lojistas e do Sindi-lojas, Aldo de Moura Gonçalves, ressalta que não existe uma conta precisa. Mas ele estima que o prejuízo, sem contar o vandalismo, chegue a R$ 1,3 bilhão. Além desse valor, R$ 19,1 milhão teria sido arcado por governos e prestadoras de serviços públicos.
Desde junho, ocorreram pelo menos dez protestos que terminaram de forma violenta no Centro. Houve problemas ainda na Zona Sul e na Barra. Quando há expectativa de confusão, muita gente evita ir ao Centro para fazer compras, es; critórios liberam funcionários antes da hora e lojas fecham mais cedo. Com isso, não é só o comércio que deixa de faturar, mas também prestadores de outros serviços, como taxistas e ambulantes legalizados. No dia seguinte aos protestos, muita gente ainda evita freqüentar essas áreas, devido à depredação.
Sem poder prever que passeata terminará de forma violenta, a Secretaria de Segurança estima que já tenha gastado R$ 15 milhões para reforçar o policiamento durante as manifestações. Para se ter uma ideia, os R$ 15 milhões representam a soma que a PM pagou a soldados para trabalharem, fora do seu horário, na Copa das Confederações e na Jornada Mundial da Juventude. Os gastos com armamento não letal não foram divulgados. Ao todo, 53 PMs ficaram feridos durante os atos.