Membros das forças especiais americanas que colaboram com o Exército afegão largaram parte de seu equipamento quando foram atacados por extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) em Nangahar. O Pentágono reconheceu o incidente nesta terça-feira (9).
Nos últimos dias, o grupo EI publicou uma série de fotografias, nas quais se vê equipamento militar dos Estados Unidos, incluindo balas, granadas, uma bandeira e fotos de soldados.
Segundo o Pentágono, os soldados colaboravam em "ações" em um "ponto de coleta de baixas" (CCP, na sigla em inglês), quando foram atacados. "Em consequência, o CCP foi transferido para um lugar mais seguro. No traslado, abandonou-se uma parte do equipamento", explicou o porta-voz do Pentágono, Adam Stump.
Os funcionários do Pentágono ressaltaram que a posição americana não foi tomada no incidente, mas não está claro se alguém ficou ferido. "Para proteger a privacidade dos envolvidos, não daremos detalhes sobre feridos", disse Stump.
O Exército do Afeganistão intensificou suas operações contra o EI em Nangahar (leste), desde que o grupo assumiu a autoria de dois bombardeios em Cabul, no mês passado, no qual 80 pessoas morreram, e 231 ficaram feridas.
Conflito intenso no Afeganistão
Os conflitos também se intensificaram contra os talibãs, que nesta terça-feira se aproximaram da capital de Helmand (sul), uma província produtora de papoula, a planta da qual se extrai o ópio, onde já controlam amplas zonas.
O avanço dos insurgentes islamitas, dez dias depois do início de sua operação militar, faz as autoridades locais e os habitantes temerem que consigam conquistar a capital provincial, Lashkar Gah, como fizeram com Kunduz em outubro de 2015.
Naquele momento, os talibãs conseguiram controlar a grande capital do norte durante duas semanas, pela primeira vez em 14 anos de guerra, semeando o pânico entre a população.
As tropas afegãs estão apoiadas pelos bombardeios aéreos das forças americanas presentes no Afeganistão. O último deles "ocorreu ontem à noite", declarou um porta-voz militar americano nesta terça-feira, confirmando a intensidade dos combates.
Segundo Haji Qayum, um morador contactado pela agência AFP, "os talibãs controlam todas as estradas que conduzem a Lashkar Gah. As barreiras policiais caem uma depois da outra e todos acreditam que a capital acabará caindo nas mãos dos talibãs".