Leticia Fernandes / Cristiane Jungblut
O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), se reunirá nesta quarta-feira, em Brasília, com o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, para discutir o reforço da segurança ao estado.
A reunião acontece um dia depois que traficantes mandaram queimar nove ônibus e dois caminhões em importantes vias da Zona Norte e da Baixada. O governador também deve se reunir com a equipe do Ministério da Defesa.
Pezão conversou nesta terça-feira por telefone com o presidente Michel Temer e com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e reforçou o pedido para que o governo federal ceda homens da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional para o Estado.
Ambos sinalizaram positivamente, ao dizerem ser "viável" a ajuda, mas orientaram o governador a conversar com Serraglio, que é responsável pelos homens pedidos por Pezão.
Ele já vinha conversando com Temer sobre o assunto. Hoje, eles falaram por telefone sobre o caso, depois dos incidentes desta terça-feira. Mas, na semana passada, os dois se encontraram.
– Falei por telefone com o presidente Temer e pedi ajuda da PRF e da Força Nacional. A questão é a entrada de fuzis que têm entrado pelo Rio de Janeiro. Só hoje foram presos (apreendidos) 32. Tudo muito ruim – disse Pezão.
Ao ministro da Defesa, por meio do Comando Militar do Leste, o governador já havia pedido mais coletes e munição, o que, segundo Jungmann, já foi atendido.
Mais de 30 fuzis apreendidos
De acordo com a PM, a Cidade Alta foi alvo de uma invasão por traficantes de comunidades rivais. Moradores relataram intenso tiroteio durante toda a madrugada. Logo cedo, policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Batalhão de Ações com Cães (BAC) e dos batalhões de Olaria (16º) e Maré (22º) fizeram cerco aos criminosos em uma megaoperação.
Socorro aos Estados
Pezão aproveitará a vinda a Brasília para acompanhar, na Câmara, o projeto de socorro aos Estados, cuja votação pode ser retomada já nesta quarta-feira.
Na semana passada, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encerrou a votação da matéria depois que os deputados retiraram do texto uma das contrapartidas que devem ser cumpridas pelos estados em crise. O presidente Michel Temer, por sua vez, já avisou que não vai permitir liberar ajuda aos entes sem que as contrapartidas sejam cumpridas.