O esquema de segurança para a Copa do Mundo de 2014 foi apresentado às delegações das 32 equipes que participarão do torneio nesta quinta-feira (20/02), durante o Seminário das Seleções realizado em Florianópolis. Representantes dos órgãos envolvidos na proteção e defesa do país, e de seus visitantes, expuseram o planejamento e como será a execução das ações integradas ao longo do Mundial, que acontece entre os próximos meses de junho e julho.
“Foi uma satisfação ver que os chefes de segurança das 32 equipes entenderem nosso sistema e se mostraram confiantes com nossa preparação para recebê-los”, avaliou o general Jamil Megid Júnior, assessor-especial para Grandes Eventos do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) do Ministério da Defesa.
Megid explicou como serão os procedimentos dos efetivos das Forças Armadas durante o Mundial: “Dentro das funções atribuídas ao Ministério da Defesa, temos foco especial em três áreas: defesa de estruturas estratégicas, força de contingência e prevenção e combate ao terrorismo. Estamos ativando 12 comandos regionais que vão atuar nas cidades-sede e Centros de Treinamento de Seleções, todos em contato com o Centro de Operações Permanente do Ministério da Defesa, em Brasília”, disse.
O general afirmou que os treinamentos dos militares visando à defesa durante o Mundial já estão ocorrendo há dois anos e que, nos próximos meses de abril e maio, haverá uma intensificação no preparo, principalmente com exercícios simulados e que reforcem a integração com os outros órgãos participantes do esquema de segurança do evento.
Investimento
Os investimentos em equipamentos e qualificação de pessoal para a Copa do Mundo de 2014 somam R$ 1,9 bilhão. O total de agentes de segurança e militares envolvidos com o evento totalizam 150 mil homens. A área de Defesa, que recebeu recursos da ordem de R$ 708 milhões, empregará 20 navios e 60 embarcações de pequeno porte para proteção do espaço marítimo e fluvial, e 48 aeronaves para controle e salvaguarda do espaço aéreo.
Para garantir o fornecimento regular de serviços à população, bem como fiscalizar movimentações suspeitas em fronteiras, nos espaços aéreos ou marítimos, as Forças Armadas montaram um esquema de atuação em onze eixos estratégicos de defesa do Estado: Defesa Aeroespacial e Controle do Espaço Aéreo; Defesa de Estruturas Estratégicas; Defesa Marítima e Fluvial; Cooperação nas Fronteiras; Fiscalização de Explosivos; Segurança e Defesa Cibernética; Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear; Prevenção e Combate ao Terrorismo; Emprego de Helicóptero; Força de Contingência, e Segurança de Autoridades.
As atividades principais desses eixos visam ao aproveitamento da capacidade operacional das Forças Armadas no cumprimento de missões constitucionais e, quando for o caso, de Garantia da Lei e da Ordem.
Integração
Além do general Megid, participaram da apresentação em Florianópolis o secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos (Sesge) do Ministério da Justiça, Andrei Rodrigues; de gerente-geral de Segurança do Comitê Organizador Local, Hilário Medeiros; o diretor de Segurança da Fifa, Ralf Mutsche; e representantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.
Andrei Rodrigues destacou a importância dos investimentos: “tratam-se de recursos aplicados exclusivamente em benefícios que servem para a segurança cotidiana da população, de modo que vemos um legado antecipado do evento, com equipamentos e conhecimentos já sendo utilizados pelos estados em ações concretas”, afirmou.
Já Hilário Medeiros celebrou a forma como o esquema de segurança foi recebido pelas delegações: “Fizemos as apresentações dos interlocutores e das políticas de segurança que serão adotadas – e isso foi bem recebido pelas 32 federações, de uma forma que deixa bem claro como o Brasil está pronto”, disse.
Foto: AFP